domingo, 31 de agosto de 2014

Capítulo 24



*
Quando Carolina disse que aceitava ir no meu show no sábado e ainda mais junto comigo, eu tive a certeza de que teria o que queria, se insistisse. Ela era a mulher mais incrível que já tinha conhecido e seu jeito difícil e durona me encantava. Era uma mãe preocupada e uma mulher responsável. Eu realmente estava saindo da fase de atração que sentia por ela, claro, além de ter tantas qualidades ainda era linda, e já estava passando para a paixão. Acho que era isso que eu estava. Completamente apaixonado.
Fui buscar elas em casa com o pessoal me zoando e eu tendo que agüentar todo mundo.
- Tá xonado mesmo, em boi!
- Não vai ficar falando isso perto da menina, testa!- Lhe dei um tapa na cabeça e ele gargalhou.
- A gente nunca faria isso!
- Sei! – Me virei pra frente, tentando ficar sério com eles, mas era impossível.
Os dias com elas foram incrível e eu realmente estava amando Eduarda. Sempre gostei de criança, mas não com tanto grude, mas com aquela menina era diferente e não era só porque eu estava interessado na mãe dela. Eu realmente me preocupava em agradar a pequena. Até deixava ela mexer no meu cabelo. Ria toda vez que lembrava.
Foi difícil mas eu tive que me despedi dela e voltar a minha rotina sozinho.
Voltei na segunda feira pra casa e passei o dia com meus pais e minha irmã, que estava a toa também e só voltaria a estudar na outra semana.
Minha mãe fazia bolo em uma tarde que eu ainda estava de folga, quando o Rober chegou e resolveu esperar para comer também. Brincávamos e ríamos.
- O Luan tá xonado naquela menina, né...
- Cala essa boca! Ninguém te perguntou! – Ele ria.
- Na Carol? – Minha mãe perguntou de longe.
- Até sua mãe sabe, boi. – Não falei nada. – Sabe também que ele é apaixonado na criança, né? Faz todas as vontades dela, parece um verdadeiro pai. – Rober bateu na minha cabeça e eu fiz careta o olhando.
- Elas são uns amores mesmo. – Minha mãe disse.
- São sim! – Ele concordou. – Deixou a menina mexe no cabelo dele...
- Então o negócio está sério mesmo. – Minha mãe brincou e todo mundo riu.
- Até a senhora, mãe? – Me diz de indignado.
- Nossa, pi! Nem eu você deixa! – Minha irmã fez drama e eu baguncei seu cabelo lhe abraçando em seguida.
O clima continuou, meu pai chegou e eles contaram a historia toda de novo e dali surgiu mais um pra me zoar e eu tentava não ri de nada.
A noite, fiquei vendo filme com Bruna até de madrugada.
- Quero muito que ela seja minha cunhda.
- Tá falando de quem? – Lhe olhei.
- Da Carolina, tem mais? – Ela riu.
- Lógico que não!
- Olha! “Lógico que não”! – Ela me imitou e eu revirei os olhos. – Trás ela aqui um dia?
- Eu to tentando. Ela é muito difícil, sabe? Porque já é mãe, é mais responsável. Então um passo de cada vez.
- Entendo...Mas eu vou esperar. Eu gostei dela, mesmo tendo visto pouco.
- Achei que não tinha gostado porque não falou muito com ela lá.
- Sabe que eu sou assim de primeiro, pi. Depois que eu vou me soltando. – Sorri. – Tava com medo é?
- Um pouco... – Cocei a nuca e ela riu.
- Não precisa e afinal, você deixa a menina mexer no seu cabelo e eu não e ainda se importa com a minha opinião? – Ela cruzou os braços me olhando feio.
Sabia que aquilo tudo era uma brincadeira. Eu gargalhei enquanto tentava lhe abraçar e ela se afastava.
