Capítulo 7

Fui pro camarim depois de um show e me assustei quando Rober disse que Carolina estava ali e queria me ver.

- O que ela quer?

- Disse que quer conversar com você...

- Fala com ela que eu não posso.

- Tudo bem! – Ele saiu do camarim.

Não queria mesmo falar com ela depois daquele toco que ela me deu.

Eu achava ela diferente de todas mesmo, não menti quando disse que estava gostando dela. Mas não acreditou, me chutou e me humilhou, pra que eu ainda iria querer olhar na cara dela?

Rober voltou depois de um tempo e disse que ela dizia que não queria conversar, mas sim, levar uma prima dela, muito minha fã, pra me conhecer.

Ainda pensei um pouco, mas realmente eu queria dá aquele castigo nela.

- Diz que não e pronto, Rober! – Ele saiu novamente.

Voltou de novo, só que com uma cara não muito boa.

- Ela disse um monte de besteiras! – Fez careta.

- Tipo o quê?

- Tipo que, ela também não queria olhar na sua cara nunca mais, só queria trazer a prima dela que veio de longe pra te ver. – Bebi minha água sem responder nada. – Ela é bem...Bonita, não é?

- É! Pena que se acha!

- Você tá assim com ela só porque ela te deu um pé? Que você não recebia a anos? – Ele riu fraco.

- Não é só por isso! – Bufei. – Ela é muito da mal educada, disse um monte de coisa pra ela e ela sempre fria comigo. Ignorante! Agora que precisa de mim vem atrás? – Ri irônico.

- Você que sabe! – Ele deu de ombros.

Voltamos para o hotel e naquela noite resolvemos ir em uma balada, que foi ótima e durou mais que eu esperava, por conta de entrevistas que dei e mulheres que não desgrudavam de mim. A boate era bem famosa.

*

Acordei no outro dia primeiro que todo mundo na casa, até Marcelo tinha dormido ali.

Me joguei no sofá e bufei lembrando da noite anterior, de Luan não querer atender a própria fã. Sabia que ele era fútil, como qualquer outro cantor famoso metido a besta, mas não tanto assim, que não agüentava nem tomar um “não” de uma mulher.

Ouvi um barulho na escada e Helen, logo se aproximou e se sentou do meu lado.

- Fala o que rolou ontem, vai!

- Hã?

- Não colou pra mim aquela história de que Luan já tinha ido embora. – Ela fazia careta.

Era aquilo que eu tinha dito pra minha prima, claro, não precisava decepcionar a menina por conta daquele ídolo dela.

- Bom dia pra você também! – Sorri irônica.

- Não muda o assunto! Ainda mais depois da cara que você ficou, da cara que está agora. Sei que tem algo!

- Minha cara está tão ruim assim? – Suspirei. – Tá bom! Ele disse que não podia atender.– Revirei os olhos. – Eu disse primeiro que queria conversar com ele, mas depois eu disse a verdade e o homem da produção dele foi perguntar de novo e mesmo assim não aceitou.

- Mesmo dizendo que era pra sua prima? – Assenti. – As vezes ele achou que era mentira sua. – Ela deu de ombros.

- Me poupe, Eloá! Pra que eu iria querer ver aquele idiota? – Lhe joguei uma almofada.

- Ah para! Ele é gatinho, um dia você cai na real.

- Cai na real de que?

- De que você tá perdendo!

- Me erra! – Revirei os olhos e ela riu.

Todos acordaram e tomamos um belo café da manhã juntos. Marcelo foi embora alegando voltar de noite para comermos uma pizza.

Tia Vanessa me ligou e disse que pegaria Lara as 10:00hrs, então ficamos vendo televisão enquanto esperávamos meu tio.

Assim que chegaram, se despediram de nós e Lara cochichou no meu ouvido que quando voltasse iríamos tentar que ela visse Luan de novo. Assenti sorrindo, mas só por fora.

Eloá foi passear com Eduarda a tarde e eu preparei o almoço. Marcelo também voltou.

- Você não voltaria de noite?

- Resolvi pegar um rango! – Ele se sentou na mesa.

- Pra variar, não é? – Revirei os olhos e ele fez careta.

Almoçamos e passamos a tarde inteira vendo DVD. Até Eduarda assistiu tudo sem dormir e ainda nos obrigou a ver galinha pintadinha por último.

A noite, como o prometido, Marcelo pediu pizza e sorvete de sobremesa, enquanto víamos um programa de fofocas de famosos na TV.

- Luan Santana, em tratamento psicológico?- O repórter disse e eu pedi que Eloá aumentasse o volume. – Foi descoberto a pouco tempo que o cantor estaria com problemas psicológicos, será? – Rodou a vinheta e Luan aparece pra uma entrevista.

Parecia a entrada de uma boate, que eu até freqüentava antes de ter Duda.

- Luan, é verdade que você está em tratamento com psicólogo ?

- Então... –Ele coçou a nuca- Realmente eu estava. Minhas fãs descobriram, não sei como, mas descobriram. – Ele riu fraco. – Mas não to em depressão nem nada, eu só quis ir mesmo pra desabafar e até para conversarmos como amigos.

- Ah, que bom!

- (risos) Já até parei de ir, nada demais!

- E...É um psicólogo ou uma psicóloga? – O repórter brincou e Luan riu.

- É uma mulher, é mulher.

- É bonita?

- (risos) É uai!

- Então...

- Ela é casada!

- Você gostaria de ter uma namorada psicóloga?

- (risos) Do jeito que vim nós aceita! Brincadeira! Inclusive, acabei de ver ela passando com o marido.

- Está aqui?

- Está sim!

- Pode dizer o nome dela?

- Querem perguntar meus segredos pra ela, é?

- De jeito nenhum! Só queremos ver se é bonita mesmo!

- (risos) É Silvia...Valeu, galera! – Ele saiu arrastado pelo segurança, o Rober e a mulher parecia sua assessora.

Olhei para Eloá que me olhava de boca aberta.

- Mas...

- Não me pergunta que eu não sei! – Fiz careta.

- O que foi? – Marcelo se intrometeu.

- É que, quem era a psicóloga do cantor era a Carol.

- Eloá! – Fuzilei ela com os olhos.

- Nem ligo! Falo mesmo! Ele mentiu que era outra psicóloga. Pra quê?

Só por que está com raivinha? – Ela revirou os olhos.

- Raiva de que?

- Ele queria uma chance... – Joguei uma almofada na cara da linguaruda.

- Com a Carol? – Marcelo gargalhou.

- Vamos esquecer esse cantor, não quero me envolver com esse tipo de gente, que bom que não disse o meu nome! Ele é um idiota! Graças a Deus nunca mais eu vou encontrar com esse traste!