sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Capítulo 136




Dez minutos depois, de pura agonia para mim e parecia ter levado uma década, o médico saiu do quarto de Carolina.
- O que aconteceu, doutor Mário?
- Ela teve uma parada cardíaca, Luan.
- Ai meu Deus! Tá tudo bem?
- Agora sim...Foi um milagre, viu? O coração dela parou por seis minutos e voltou ao normal do nada. – Respirei aliviado, mas ao mesmo tempo preocupado.
- Será que isso ainda pode acontecer?
- Tudo pode acontecer. Tudo! – Não sabia mais o que fazer.
- Eu posso voltar pra dormir com ela, não é?
- Pode sim...Já está tudo estável de novo. – Ele se despediu e me deixou ali.
Entrei no quarto e as enfermeiras já saiam. Não estava acreditando que aquilo estava acontecendo e mais, que podia acontecer coisas piores do que aquela.
No outro dia, fui acordado pela minha irmã, ela estava com meus pais ali e o Rober, com um lanche em uma sacola.
- Seu café da manhã. – Agradeci com um sorriso fraco e me sentei direito.
- Luan, vai pra casa descansar melhor que a sua irmã vai ficar aqui. Depois você volta. – Meu pai disse e Bruna assentiu.
- Tudo bem...Vou acabar de comer.
- Que carinha é essa, meu filho? – Minha mãe se aproximou. Sempre me conhecendo melhor que ninguém.
- A Carol teve uma parada cardíaca de madrugada, por seis minutos. – Todos ali ficaram em silêncio e eu voltei a comer, encarando o chão, antes que chorasse.
- E já está tudo bem, não é?
- Está sim... – Suspirei. – O médico disse que foi um milagre.
- Foi e vai ser quando ela acordar sem nenhuma seqüela, meu amor. Você vai ver! – Ela me abraçou e beijou o alto da minha cabeça.
- Eu to rezando pra isso, mãe.

(...)