- Ôh, piroca ! Pode deixar que qualquer dia eu deixo você mexer...
- Seu bobo! – Ela também riu.
*
A semana se passou voando, que eu nem vi o tempo passar direito.
No outro domingo, Eduarda dormia o dia todo e eu preparava um doce para comer, já que Eloá já trabalhava na escola em horário integral e dizia estar cansada naquele dia, ou seja, até nos finais de semana, ela me abandonava as vezes.
Meu celular tocou e eu atendi desajeitava, enquanto mexia o brigadeiro.
- Carol?
- Oi, Luan...
- Você tá em casa?
- To por que?
- É...Eu to indo ai.
- Nossa...Avisando. – Brinquei e ri em seguida.
- É, hoje eu quero que me espere. – Ele riu também.
- Tudo bem então...
- Até daqui a pouco!
- Tá bom! Beijos! – Desliguei o celular e terminei de fazer o que fazia.
Assim que cheguei na sala a campainha tocou e eu me levantei animada pra abrir a porta.
- Marcelo? – Meu sorriso se desfez.
- Oi...A Eduarda tá aí?
- Dormindo...Você sumiu.
- Estava viajando.
- Nem ligou pra Duda...
- Não começa! – Ele falou e eu me calei.
Ele estava de um jeito estranho, sério. Ele não costumava ser assim, sempre sorria, perguntava se eu estava bem.
- Está tudo bem mesmo?
- Não está vendo que estou ótimo?
- Nossa! Quanta grosseria.
- Você é grossa comigo desde que ganhou Eduarda e eu nunca reclamei.- Respirei fundo pra não brigar com ele.
- Volta amanhã no final da tarde que ela está acordada. Hoje tá cansada porque acordou cedo. – Mudei de assunto.
- Tudo bem! – Ele saiu dali, sem ao menos me da tchau.
Me sentei no sofá enquanto comigo e fiquei pensando o quanto ele tava diferente, parecia outra pessoa. Pensei também que se ele visse o Luan ali, não iria ser bom, principalmente do jeito estranho que ele está. Suspirei aliviada por Luan ainda não ter chegado.
A campainha tocou de novo me tirando dos pensamentos e dessa vez, eu me levantei com a certeza de quem seria.
- Entra aí...
- Oi pra você também! – Luan disse e eu gargalhei. – E Duda?
- Dormindo! Ela acordou muito cedo hoje...
- Então nem tão cedo, né? – Ele riu e eu neguei enquanto fazia careta.
Nos sentamos no sofá.
- Que tal um filme?
- Ótimo! – Escolhemos um filme e eu fui fazer uma pipoca.
Mesmo Luan não querendo, vimos um filme de comédia e rimos o filme todo.
- Tá vendo. Não foi tão ruim assim. – Brinquei quando acabou e ele me olhou.
- É...Até que esse é bom. – Rimos. – Gosto mais de terror.
- Nem tenho aqui porque não gosto mesmo de ver.
- Medrosa! Vamos ver outro.
- Pra já! – Me levantei correndo e coloquei outro, dessa vez, romântico.
Um amor pra recordar.
O filme era tão lindo e eu não me cansava de ver ele, segurava a emoção todas as vezes, já que odiava chorar perto dos outros.
Encostei minha cabeça no sofá bocejando e quando percebi, Luan empurrava minha cabeça com sua mão, para o seu colo. Ao contrário do que ele pensava, eu não estava com sono, mas mesmo assim aceitei seu colo e fiquei recebendo seu cafuné.
Me espreguicei assim que o filme acabou e ele também.
- Pensei que tinha dormido, muié.
- Quase, viu! – Ri.
- Podia ter dormindo. – Ele levou sua mão até meu cabelo, com a velha mania de arrumar o mesmo para trás dos ombros e da orelha. Sorri sem jeito.
Se aproximou e me beijou. Eu senti saudades no beijo dele.
- Queria ter feito isso desde que cheguei aqui. – Ele dizia, ainda muito próximo.

