quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Capítulo 16




- Vamos levar ela pro hospital, vai demorar muito pra ambulância chegar.
- Eu to sem carro, vim de carona e...
- Eu levo! Vamos! – Ele se levantou rápido e pegou Duda no colo.
Fomos correndo até meu carro e pedi para que Well acelerasse para o hospital e assim ele fez. Sorte, que o transito não estava ruim.
Os enfermeiros logo levaram a pequena, que entrou chorando, e nos mandaram aguardar.
- O que aconteceu com ela? – Repeti minha pergunta de algum tempo atrás.
- Já disse, ela tava bem...
- Mas o que fizeram?
- Nada! Ela só comeu.
- Como o que? Camarão?
- Como sabe? – Ele me olhou espantado. Neguei com a cabeça.
- Ela tem alergia a camarão. – Eu disse sério.
- Eu não sabia... – Ele passava as mãos pelos cabelos. – Espera! Como você sabe disso e eu não?
- A Carolina me contou um dia desses.
- Nossa! Carolina! Vou ligar pra ela, antes que ela me mate ainda mais. – Ele se levantou rápido e falou tudo embolado com ela no telefone, com certeza, deve ter quase a matado do coração de susto.
Em poucos minutos Carolina chegou apressada e se assustou completamente quando me viu. Chegou tão rápido, que eu poderia pensar que ela tinha voado por cima da cidade, para ter chegado no outro lado, onde ficava o hospital.
- Marcelo, o que você fez com a minha filha? – Ela finalmente olhou para ele.
- Eu não fiz nada, tá? Ela comeu camarão e...
- Comeu o que? Ah, que vontade de te matar! Eu não acredito!
- Você já me disse isso algum dia? – Ele também se estressou.
- Se você fosse um pai presente, saberia! – Ela falou baixo e devagar, mas acredito que sem pensar, por suas palavras terem sido tão duras.
- Até ele sabia disso! – Ela o ignorou e se sentou do meu lado.
Eu permanecia calado e só falaria quando se referisse a mim, o que não demorou.
- O que está fazendo aqui? – Ela me olhou.
- Eu estava no escritório e vi ela passando mal, eu que trouxe eles.
- Estava no escritório?
- Fui ver um advogado. – Cocei a nuca e ela não respondeu mais.
- Você viu ela comendo?
- Não! Se não iria avisar a ele.
- Cara! Que ódio de você, Marcelo! Sabe quando minha filha passa mais dias assim com você? Nunca!
- Para com isso, Carolina! Foi um acidente, eu não sabia! E claro que vai passar sim, porque eu tenho direito, sou pai dela, pago pensão, eu cumpro meus deveres.
- Será que cumpre mesmo? – Ela lhe olhou irônica.
- E você ? Só sabe reclamar! Quando eu não via  menina sempre, reclamava, agora que eu quis que ela passasse o dia comigo, tá reclamando.
- Se você não fizesse tanta merda... – Ela bufou. – E o que estava fazendo no escritório, se não ia trabalhar?
- Só fui colocar uns papeis lá. – Lhe olhei e realmente ele não estava de terno e gravata, como os advogados.
- Ainda bem que foi lá também! Você sozinho com a menina passando mal, quero bem pensar...
- Obrigado, Carolina! – Ele sorriu irônico.
- É a verdade! Aceite! – Ela olhou para Rober, meu pai e Well, que estavam do meu lado.
- Ah! Esse é o meu pai, o Well e acho que o Rober você já conhece. – Falei sem jeito, por lembrar como ela conheceu o ele.
- Me desculpem! Estou nervosa! Prazer! – Ela falava bem mais calma, para eles, que sorriram.
- O que é isso, minha filha! Sou pai de dois e sei como é. – Meu pai sorriu e ela retribuiu.
- É duro o pai da sua filha ser assim... – Ela revirou os olhos e Marcelo fez careta.- Ah! Conheço a sua mulher, muito simpática! – Ela tentou ser simpática.
- E eu já te conhecia também, só de nome, mas já. – Lhe cutuquei e ele olhou pra mim rindo.
- Ah...- Carolina pareceu sem graça.
- A sua filhinha é muito linda!
- Obrigada, seu...
- Amarildo! Mas sem o “seu”. – Ela sorriu assentindo.
