Capítulo 18

Quinto dia em Ibiza e acordamos animadas naquele dia. Primeiro passamos em vários lugares, especialmente, de roupas e sapatos, claro.

- Sério que você vai me dar isso tudo, prima? – Lara dizia, feliz.

- (risos) Vou sim! Gostou?

- Tá brincando! Eu amei! Obrigada! – Ela me abraçou forte, quase me derrubando.

- Mal de família, é? Até Dudinha já adora uma compra. – Eloá disse.

- Olha só quem fala! – Rimos.

Voltamos para o hotel e por insistência de Eduarda, fomos para praia. Eu queria ficar pela área de lazer do hotel mesmo, por já estar quase no final da tarde, mas não teve jeito, a pequena já adorava um mar, desde seus seis meses, quando a levei pela primeira vez na praia. Me lembro como meus pais estavam felizes com a netinha e nos divertimos muito.

O sol já estava passando e a praia já estava bem mais vazia do que as outras horas, mas ainda sim tinha bastante gente.

Tomávamos uma água de coco, quando vi Eduarda descendo de sua cadeira e correndo para alguma direção.

Já estava pronta para me levantar e ir atrás dela, quando ouvi o que dizia e olhei para trás.

- Luan! – Não acreditei quando o vi ali.

Ele sorriu e se abaixou, esperando para que chegasse perto dele.

A pegou no colo e ela o abraçou forte, antes de começar a conversarem. Ele lhe perguntou alguma coisa e ela apontou na nossa direção.

Mesmo estando de óculos escuros, eu sabia perfeitamente que ele me encarava.

Um frio na barriga me atingiu, quando vi que andavam na minha direção.

Disfarcei e continuei a beber minha água de coco.

Lara, mexia no celular entretida e eu dei graças a Deus e Eloá, comprava um picolé um pouco mais a frente, mas logo voltou.

- Luan? – Ela disse e no mesmo instante que escutou esse nome, minha prima se virou para trás e só faltou cair da cadeira quando o viu ali. Acho que ela nem acreditava direito.

- Luan? – Ela disse baixo. – Luan Santana? – Disse mais alto e se levantou.

- Oi, tudo bem? – Ele sorriu.

- Você tá bem, Lara? – Fiquei preocupada e ela apenas assentiu com a cabeça.

- (risos) Lara! – Eloá a balançava e enfim, ela nos olhou. – Ela é sua fã, Luan. – Minha amiga explicou e ele colocou Duda no chão.

- Ah...Dá um abraço aqui, vai! – Sem pensar duas vezes, ela correu pros seus braços e deram um longo abraço.

- Eu...Nem acredito! – Ela me olhava sorrindo, ainda agarrada a Luan.

- É...Você que queria entrar no meu camarim aquele dia? Me desculpa, viu? Eu tava muito atrasado! – Ele se lembrou daquele dia, me fazendo bufar por dentro e fazendo Lara achar aquilo o máximo, por ele estar dando explicação.

- Você se lembra? – Ela perguntou animada, enquanto ele assentia.

- Tudo bem, Carol?

- Tudo e você? – Sorri sínica pra ele.

- Tudo ótimo...Melhor agora, não é, Dudinha? – Minha filha assentiu sorrindo.

- Eu quero um picolé desse também, tia! – Ela falava com manhã.

- Bora lá comprar, que eu também quero. Você quer, Larinha? – Luan olhou minha prima, que o olhava boba.

- Ah! Você sabe meu nome...

- Ele ouviu, não é, Lara! – Eu disse e Eloá me cutucou.

- Para de querer quebrar o encanto da menina. – E sussurrou, me fazendo revirar os olhos.

- Então, vamos? – Elas concordaram e saíram de mãos dadas com Luan, rumo ao carrinho de picolé.

- Eu não to acreditando nisso! – Falei devagar.

- É o destino! – Eloá gargalhou.

- Cara, que ódio! Até quando eu quero relaxar! – Bufei.

- Para com isso, Carolina! A Lara e a Duda ficaram tão feliz e eu achei ele tão gentil.

- Ah, ele é muito gentil mesmo! – Eu disse com voz de enjoada e ela riu.

Eles voltaram e se sentaram conosco.

Lara, se sentou ao lado do Luan, claro, e apoiou seu braço em sua perna. Vi que Eduarda, que estava em pé ao seu lado, a olhava.

- Sai! – Ela empurrou o braço da minha prima que se assustou e se enfiou no meio das pernas do Luan, que a sentou em seu colo.

- O que é isso, Eduarda? – Ela me olhou cruzando seus braços.

- Ah...Ela não degruda do Luan, mamãe. – Ela me olhava emburrada.

Luan e Eloá gargalharam.

- Tem Luan pras duas, calma! – Ele disse e eu revirei os olhos, me virando pra frente.

- É...Calma, Duda! – Lara disse e minha filha se encostou no Luan, fingindo que não tinha ouvido.