- Podia ter feito! – Disse no mesmo tom e dessa vez, ele quem sorriu e me beijou, com mais intensidade, mais uma vez.

sábado, 30 de agosto de 2014

Capítulo 23


Confesso que estava nervosa, com um frio na barriga, eu sempre fui muito tímida quando assunto era conhecer pessoas novas, ou ser o centro das atenções. Me lembro, que odiava trocar de escola sozinha e ter que enfrentar uma sala de aula e todos os alunos olhando pra mim cara e cochichando entre si. Me dava vontade de sair correndo dali.
Luan abriu a porta do camarim e quando entrou, todos pararam para lhe olhar. Fiquei na porta, segurando a mão de Eduarda, que já queria entrar logo com Luan, mas eu segurava sua mão firme.
- Essa é a Carol, que eu disse que vinha nesse show com a gente. – Me preocupei mais ainda, quando soube que ele já tinha dito algo de mim.
- Entra aí, Carol. Não precisa ficar com vergonha.
- É, muié! – Marla disse e Luan concordou, enquanto eu entrava completamente sem jeito.
- E essa gatinha linda, quem é? – Uma moça loira disse.
 - É a Duda! – Luan a pegou no colo. – Fala oi pro pessoal. – E assim ela fez.
- Que lindinha! Vem no meu colo? – E assim, minha filha passou de colo em colo.
E diferente de mim, nenhum pouco tímida, começou a conversar com todos que estavam ali, perguntava um monte de coisa, fazendo todo mundo rir.
Marla me chamou para se sentar ao seu lado no pequeno sofá que tinha ali e eu ia em sua direção, quando Luan se aproximou de onde eu estava.
- Eu vou atender os fãs e a impressa. Depois você vai pro meu camarim, tá bom? – Assenti. Sorrindo e ele fez o mesmo.
Me sentei do lado da Marla e começamos a conversar, a moça loira que tinha pegado Duda no colo primeiro, também se aproximou se apresentou. Karielle. Muito simpática também. Eles eram tão engraçados, contavam histórias e gargalhavam alto, conversavam ao mesmo tempo fazendo uma muvuca enorme naquele camarim.
Depois de uma hora, o Rober me chamou e disse que o Luan já estava livre e mesmo com muita vergonha, me levantei e antes mesmo de chamar Eduarda, ela se despediu de todos com uma aceno e um sorriso e me deu a mão.
- E aí? – Ele disse, assim que eu entrei.
Ele estava sozinho e arrumava o cabelo.
- Eles são uns amores. Eu adorei todo mundo! – Sorriu.
- São sim! Fico feliz que tenha gostado de todos. E você, Dudinha?
- Posso arrumar seu cabelo? – Ela correu para o seu lado e ele gargalhou, enquanto se sentava na cadeira.
- Tá bom, vai... – Colocou ela em seu colo e lhe deu um pente.
Ela penteava com cuidado, ajoelhada em seu colo, enquanto ele fazia careta.
- Li em algum lugar que você odeia que mexam no seu cabelo. – Ri e ele fez o mesmo.
- Depende da pessoa, nesse caso, eu não tenho como negar.
- Sério?
- Lógico! Vê se eu nego alguma coisa essa coisa linda?
- Acho que você vai deixar minha filha mal acostumada. – Rimos.
Rober mais uma vez chegou dizendo que já estava na hora e Luan colocou Eduarda no chão.
- Bora de cavalinho Duda! – Minha filha sorriu com a fala de Rober e subiu no sofá, enquanto ele ficava de costas.
- Não vai me roubar ela, pode parando! – Luan disse o fazendo rir e me fazendo sorri. Não sei porque, mas tinha gostado daquela frase.
Eles saíram rindo animados, enquanto eu dizia para ele ter cuidado e não deixar minha filha cair.
Já iria sair logo atrás também, quando senti uma mão no meu braço e outra fechando a porta. Luan se aproximou mais e me deu um beijo, que só ele dava.
Que me deixava anestesiada.
- Tava com saudades disso, - Ele sorriu e eu fiquei sem jeito.
- Bom show! – Sussurrei e ele piscou.
Me soltei dele e sai dali sorrindo. É eu estava mesmo mudando, ou pelo menos achava que estava.
O show foi ótimo e Eduarda dançou e cantou o show todo e até com ciúmes ficou das meninas que dançaram com Luan e uma menina de aparentemente uns cinco anos, que ele chamou no palco, fazendo eu e o Rober ri.
Voltamos para a van depois do show, com as mesmas pessoas.
- Gostou do show? – Luan disse baixo para Eduarda, enquanto todos ali dormiam, menos nós.
- Aham! – Ela bocejou. – Porque você dançou com aquelas meninas? – Ela fez bico e Luan riu baixo. – E você não me chamou lá também. – Cruzou os braços.