Lá estava eu no hospital angustiado como sempre durante aqueles sete dias. Carolina estava com um problema na coagulação do sangue e teria que receber sangue.
Logo no dia que eu precisei ir até o meu escritório resolver algumas coisas, minha mãe ficou no hospital com ela e me ligou dizendo que o médico disse que ela teria que receber sangue urgente. Eu me desesperei e fui para o hospital correndo.
- Eu sou compatível? – Não acreditei e ele assentiu.
- É sim!  - Eu chorei de felicidade, eu mesmo iria poder doar meu sangue para ela.
Depois de tudo resolvido, eu fui tirar sangue e eu achava que esse problema já estava resolvido, mas não foi bem assim.
Depois de dois dias, eu estava no hospital com ela e o médico veio dizendo que ela ainda estava com problema na coagulação do sangue e precisaria de mais sangue.
Eu doei o meu, até onde eu pude, e depois tive que correr atrás de mais gente.
Seus tios e primos também doaram, para nossa sorte, todos os quatro tinha o mesmo tipo de sangue que ela. E como eu, doaram até onde puderam. Aconteceu a mesma coisa com Eloá, que também doou. Ela estava bem abalada e nem falou direito comigo e já foi embora, não tinha notícias sua, mas pelo que conhecia a amizade das duas deveria estar péssima.
Mais uma semana e de mais sangue precisou. Eu já não achava mais ninguém compatível e o banco de sangue do hospital me ajudou, mas também não tinha muito compatível com ela. Eu só sei que chegou um ponto de eu quase me desesperar com aquilo e postei aquilo na internet.
O que chegou de fãs maiores de 16 anos querendo ver se era compatível com ela, até me assustou. E foi tanta gente, que o médico me disse pra ficar tranqüilo que mais da metade das meninas e meninos eram compatíveis e eu não precisaria mais me preocupar com sangue.
Fiz questão de ir até todos depois, abraçar e beijar um por um. Até chorei com eles, de tão emocionado. Me deram tanta força, era verdadeiro aquele carinho.
Demos as mãos e ali mesmo, na sala de espera do hospital, fizemos uma correndo de oração e eles diziam que iriam espalhar aquilo nas redes sociais, que todos rezariam por ela e que ela sairia bem daquela.
O médico nunca me falava coisas muito duras, acho que ele tinha até pena de mim, mas me disse que realmente ela precisava de oração, o que me assustou um pouco.
- Luan! - Doutor Mário, entrou no quarto.
Eu estava comendo.
- Aconteceu alguma coisa, doutor?
- Olha, estamos suspeitando que a Carolina está com um tipo de infecção.
- Infecção?
- É...Ainda não temos certeza, vamos fazer os exames agora. Só quero te avisar. – Ele conversou mais um pouco comigo e eu tive que sair do quarto, para que os procedimentos começassem.
Liguei para minha irmã, que foi para o hospital me dar apoio e depois de uma hora o médico apareceu.
- Diz que ela não tem nada.
- Olha, infelizmente ela está com uma superbactéria KPC.
- E isso é muito sério?
- É...Ela vai pra uma cirurgia, de risco, no pulmão agora. Sorte que está no começo, pessoas com isso tem que ser isoladas. – Mais uma vez eu me sentei na cadeira sem acreditar.
Bruna começou a perguntar mais coisas ao médico, mas eu confesso que não entendia mais nada do que ele falava. Ela só escutava a palavra cirurgia e risco.
Tudo foi muito rápido e quando eu vi, ela já estava na sala de cirurgia. Meus pais e Bruna ficaram comigo esperando e eu só sabia rezar muito e chorar muito, estava me sentindo sem saída.
Até que depois de algumas horas o médico chegou na sala e disse que a cirurgia tinha sido um sucesso e que pelo visto, ela já estava fora de risco.
O estado de Carolina se estabilizou de novo, sem melhores e sem pioras. Dois meses já tinham se passado e a minha vida continuava a mesma, de casa para o hospital e do hospital para casa. A única coisa que ainda me fazia sorri um pouco, eram meus filhos.
- Mãe, já to indo! – Gritei minha mãe, enquanto pegava a chave do meu carro.
- Tá, vai com Deus! – Ela gritou da cozinha.
Quando abri a porta da minha casa, dei de cara com dois homens prestes a tocar a campainha. Depois de alguns segundos, eu me lembrei de quem se tratavam.
- Eu posso ajudar vocês em alguma coisa?
- Podemos conversar?
- Então, eu estava indo para o hospital.
- É sobre isso mesmo que queremos conversar. Não tem ninguém lá? É rápido.
- Tem, meu pai. – Eu deixei que entrassem e nos sentamos no sofá.
- Olha, ficamos sabendo do ocorrido com a mãe da minha neta.
- É...Foi uma tragédia.
- Ela está melhorando?
- Está em estado estável. Teve algumas recaídas, mas graças a Deus conseguimos superar todas.
- E Eduarda?
- Ela já sabe, pergunta da mãe todos os dias, está triste, já entende bem as coisas.
- Deve estar sendo difícil para ela.
- Sim, para ela e para todos aqui na minha casa.
- Então, eu tomei uma decisão e vim aqui te comunicar. – O senhor mais velho, pai de Marcelo disse.
- O que? – Estreitei os olhos.
- Acho melhor a minha neta ficar comigo, enquanto a mãe dela está em coma.
- Ela está bem aqui comigo. – Eu não gostava do rumo que aquela conversa estava tomando.
- Pode até ser, mas eu acho melhor ela ficar com a família dela de verdade.
- Nós somos a família dela de verdade!
- Não são!
- Somos! Eu sou o pai dela, eu estou criando ela, queira o senhor ou não.
- Você não é nada dela. Eu já entrei na justiça quanto a isso e aqui está... – Ele me deu um papel e eu o peguei para ler.
- Isso...
- O juiz também já decidiu que é melhor para ela ficar com a gente.
- O que?

- Eu conseguiu a guarda provisória da Eduarda.

6 comentários:

  1. Ai meu Deus, eu fiquei sem internet por uns dias e quando volto encontro isso -.-' ai MDS mais um sofrimento para o Luan, eu to com tanta dó dele. Tomara q essa fase passe logo.

    - Mah Bittencourt

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  2. AH Por@, foi pro pau ..
    Quando o Luan falou deles , já estava sentindo q isso iria acontecer,,,
    Coitado do Luan :( Sofrendo pela Carol e agora isso ..
    Só falta ela acordar e não se lembrar dele ..
    Tava olhando aqui , e já li quase suas fic's TODAS , só falta uma , q to lendo agora .. SÃO ÓTIMAS , Parabéns =D
    POSTA MAAAAAIS ♥
    @SonhocomOLuanS

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  3. Anem tô triste só tá acontecendo desgraça qroo a Carol bem logo e q esse avô da Duda va pro inferno #revoltada kkkk

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  4. ai que dó do luh vão tirar a eduarda dele tbm só acho que eduarda n vai querer ir ela n conviveu com eles ai que raiva do pai do marcelo coitadinho do luh continua cátia

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  5. ain mds isso não pode estar acontecendo
    quando achamos que não podia ficar pior, piora tudo :'(
    O juiz não pode separar a duda do enzo, oxiii irmãos não podem ser separados
    carol tem que ficar boa logo :'(
    tadinho do nego
    maissssssssss
    @lightlrds

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  6. Meu Deus, Manoela você gosta de ver a gente sofrer né? Kkkkkk
    A Carolina tem que acordar logo, agora mais do que nunca =/

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