Ficamos ali mais algum tempo, que pra mim, foi uma eternidade. Eloá puxou papo com Luan e começaram a conversar sem parar. Acho que ele tinha ido com a cara dela.

Eu não dizia uma palavra e as vezes revirava os olhos, com a conversa dos dois.

- Em qual hotel você tá? – Ela perguntou, assim que resolvemos ir embora. Já a noite.

- Nesse aqui! – Ele apontou o dedo para o hotel em que estávamos e eu olhei para cima, perguntando mentalmente o por que daquilo.

- Que ótimo! Estamos aqui também!

- Você vai dormir com a gente?

- (risos) Não, Dudinha. Mas acho que vamos nos ver todos os dias, tá bom? – Ela concordou.

- Então mais tarde...

- Hoje, não! Estamos cansadas! Vamos ficar no quarto mesmo. – Cortei minha amiga, que me olhou feio.

- Tudo bem! – Luan me olhou sem graça. – Amanhã a gente se encontra na piscina do hotel?

- Pode ser!- Eloá e Lara respodenram.

Enfim nos despedimos e fomos para o nosso quarto.

Me joguei na cama  q já ia xingar o Luan e reclamar com Eloá marcando de nos encontrarmos, quando lembrei que Lara estava ali e não sabia das coisas que já tinha nos acontecido e lógico que não seria eu a lhe contar. Deixei quieto e pelo menos aqueles dias, iria relevar aquilo tudo, ou tentar.

Acordamos no outro dia e como o combinado, fomos para piscina do hotel, confesso que estava mais animada naquele dia.

Tomamos café do lado de fora mesmo e não demorou para avistarmos Luan. Ele estava lindo, com uma camisa preta, de boné verde, sua bermuda branca e com um sorriso gigante no rosto.

Só então, fui perceber que ele não estava sozinho, vinha acompanhado de uma menina loira, que ria de algo que ele falava, sua mãe, que eu nunca esqueci e um homem ao lado de sua mãe, que eu imaginei na hora ser seu pai. Fora mais duas moças do lado da loira, uma morena e a outra também de cabelos claros e um casal jovem também, que se abraçavam.

Era só o que me faltava, ele estava ali com a família e caminhavam em nossa direção.

Como no dia anterior, assim que Eduarda o viu, saiu correndo para o abraçar e todos que estavam com eles se assustaram, mas ele a pegou no colo e falou algo para eles, que logo sorriram, com certeza falando quem ela era.

- Não acredito! – Lara exclamou do meu lado. – O pai, a mãe e a irmã do Luan. Que tudo!- Olhei para Eloá, que só ergueu as sobrancelhas pra mim.

- Oi, gente! – Olhei em sua direção e ele já estava do meu lado.

Eloá cumprimentou a todos primeiro, sempre muito simpática e ofereceu a mesa para que se sentassem, mas eles disseram que iriam para praia. Lara não escondeu o quanto era tiete e eu quase morri de vergonha, com ela pedindo para tirar fotos com todos e eu, como uma boa moça e usando toda educação que meus pais me deram, também sorri simpática.

- Estão aqui faz tempo? – Puxei assunto.

- Não...Chegamos ontem! – A mãe dele respondeu. – Me lembro de você. – Ela era bem simpática.

- Eu também me lembro da senhora! – Eu ri fraco.

Só então Luan se deu conta que não tinha apresentado ninguém, fazendo todo mundo rir e começou a falar os nomes de todos.

Eloá falou seu nome também e Lara o seu.

- Você nem precisa, não é? Já falei de você lá em casa. – Sua mãe brincou.

- É ? Foi bem? – Brinquei também e ela concordou.

Eles logo se despediram de  nós e foram em direção a praia, Luan se sentou em uma cadeira.

- Eduarda! Deixa o Luan em paz! Meu Deus! – Ela não desgrudava dele um só minuto.

- Me deixa, mãe! – A olhei feio.

- Eu adoro essa coisinha no meu pé! – Luan apertou sua barriga e ela riu.

Ficamos algumas horas ali e dessa vez, até eu falei um pouco, lógico que não muito, mas falei também. Entramos na piscina também e confesso ter ficado vermelha, quando vi seu olhar em cima de mim.

Ficamos o dia todo na piscina naquele dia e pelo menos pra mim, ter passado aquele tempo ao lado dele, não tinha sido tão ruim.

Mas antes do elevador parar no nosso andar ele nos convidou para uma festinha que teria na praia.

- Nem ficamos sabendo... – Eloá comentava.

- Eu não sei! – Disse. – Tem a Lara e a Eduarda.

- Ei! Não sou mais criança, prima! – Revirei os olhos e Luan riu.

- Nem eu! – Minha filha concordou.

- Desculpa então, adultas!

- Vamos, vai! Vai ter criança lá porque não termina muito tarde. – Ele insistia.