- Ôh, Meu Deus! Não quer que eu dance com ninguém, é? – Ela negou. – Mas você não vai deixar mais ninguém dançar comigo no show, é isso? E como eu fico? – Ele entrava na brincadeira.
- Só deixo a minha mãe e eu!
- Então tá, prometo que na próxima eu chamo sua mãe e você, fechou? – Eduarda assentiu, enquanto ele me olhava com um sorrisinho de lado. – Tá com sono? – Acariciou seu rosto.
- Tô... – Ela bocejou novamente.
- Vem aqui que eu te faço dormir! – Ela rapidamente passou do meu colo para o do Luan e como prometido, ele fez ela dormir em dez minutos, enquanto alisava seus cabelos.
Assim que chegamos no hotel, novamente passamos por trás e Luan que levou Eduarda no colo até o nosso quarto. Ele queria fazer aquilo e eu deixei.
- Obrigada... – Sussurrei.
- Até amanhã! Vamos almoçar juntos! – Ele arrumou meu cabelo, que caia nos olhos.
- Está bem! – Sorri e antes de sair, selou nossos lábios de leve.
Acordei primeiro que Eduarda no outro dia e aproveitei para tomar um banho bem demorado e ao contrário do que fazia, quando eu cheguei no quarto, já trocada, ela estava acordada, com o cabelo bagunçado e mexia as pernas, quieta.
- Já acordou, meu amor? – Apertei suas bochechas ainda maiores, por estarem inchadas.- O que foi? Tá cansadinha mesmo, em! – Ri.
- To com fome, mamãe. – Ela falou manhosa.
- Ôh, Meu Deus! Mamãe vai te dar banho e depois vamos almoçar com o Luan, tudo bem?- Ela assentiu e estendeu seus braços para mim. – Coisa preguiçosa. – Lhe peguei no colo e como eu disse, lhe dei um banho e lhe arrumei.
Iria arrumar nossas coisas que estavam bem espalhadas, para depois ir até o quarto do Luan, quando bateram na porta e eu mandei entrar, já imaginando quem seria.
- Oi, coisas lindas! – Ele falava animado, me fazendo sorrir.
Me abraçou e beijou diversas vezes o rosto de Eduarda.
- Vou arrumar as coisas aqui, que estão muito bagunçadas e depois almoçamos, pode ser?
- Pode sim...Vamos almoçar aqui ou lá em baixo?
- Você que sabe! – Dei de ombros, enquanto ele se sentava ao lado da minha filha.
- Acho melhor aqui! Preguiça de descer lá em baixo. – Fez careta.
- (risos) Então, tudo bem! – Arrumei as coisas do quarto, enquanto Luan e Eduarda viam desenho.
- Mamãe, eu quero pintar o meu pé agora!- Eduarda olhava seus pezinhos.
- Em casa a mamãe pinta. Não dá tempo.
- Ah, eu queria! – Ela fez bico.
- Depois filha! – Disse  e fui no banheiro pegar as coisas que estavam lá.
Fiquei algum tempo arrumando as coisas e quando voltei não acreditei no que via e ri.
- Que foi? – Luan me olhou.
- Já disse pra parar de fazer todas as vontades dela. Até pintar unha? – Ele pintava as unhas do pé da menina, sentado no chão, enquanto ela estava sentada na cama satisfeita.
- Ué, experiência nova! – Ele deu de ombros.
- Nunca imaginei o Luan Santana pintando unha de ninguém!
- É que eu só faço isso pra Duda! – Ele disse enquanto ria e minha filha também riu, gostando do que ouvia.
Neguei com a cabeça e terminei de arrumar as coisas. Luan já tinha acabado de pintar as unhas de Eduarda a eu guardei meu esmalte que ele tinha pegado.
Pedimos o almoço e fomos até seu quarto para comer. Como eu imaginei, ele só tinha pedido besteira pra minha filha e pra completar uma sobremesa completa.
Ficamos mais um tempo ali, depois de comermos, mas a nossa hora chegou.
- O nosso vôo é daqui a pouco. – Eu lhe falei, enquanto olhava no relógio.
- Tem certeza que já vai? Fica e vai comigo na segunda. – Ele dizia.
- Nunca! Tenho que trabalhar, viu!
- Falta só um dia!
- Não posso mesmo, mas prometo que volto!
- Gostou mesmo? De tudo?
- Gostei de tudo! Seu show é perfeito, sua equipe nem se fala. – Sorri.
- Que ótimo! E eu? Não sou nada disso? – Ele disse se fingindo de indignado e eu sorri sem jeito, antes de encarar o chão.
Iria responder o que queria ouvir, quando vi que um olho de Eduarda estava na televisão e outro na gente.
- Tenho mesmo que ir! – Me levantei e ele percebeu, que Eduarda nos olhava.
- Tudo bem! Mas eu espero vocês mais vezes, em! Cobra sua mãe, Dudinha.
- Não fala isso, que ela me cobra todos os dias mesmo.
- (risos) Assim mesmo que tem que ser. – Ele chamou seu segurança, que pegou nossas malas e nos levou até o estacionamento.
Pegaria um táxi, mas fez questão que a sua van me levasse.