O médico chegou na sala e disse que já estava tudo bem com Duda e que realmente foi uma crise alérgica das bravas. Ele deixou todos entrarem para lhe ver, inclusive, meu pai, Well e Rober, que quiseram entrar.
- Mamãe! – Escutamos a voz dela, assim que Carolina entrou no quarto. Foi a primeira.
- Está tudo bem, meu amor? – Ela assentiu.
- Não quelo isso aqui! – Apontou para o soro que tomava, fazendo bico.
- Vai ficar pouco, só pro neném ficar bem.
- Eu to dodói?
- Não! Acredito que logo vamos pra casa! Foi só porque você comeu aquele bichinho, já passou! A mamãe já cansou de falar que não podia, Duda!
- Mas o papai me deu e eu pensei que agora podia!
- Não pode, entendeu? Nunca! Se não vai ter que vir pro hospital.
- Tá bom! Luan... – Ela sorriu e eu me aproximei.
Esticou seus bracinhos e eu me prontifiquei a lhe abraçar.
- Tudo bem, pequena?
- Tudo! Quanto tempo! Eu quase morri de saudades! – Ela falava de um jeito engraçado, que me fez ri.
- É que...Eu to fazendo muitos shows.
- Promete que vai me ver sempre? – Ela pareceu ignorar a minha fala.
- Eu...prometo! Sempre que puder vou te ver!
- Sabe o que eu quero?
- O que?
- Ir em um parque de diversões de novo! Naquela bola bem grande! – Ela abriu os braços e todos nós rimos. Se referia a roda gigante.
- Nós vamos sim!
- Você foi quando em um parque de diversões? – Marcelo perguntou.
- Ah! Não lembro...- Ela deu de ombros. – Mas foi muito legal, não foi, Luan?
- Foi sim! – Respondi sem jeito. Com certeza ele não gostaria nada daquilo.
Não o julgo, eu também não gostaria se fosse a minha filha, saindo com outro homem assim. Mas a minha ligação com ela era tão grande, eu gostava demais daquela pequena.
Acho que era coisa do destino mesmo.
Conversei mais um pouco com Duda, mas logo meu pai me chamou para irmos embora, eu já nem ligava mais para hora, de tão bom que era poder ficar perto dela, escutar aquela voizinha falando meu nome. Nem me dei conta de que Carolina tinha saído do quarto e naquela instante, entrava e Marcelo, também já não estava ali.
Me despedi de Duda, alegando que iria lhe visitar em casa e realmente eu estava querendo fazer aquilo e de Carolina, com um aceno. Ela não me expulsou dali, mas também não estava sorrindo á toa pra mim, resolvi não arriscar demais.
No carro, meu pai puxou assunto.
- Muito simpática a moça! – Somente assenti com a cabeça.
- Vocês brigaram? Nunca mais sumiu nos dias de folga e pelo que a pequena disse, tem tempos que não se vêem.
- Não, falta de tempo...só.
- Sei! – Ele não pareceu acreditar. – Se a mãe dela deixar, leva ela pra passar um dia lá com a gente. Sua mãe e sua irmã adoram crianças! – Assenti sorrindo. – Duda, não é?
- Isso! Eduarda!
- Ela parece gostar bastante de você.
- E eu gosto muito dela também, pai.
- Sei que sim! Te conheço! – Ele riu e eu também. – Se eu te conhecesse hoje lá com ela, iria dizer que seria o pai dela e aquele moço, um completo estranho.

- Não fala isso nem brincando, que se ele fica sabendo, me mata! – Arregalei os olhos e meu pai gargalhou.

6 comentários:

  1. Ah ta bom que o motivo do encontro não foi dos melhores neh ?!? Tadinha da Dudinha, mais pelo menos agora o Luan vai começar a se aproximar delas de novo, pelo menos é isso que eu espero rsrsrsrs !! Continuuua !!

    ResponderExcluir
  2. Ahhhhhhhh Queria Um Encontro dos Dois ;x Espero Que O Luan Reaproximar Da Duda e Da Carol De Novo *-*

    ResponderExcluir
  3. Duda dando uma de Luana agora? Kkkkkk tendo meus ataques dr alergia.
    Eu não gosto desse marcelo, n sei pq mas n gosto uaushaushauhsau

    ResponderExcluir
  4. Esse Marcelo é um idiota, ele deveria saber mais sobre a filha..
    Será q Carol vai deixar o Luan visitar a Duda msm ? Acho q sim

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Ah Carol tem q deixar o luan visitar a Duda agr eeem

    ResponderExcluir