domingo, 11 de janeiro de 2015

Capítulo 143





(...)

*
Era o aniversário do Luan de 30 anos e ele tinha resolvido fazer um churrasco na nossa casa mesmo, Suzi faria um almoço. Eu fui a primeira da casa a acordar e fui arrumar as coisas na piscina, enquanto Suzi preparava as comidas.
12:00 Luan acordou e em minutos seus primeiros amigos foram chegando, junto de seus pais e sua irmã. Nos sentamos na mesa e conversávamos, enquanto sua família e o resto do pessoal não chegava.
- Mãe! – Escutei um grito, seguido de um choro e me levantei suspirando.
- Hoje começou cedo. – Eu ri e eles me acompanharam.
Iria ir para dentro de casa, mas quando me virei Enzo corria na minha direção e eu lhe peguei no colo.
- A Eduarda me bateu, mãe! – Ele chorava de soluçar.
- Te bateu? Por que?
- Só porque eu derrubei um negocio dela.
- Eduarda, vem aqui agora!
- Esse fofoqueiro já foi fofocar, não é? Se fazendo de coitado...
- Eduarda, como você bate no seu irmão assim?
- Eu bati mesmo! Ele não toma cuidado com esse carrinho de controle remoto e derruba todas as minhas maquiagens.
- Olha, se eu souber que bateu no seu irmão mais uma vez, você vai ficar de castigo.
- Claro, porque eu sou sempre a errada. – Ela bufou, revirando os olhos em seguida.
- Eu vou ter que te deixar no quarto hoje, Eduarda? No dia do meu aniversário? – Luan falou e ela o olhou.
- Não...
- Então para! – Ela saiu batendo o pé.
- Não tá fácil essas crianças de hoje não. – Disse.
- Não tá mesmo! Vou pensar duas vezes antes de ter filho. – Bruna disse e nós rimos.
- Tá de pijama ainda, Enzo.
- Acordei agora! – Ele estava com sua inseparável chupeta, na boca.
- Vem que a tia vai te dar um banho e te trocar...
- Depois diz que não quer filho!
- Só gosto de cuidar assim, Carol. Você vai fazendo e eu vou mimando, nem preciso ter filho!
- (risos) Vai nessa! – Ela entrou dentro de casa com Enzo e eu voltei a me sentar ao lado do Luan.
Os convidados foram chegando e logo também a carne, que estava na churrasqueira ficou pronta e eu junto com a minha sogra, Suzi e minha cunhada, colocamos a comida na mesa para que todos se servissem.
Rolou conversa e muita música, que não podia faltar, nem vimos a hora passar. O pessoal começou a ir embora tarde da noite, e nos despedimos dos pais, da irmã e do cunhado do Luan, que foram os últimos a irem embora.
- Nossa meia noite! – Luan disse, assim que me joguei na cama.
- Nem vimos o tempo passar...
- Verdade! Bora tomar um banho?
- To com preguiça. – Fiz careta e ele riu, me puxando pela mão.
Tomamos um banho demorado juntos, cheio de carinho, risadas e malícia.
As crianças já tinham ido dormir a um bom tempo, então fomos também, já que eu estava morrendo de sono, Luan nem tanto, mas ele também quis se deitar.
Era uma quarta feira e Luan já se preparava para ir viajar. Ele estava lançando um CD em estúdio, tinha dado tanta coisa errada que aquilo afetou o humor dele. Estava chato, até as fãs percebiam, já que ele não estava mais fazendo tantas brincadeiras quando se encontrava com elas, sorria forçado e nem nas redes sociais não entrava fazia tempo. Eu que vivia postando foto nossa, ou só dele, para que as meninas matassem a saudade e até me perguntavam nos comentários se o Luan estava com raiva delas. Tadinhas.
Ele me chamou para ir passar uns dois dias com ele, já que eu tinha tirado umas folgas do trabalho, que fazia tempo que eu não tirava. As crianças faltariam dois dias de aula também, contra a minha vontade, mas não quiseram ficar com a avó de jeito nenhum, eles adoravam viajar com o pai. Na verdade, até eles já tinham percebido como o Luan estava chato nos últimos tempos, mas eu tinha paciência com ele.
 Assim que chegamos no hotel, as crianças já viram da janela do quarto a enorme piscina do hotel e ficaram empolgas para descermos, já que estava calor demais.
Troquei Enzo, enquanto Eduarda se trocava sozinha e coloquei um biquíni também, ficando apenas de shorts.
- Vamos, Luan?
- To morto de sono, podem ir! – Ele já estava jogado na cama, com os olhos fechados.
- Ah não, pai! Vamos com a gente...