Me despedi dele e Eduarda fez o mesmo, apenas lhe disse um “até logo”. Não gosto de dizer “adeus” para o que eu gosto que se repita.


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Capítulo 22


Voltei para dentro de casa suspirando e quando parei pra ver o que eu estava fazendo, ri de mim mesma. Eu não costumava suspirar por home, só na adolescência.
Subi as escadas correndo, assim que lembrei de Eduarda e ela me esperava sentada na privada, já nua.
- Mamãe demorou! – Ela disse emburrada, assim que me viu.
- (risos) Desculpa, meu amor. Estava me despedindo do Luan! – Ela não contestou minha resposta e desceu da privada, enquanto eu ligava o chuveiro.
Acho que ela gostava tanto dele, que mesmo emburrada, se ele tivesse envolvido, não ligaria.
Meu celular tocou e eu o peguei, enquanto via ela se ensaboar animada, com sua esponja rosa, enquanto cantava uma música da galinha pintadinha, me fazendo ri.
- E como foi com o Luan? – Mal atendi e Eloá já disse.
- Você só sabe me perguntar isso?
- (risos) Sério amiga...
- Eu vou em um show dele no sábado.
- Mentira? Eu queria até ir, mas não.
- Por que? Vamos!
- Não mesmo! – Ela riu maliciosa. Revirei os olhos.
- Não vou nem querer explicações! Deixa eu acabar de dar banho na Duda aqui.
- Amanha eu apareço por aí...
- Eu sei! – Disse e ela riu.
Sequei minha filha e lhe vesti com um pijama bem fresco, já que estava muito calor.
- Mamãe, pra onde vamos?
- Fica prestando a atenção na conversar dos outros, é? – Coloquei as mãos na cintura lhe olhando, enquanto ela ria sapeca. –Vamos para um show do Luan. Você quer ir?
- Eu quero, eu quero! – Ela se levantou da cama pulando, enquanto eu ria.
- E essa animação toda, em?
- Eu quero ver logo o show do Lulu, Vai demorar muito, mamãe.
- Calma, filha! Vai ser no final da semana! – Ela se jogou na cama.
- Vou mimi, então. Pra vê se o tempo passa! – Ri surpresa com sua fala.
Tomei um banho também e claro que fizemos um lanchinho antes de pegar no sono de vez.

( ... )

O sábado chegou e Luan já tinha me dito no dia anterior que passariam para nos pegar as 16:00hrs. Então passei o dia todo arrumando nossas coisas, enquanto minha filha tagarelava, ansiosa para ver o seu “Lulu”.
Pintava minha unha, enquanto ela via seu DVD favorito, da galinha pintadinha.
- Mamãe, pinta eu também?
- Quer pintar as unhas, é? – Ela assentiu. – Quer ficar bonita pra que, posso saber? – Ri.
E me sentei ao seu lado. Coloquei o vidro de esmalte na mesinha de centro e vi ali uma foto de Eduarda com o pai. Tinha tempos que ele não aparecia, as vezes eu ficava até preocupada, mas depois, eu lembrava que ele era o Marcelo.
Ultima vez que ouvi falar dele, tinha chegado um presente de Natal para sua filha pelo sedex. Pelo menos ele não esqueceu dela.
Acabei de pintar as minhas unhas e pintei as de Duda também, que amou e não mexia as duas mãos para não borrar.
Depois de um tempo tomei meu banho e já me arrumei. Dei banho na minha filha, que reclamava se as unhas não iriam borrar, me fazendo ri.
- Já tem mais de uma hora que eu pintei filha!
- Secou? – Ela soprava as mãozinhas.
- Já sim! – Lhe coloquei uma blusa cinza de manga três quartos, com medo do tempo virar e enfeitei seus cabelos ondulados com algumas presilhas coloridas.
Já eram 15:30, então desci com nossas malas para a sala e fomos os esperar também.
Fiz tudo cedo, porque a ultima coisa que eu queria era atrasá-los e sua equipe já ter uma má impressão de mim, se ao menos me conhecerem.
Tirei uma foto das nossas mãos, com unhas pintadas da mesma cor e postei.


“Prontas para o show de hoje a noite!”

