Capítulo 19

*

Depois do dia que vi a foto de Carolina em Ibiza e fiquei pensativo o resto do dia, tomei uma decisão, que falaria para todos assim que chegassem, aliás, eles também dariam a opinião deles e dependendo, meus planos não estariam concluídos.

Assim que chegaram a empolgação da minha irmã era tanta, falando das compras que fez com suas amigas e marcando para irem em outras lojas no outro dia, que até desanimei.

Fui dormir sem saber o que fazer, ela queria tanto aquela viajem e todos pareciam estar gostando tanto, que eu não disse nada.

Então passados cinco dias, depois de muitas compras e com minha irmã já feliz por ter realizado a viagem, na hora do almoço, resolvi falar com todos.

- Então...Eu queria viajar pra outro lugar também. – Eu disse e eles prestavam a atenção.

- Pra onde que ir, filho? Não está gostando daqui? – Minha mãe dizia.

- Não, né? – Bruna revirou os olhos.

- Não é isso! Eu só queria ficar o resto dos dias em uma praia. Sabem que eu gosto e sinto falta de uma. – Meus pais concordaram, o que não era mentira, eu amo praia.

- E pra onde você quer ir? – Minha irmã me perguntou.

- Que tal Ibiza? – Falei animado.

- Ibiza? – Ela parou pra pensar. – Nossa! Lá é incrível, eu topo! – Ela disse, me fazendo sorrir.

- Mas, viajar mais ainda, filho? – Minha mãe dizia, ela não gostava muito de ficar indo pra lá e pra cá dentro de um avião.

- Fica tranqüila, mãe. É pertinho daqui.

- Sério?

- País vizinho, um pouco mais de duas horas de viajem. – Eu disse convicto.

Eu já tinha pesquisado tudo pela internet e me animei mais ainda de saber que a Espanha ficava tão perto da França.

Todos adoraram a minha idéia e ficaram entusiasmados com a minha proposta, então, no mesmo dia embarcamos para Espanha.

- Agora tá todo mundo feliz, não é, Luan? Bruna já comprou a França toda e você mais feliz por estar indo para a praia. – Meu pai disse dentro do avião, nos fazendo ri.

(...)

Estava me arrumando para encontrar as meninas, para a festa que teria na praia. Depois de muito custo, consegui convencer Carolina, mas ela disse que voltaria para o hotel bem cedo e isso eu não pude protestar por Eduarda ser muito pequena.

Bati no quarto delas e a vejo saindo por último, linda, com uma saia vinho, com uma sandália de pedrinhas nos pés e uma blusa de alça, com um avantajado decote.

O pessoal não quis ir a festa e falaram que ficaram na área de lazer do hotel mesmo, experimentando todas as delícias daquele hotel.

A praia a noite, nem parecia a mesma que era durante o dia. Eles mudavam tudo e todos nós ficamos surpresos. Era uma festinha agradável, com música ao vivo e como eu havia falado para Carolina, tinha várias crianças brincando na beira do mar.

Começamos a conversar nós três e as crianças, foram brincar na areia também, com mil e uma recomendações de Carolina para Lara. Eu ria de canto, era tão lindo seu jeito de mãe, tão nova e tão responsável.

Até que o papo estava divertido e eu percebi que depois do segundo drink, Carol ficou mais solta e até dava risada das coisas que eu falava, o que me deixava surpreso.

Ela parou com a bebida, alegando ser bem fraca para aquilo, mas continuou daquele jeito alegre, conversando e rindo, me deixando ainda mais encantado por ela a cada segundo.

As horas foram se passando e as meninas voltaram reclamando de fome, então fomos até um restaurante que tinha ali em frente, escolhemos uma mesa ao ar livre mesmo e o pedido era feito lá dentro, então Carolina que foi.

- Eu quero água. – Duda falava.

- Sua mãe já foi pedir. – Eloá disse.

- Deixa. Eu vou lá avisar ela. – Me levantei e fui em direção a Carolina, assim que avistei ela.

Assim que cheguei, vi que ainda não tinha sido atendida e um homem que pegava refrigerante na geladeira pra uma outra mulher, secava ela com os olhos.

Olhei para ele de cara feia, até que ele percebeu e se virou para frente.

- Carol... – Coloquei a mão em sua cintura e ela se assustou.

- Oi.

- A Duda quer água.

- Ah...Eu vou pedir, então. – Ela me olhou sem jeito e voltou a se virar para frente.

Não sai de trás dela e nem tirei a mão de sua cintura, assim que vi que o homem que quase a comia com olhos, iria lhe atender.

Ela fez nosso pedido e ele sorriu de lado, antes de ir pegar nossa bebida.

- Você é brasileira, não é? – Ele voltou falando.

- Sou sim. – Ela sorriu sem graça.