Alguns colegas comentavam perguntando onde iríamos e eu apenas respondia que viajaríamos para curtir o resto das férias e iríamos em um show de noite.
Ouvi a campainha tocar e me levantei, ajeitando o vestido que estava.
Frente única, estampado de flores. Era preso na cintura, formando uma saia na parte de baixo.
- Já estão prontas? – Luan nos olhou surpreso.
Estava lindo, de óculos escuro, calça jeans clara surrada, blusa branca, boné verde e de chinelo.
- Já sim! Eu não queria atrasar você! – Ri.
- A gente tá adiantado, até! – Ele olhou no relógio. – Vinte para as quatro. Eu até avisei que tinha falado com você quatro horas e poderia não estar pronta.
- Já estamos a um tempão! – Minha filha falou por mim, já do meu lado, nos fazendo rir.
Ele pegou nossas malas, que não eram muitas, apenas uma minha e uma de Duda.
Seu segurança abriu a porta da van para nós e pegou as malas das mãos do Luan, para guardá-las.
- Gente! Essa é a Carol! – Luan me apresentou para algumas pessoas que estavam ali.
Eu já conhecia o Rober e ele disse que um outro rapaz que estava ali, alto e forte, era seu personal, Guilherme. Seu segurança Wellington e tinha uma mulher, Marla.
- E eu sou a Duda! – Minha filha disse com a mão na boca, enquanto descia do meu colo e se enfiava entre as pernas do Luan. Estávamos sentados juntos.
- (risos) É, desculpa! Essa é a Duda, galera! – Rimos.
- Sua banda toda, não viaja com você? – Puxei assunto, depois de falar com todos.
- Não cabe todo mundo no jatinho. Já saíram umas horas atrás de ônibus.
- É que eu perdi a hora! – A moça fez careta e eu ri.
- Isso que dá ficar em balada até tarde, Marlóide! – Luan gargalhou.
- Que nada! Tenho cinco filhos, sou igual você não! – Ela lhe jogou uma almofada rosa.
- Você tem quantos filhos? – Perguntei curiosa e ela riu.
- Tenho cinco e você? Só tem ela?
- Que vale por mil! – Rimos. – Nossa! Eu quero ter cinco filhos com o seu corpo, viu.
- Até parece! Da de um milhão em mil. – Ri sem jeito, enquanto os outros riam também.
Não parávamos de conversar um minuto e quando entramos no jato, eu me sentei do lado da Marla e fomos falando igual duas matracas a viajem toda. Eduarda conversava com Luan e Rober.
Assim que chegamos no hotel, entramos no elevador e eu fui me despedindo deles. Só restou Luan e seu segurança. Os nossos quartos eram todos um do lado do outro.
Ele se despediu de nós e Luan também.
-  Até de noite! – Eduarda falou na minha frente.
- Até daqui a pouco, meu amor! – Ele se ajoelhou para lhe beijar e ela retribuiu.
Dormimos e acordamos só com despertador, já eram oito horas da noite.
Tomei banho com Eduarda e me arrumei junto com ela. Terminei de arrumar seu cabelo e lhe deixei sentada na cama, com seu vestido vermelho, enquanto me maquiava.
Calcei minhas sandálias de salto preta, junto com o meu vestido um pouco rodado, azul marinho, com um decote considerável. Peguei minha bolsa e saímos do quarto, dando de cara com Luan.
- Já ia chamar vocês. – Ele riu fraco.
- Estamos rápidas hoje, não é? – Assentiu, enquanto pegava minha filha no colo.
- Que linda de vestido vermelho!
- É que eu amo essa cor. – Ela dizia com a mão na boca.
- Sabe que eu também? – Eles riram.
Fomos para o elevador, enquanto conversávamos. Ele parou no estacionamento do hotel e foi lá mesmo que pegamos a van, com as mesmas pessoas que foram com a gente, menos Marla. Queria ter ido conversando com ela de novo, mas ela já teria ido com a banda dessa vez, segundo Luan.
Seu segurança me ajudou a subir na van, todo gentil e eu lhe agradeci com um sorriso.
Assim que chegamos no local do show e eu vi o tanto de câmeras preparadas para filmar ou tirar fotos de Luan, rapidamente cochichei no ouvido dele.
- Te encontro lá dentro. – Ele assentiu, já sabendo o porque e Rober, que tinha ouvido, me acompanhou por trás, até chegar em frente ao camarim.
Não demorou muito para que eu avistasse Luan, que se aproximou.
- Vou te levar pra conhecer a banda no camarim deles.
- Sério? – Fiz careta.
- (risos) Sério! O que foi?
- Tenho vergonha! – Falei baixo e ele continuou rindo.

- Não precisa e você já conhece a Marla também, tenho certeza que vai se dar bem com todos. Fica na lateral do palco durante o show, está bem? O Rober vai ficar com você e com a Duda! – Assenti, enquanto ele alisava os cabelos de Eduarda e seguimos rumo ao camarim da banda.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Capítulo 21



Infelizmente nossa viagem acabou e tivemos que voltar para a realidade. Para a minha surpresa Luan e sua família e amigos, também embarcaram no mesmo vôo que o nosso e não faltou conversa naquele avião. Todos eram bem simpáticos e gostavam e muito de uma boa conversa.
Nos despedimos assim que pousamos no aeroporto, foi me estranho me despedi do Luan, ele me olhava diferente, mas o abracei rapidamente.
- Enfim, chegamos! – Suspirei, assim que o táxi nos deixou.
- Vou pra casa, amiga.
- Sério? – Eloá assentiu.
- To cansada, vou dormir o dia todo. – Ri.
- Vai lá que eu não vou, Eduarda tá acessa demais. – Nos despedimos dela também e fui com a minha filha para minha casa.
Como eu imaginava, ficamos brincando o resto daquele dia e assim que ela pegou no sono, já bem a noite, liguei para Fernanda e perguntei se já estava tudo certo para começarmos nossa rotina na próxima semana e ela confirmou. Me juntei a minha filha e também peguei em um sono pesado, que nos fez acordar tarde no dia seguinte.
Ouvi a campainha tocar e pensei que era o nosso almoço, já que tinha pedido em restaurante japonês para mim e um normal para Duda, que odiava os “bichinhos” como ela mesma dizia. Abri a porta e me assustei com quem estava atrás dela.
- Luan?
- Oi...Eu vim ver a Duda. – Ele procurava as palavras. – Eu tava no tédio, sabe? – Me olhou fazendo careta e eu ri, o assustando.
- Entra aí... – Por incrível que pareça, ficamos conversando como dois amigos, enquanto ele brincava com a minha filha.
Depois de tempos, aquilo era um pouco estranho.
Eloá chegou um pouco depois e se juntou a nós.
- Quero um sorvete! Tá muito quente! – Ela se levantou do tapete em que estava sentada, se abanando. – Quer também, Dudinha?
- Quero! – Como uma boa doceira, Eduarda não recusou e logo se levantou também. - Então vamos lá comprar...
- Vai lá você e deixa ela aqui. – Falei e ela me olhou.
- Deixa ela ir comigo. O que é? Tá com medo de que eu perca sua filha? – Minha amiga riu e eu revirei os olhos.
- Como se ela nunca tivesse saído com você antes, pelo menos aqui no condomínio. – Ela me deu língua e pegou Eduarda pela mão, me lançando um olhar estranho antes de sair.
Olhei para Luan do meu lado e logo soube o porque daquilo tudo.
Xingava ela mentalmente.
- Quando você vai em um show meu? – Ele me perguntou, enquanto encostava sua cabeça no sofá.
- Que dia volta a rotina de shows?
- No final da semana. E você, quando volta a trabalhar?
- Semana que vem...
- Vem comigo então pro show de sábado? – Ele levantou sua cabeça me olhando e eu fiquei sem saber o que dizer. – Você fica no mesmo hotel que eu, aliás, vamos juntos. – Ele disparou a falar.
- Não sei...
- Não vem com esse papo! – Ele me olhou se fingindo de irritado, ou talvez até estava mesmo.
- Tudo bem, vai! – Suspirei.
- Tá falando sério? – Ele sorriu.
- Ninguém te entende, eu dou desculpa você fala, eu aceito, você não acredita! – Fiz careta e ele gargalhou, me fazendo sorrir.
- Já acreditei, vai!
- Mas eu volto no outro dia...
- Depois do almoço!
- Tudo bem. – Assenti e ele me puxou para um braço de repente.
- (risos) Calma!
- Você não sabe o quanto vai ser importante sua presença em um show meu... – Ele se separou minimamente de mim.
- Eu já fui uma vez.
- É, eu sei. Eu nem sabia e bom, não quero lembrar daquele show, vamos fingir que esse é o seu primeiro. – Ele sorriu e eu fiz o mesmo.
E como já imaginava, ele se aproximou e me beijou. Não me pegando de surpresa, não sei como, mas eu já imaginava que aquilo aconteceria.
Ele agarrava meus cabelos e com a outra mão minha cintura. Um beijo feroz e ao mesmo tempo doce. Ele me surpreendia a cada beijo. Era estranho o quanto um, era diferente do outro. Nunca eram iguais, sempre com uma surpresa, que eu confesso que adorava.
Acabamos o beijo com selinhos e por último, uma mordida minha em seu lábio inferior.
Ainda estava de olhos fechados, mas quando os abri, ele já me olhava, cada centímetro do meu rosto, encarava principalmente meus lábios e meus olhos.
- Seus olhos ficam mais bonitos ainda de perto assim. – Ele sussurrou e eu não fiz nada de diferente que estava fazendo naquele dia com ele. Sorri.
Ele passou se polegar por meu rosto, fazendo um carinho bom e acredito que iniciaria um outro beijo, quando ouvimos paços e a maçaneta se mexer.