- Sabia, só as mais belas moças daqui são do meu Brasil. – Ele lhe lançou um olhar e na hora de entregar as bebidas, secou seu decote.

Apertei minha mãe de leve em sua cintura e quando ela se virou, me olhou franzindo as sobrancelhas.

Voltamos para mesa e voltamos a conversar e não demorou muito para a comida chegar, que por sorte, não tinha sido aquele homem que foi entregar.

Voltamos para a praia e Eduarda caia os olhinhos de sono.

- Acho que já vou. – Carol, me olhou. – A Duda tá com muito sono. – Ela sorriu olhando a filha.

-Vamos fazer assim...- Eloá a interrompeu. – Eu vou com as meninas e depois você vai.

- Não! Primeiro que não é justo com você e depois, eu vou ficar sozinha? Que graça tem?

- Nossa! Obrigado pelo ninguém. – Falei brincando e ela me olhou completamente sem jeito.

- Eu...Não quis dizer isso. – Ri.

-Tudo bem! Mas vamos ficar mais um pouco? Daqui a pouco já vamos. Eu não to sem sono. Não quero ficar sozinho.

- E a sua família?

- Com certeza já foram dormir. – Ela me olhou por alguns segundos.

- Tudo bem! – Suspirou. Eloá sorriu e piscou para mim, que retribui.

Se despediram e eu a chamei para dar uma volta pela praia.

*

- E aí...Tá gostando? – Luan me perguntou, com a mão nos cabelos, enquanto andávamos pela praia.

Depois de muito insistência, eu resolvi ficar com ele ali.

- (risos) Tô e você? É tudo lindo aqui, não é?

- Demais! – Ele olhou o mar e logo depois me olhou.

- O que foi aquilo no restaurante? – Segurei o riso.

Eu tinha entendido tudo, mas queria deixar ele sem graça e acho que consegui.

- Hã? – Ele se fez de desentendido.

- Nada! – Ri da cara dele e ele se calou. – Queria um sorvete.

- Vamos pro hotel? Lá tem um ótimo! – Ele disse e eu assenti.

Voltamos para o hotel e ficamos sentados, em frente a piscina, enquanto comíamos.

Estávamos sozinhos ali, com uma luz azul que iluminava o ambiente, deixava tudo ainda mais lindo.

- Pensei que você tinha ido passar as férias em outro lugar. – O olhei.

- Ah...Como sabe que eu tinha ido pra outro lugar?

- A Lara me disse que você postou ao na sua rede social.

- Eu fui. Mas eu não dispenso uma praia e essa era a mais próxima.

- Tava a onde ?

- Em Paris.

- Lá é muito lindo! – Sorri, me lembrando das vezes que ia com meus pais e passava o dia todo fazendo compras com minha mãe.

- É sim...Existe algum lugar nesse mundo que você ainda não tenha ido? – Ele me olhou erguendo uma sobrancelha e eu sorri.

- Existe muitos! Eu gosto de viajar mesmo, me faz bem!

- Eu também...As vezes pra relaxar e eu prefiro pra fora do país, não só por futilidade, mas é que as vezes eu quero sair sem formar um tumulto em minha volta.- Gargalhei.

- Vai dizer que você não gosta das mulheres se batendo por você? – Bati em seu braço e ele riu.

- Claro que gosto! Já to sentindo saudades. – Parei pra pensar e olhei para nós ali.

Ha alguns dias atrás, eu estava morrendo de raiva daquele homem. Eu não sabia o que ele estava fazendo comigo. Ainda não era paixão, atração, muito menos amor.

Mas uma coisa eu não posso negar, ele já me fazia bem. Já me arrancava um sorriso do nada, eu gostava da sua companhia, da sua amizade.

- Que calor! – Comentei. Realmente estava muito quente.

- Tenho uma idéia. – Ele me olhou travesso.

- O que?

- Bora dar um mergulho? – Parei pra pensar e um barulho me tirou dos pensamentos.

O Luan tinha se jogado na piscina e eu sorri, assim que o vi voltando para cima.

Me sentei na borda, com os pés pra dentro da água.

- Nem sei se eu vou e você já se joga?

- Eu ia te trazer comigo, mas fiquei com medo.

- Medo?

- De você me bater, talvez...De não ficar mais de boa comigo, como tá agora.

- (risos) Eu ia te bater mesmo!

- Você é muito brava, muié!

- Você tá gostando que eu to de boa com você? – Lhe olhei.

- To! Eu já disse que gosto de você, da Duda, agora gosto da Larinha e da Eloá. – Sorri sem mostrar os dentes. – Quero que sejamos pelo menos amigos.

- Você não vai desistir nunca, é?

- Não! Já disse que gosto de vocês! – Ri.

Mas logo parei, quando vi que me encarava com seu olhar penetrante.