Me afastei dele rápido e por sorte, Eloá e Eduarda, nos pegaram na mesma posição que estávamos e eu fingia ler uma revista.
- Olha o que eu trouxe pra você, Lulu! – Levantei minha cabeça assim que ouvi a voz da minha pequena, entregando um isopor a Luan.
- Lulu... – Minha amiga comentou, enquanto negava com a cabeça rindo, se sentando ao meu lado.
- Eu que fiz! – Ela falava, enquanto Luan pegava um pote de sorvete, cheio de caldas e coisas em cima.
- Foi mesmo! – Eloá confirmou.
- Olha, rapaz...Eu não costumo comer essas coisas não, viu, mas só porque foi você que fez, Dudinha. – Minha filha sorria animada e Luan riu.
- E eu? Não acredito que esqueceu da sua mãe, que te esperou por nove meses, passou mal, e quase morreu pra te ter.
- Que mãe dramática! – Luan me olhou rindo e eu cruzei os braços.
- Já sei da onde a filha tira a manha quando faz birra e cruza os braços. – Ele continuou rindo e eu ri também. Realmente tinha feito igual a minha filha.
As vezes eu fazia aquilo e nem percebia e sempre reparei na mania da minha filha, ela tinha me puxado mesmo, então.
- Eu trouxe pra você também, mamãe! – Ela fazia gestos com suas mãozinhas para mim, nos fazendo rir.
Pegou um outro isopor e me entregou, também tinha um pote de sorvete cheio de coisas coloridas e caldas em cima.
- Mas isso tá muito bom! – Luan disse.
- Está mesmo, filha! – Concordei e ela pegou um picolé, se sentou em nosso meio.- Que gulosa! Ela tomou sorvete lá, Eloá?
- Aham! Um pote igual esse aí, quis trazer o picolé e eu deixei. – Ela deu de ombros.
- Olha só! Eu vou começar uma dieta nessa mocinha já já se não parar de comer assim. – Ela me olhou manhosa e eu apertei suas bochechas. – E você ainda pagou tudo?
- Não acostuma! – Ela me deu um tapa no braço e eu revidei em sua perna, enquanto ríamos.
Eloá foi embora e Luan disse também que já iria.
- Então se despede do Luan e vai pro banheiro que eu já vou lá te dar um banho, filha. – Ela concordou e deu um abraço apertado nele, junto de um beijo melado.
- To indo, então... – Ele disse, assim que avistamos Eduarda acabar de subir o ultimo degrau da escada.
- Te levo até a porta. – Fomos até a porta, enquanto Luan ria de algo. – O que foi?
- É que...Bom, quando a pessoa leva a outra até a porta, quer que ela volte. – Ele dizia, enquanto mexia nos seus cabelos da nuca.
- E só por isso tá rindo? – Sorri, também. – Eu quero que você volte!
- Quer mesmo? – Ele fez charme e eu assenti. – Então sábado está de pé?
- Você tem a minha palavra!
- Nem falamos pra Duda.
- Depois eu falo pra ela, tenho certeza que vai amar.
- Que bom! – Como sempre, o silêncio constrangedor entre nós, veio a tona, me deixando completamente sem jeito. – Então... – Acho que ele falaria mais alguma coisa, mas optou por não dizer nada e só fez.
Me beijou pela segunda vez naquele dia e eu retribui com mais desejo que o primeiro.
O beijo durou bastante segundos, até que a falta de fôlego nos venceu e nos separamos.
Ele arrumava meu cabelo, que com certeza deveria ter bagunçado muito e eu tentava tirar o vermelho que estava em sua boca, mas estava difícil de sair.
- Me liga pra dizer a hora do show? – Ele assentiu.
- Vou te falar a hora que passo aqui pra te pegar.
- Eu posso ir sozinha com Duda.
- Eu faço questão de levar vocês duas. – Ele sorriu.
- É muito longe?
- Macaé, interior do Rio de Janeiro.
- Eu sei onde fica. Já fui pra lá.
- Esqueci o quanto você é viajada.
- Nem tanto! – Ri fraco e olhei para baixo, com a velha mania quando fico sem jeito.
Ele levantou meu queixo com a mão.
- Adoro quando você faz isso, fica sem graça.
- E você conseguiu me deixar mais ainda! – Ele riu e eu o acompanhei.
- Então...Até sábado?
- Até sábado! Vamos ir pro Rio de avião, não é?
- Isso. Vamos no meu jatinho pro Rio e depois pegamos estrada.
- Tem certeza que não vai te atrapalhar? – Me preocupei e ele alisou meu rosto.
- Não vai! Eu juro!
- Ninguém vai achar ruim? – Fiz careta.
- Para com isso! Ninguém vai achar ruim, até porque, a única pessoa que tem que achar algo ruim sou eu. – Ele disse divertido.
- Essa sua resposta não me convenceu muito...- Ele me deu um selinho rápido e acenou, enquanto andava de costas, em direção ao seu carro.

- Até sábado! – Vi o movimento de seus lábios e sorri retribuindo o aceno.


Comentários anteriores, respondidos (; Estão gostando, tchutchucas? rs
Espero que sim! Beijãao!