- Eu to cansado, Eduarda! Acordamos cedo comparado ao horário que eu fui dormir. – Olhei para Eduarda, quando ela voltaria a protestar e ela entendeu meu olhar e se calou.
- Meu pai tá muito chato, mãe. Credo! – Ela reclamava no elevador.
- Deixa ele Eduarda, são coisas do trabalho, se estressa com qualquer coisa. – Ela revirou os olhos.
Ficamos o dia todo na piscina, tomamos sorvete, suco, as crianças se divertiram bastante e eu também. As cinco horas, consegui tirar os dois da piscina para voltarmos para o quarto e nos arrumar para o show, que seria ás oito.
Assim que chegamos, Luan almoçava na cama, enquanto via TV. Eduarda foi tomar seu banho primeiro.
- E aí? Foi legal lá em baixo?
- Foi sim... – Falei e Enzo assentiu. – Acordou agora, amor?
- Acordei...Tava cansado mesmo. – Ele fez careta.
- Imagino...Já tomou banho?
- Não. – Eduarda saiu do banho e eu fui tomar o meu, já que Luan disse que tomaria banho junto com o Enzo. – Filha, pega minha mala pequena aí pra mim? – Ele pediu, ajeitando o cabelo. Já estávamos prontos.
Eduarda fingiu que não ouviu e voltou a lixar suas unhas.
- Eduarda, seu pai está te pedindo pra pegar a mala dele.
- Ué, ele mesmo pode pegar. Ele não está todo estressado? Agora que precisa vem falando com educação.
- Eduarda, e cadê a sua educação? Isso não é jeito de falar com seus pais! – Eu me irritei e ela deu de ombros.
- Tudo bem, Carolina. Depois do show eu resolvo qual o castigo dela...
- Castigo por isso? – Ela o olhou.
- Vou te falar nada, Eduarda, vou fazer. Só espera! – Luan olhou pra ela de cara feia.
Fomos para o show com Eduarda emburrada e Luan também não falava nada, a animação daquela van era Enzo. Eu já estava perdendo a paciência com os dois. Com Luan, por causa de seu estresse com a gente sem motivos e Eduarda, que só respondia e nem parecia que tinha ganhado educação quando pequena.
No camarim, as crianças comiam, enquanto ele atendia as pessoas que eram para ser atendidas. O tempo das fãs até estava menor, acredito eu, por pedido do próprio.
Pelo menos seu show foi ótimo e ele parecia se transformar em cima do palco.
Eu fiquei da lateral, junto com as crianças. Eduarda também desfez o bico que estava em seus lábios.
Quando chegamos no hotel, tinha muitas fãs na frente e Luan pediu para a van entrar direto na garagem.
- O que você tem? – Eu falei, assim que percebi que ele me encarava sério.
- Nada...
- Luan...O que foi? Sua cara tá mais feia que de costume. – Estávamos no quarto e as crianças já dormiam.
- Só não gostei do jeito que um homem ficava te secando no show.
- Hã? Que homem?
- Um que estava ao seu lado. Você não viu?
- Nem percebi! Eu estava prestando a atenção em você e nas crianças.
- Pensando seriamente em te deixar dentro do camarim nos meus shows. – Ele murmurou e eu cruzei os braços.
- Você não é nem doido! Se você fizer isso, eu nunca mais vou em um show seu. – Eu sorri irônica.
- Tá bom, Carolina. To brincando...
- Sei! E quer saber, Luan? Eu sei que não está dando certo algumas coisas no seu novo trabalho, mas você não pode ficar descontando isso na sua casa, na sua família.
- Eu desconto?
- Desconta! As crianças não podem fazer nada, e são crianças, só isso! Você mal gosta de responder as coisas que eu pergunto. Para com isso! Logo tudo se ajeita e a gente está aqui pra te ajudar, não atrapalhar! – Ele olhou para o chão e voltou a me olhar.
- É...Você tem razão! Me desculpa, amor. Eu juro que isso não vai se repetir! – Sorri e lhe abracei.
- Tudo bem, eu te desculpo. – Ele me puxou para o seu colo. – Te amo, tá meu ciumentinho? – Passei o dedo pelo seu nariz e ele sorriu.
- Eu também te amo, minha coisa linda! – Ele beijou meu rosto, me abraçando forte, em seguida. – Acho que tenho que pedir desculpa as crianças, não é?
- É...Faz isso, mas a Eduarda está merecendo mesmo um castigo. Ela anda muito respondona e se achando dona do próprio nariz. – Ele concordou.
- Eu vou tirar o celular dela por um tempo e ela vai ficar sem a paixão dela, a piscina, por duas semanas. – Assenti.
- A paixão dela! – Ri.

- É, acho que ela gosta mais de piscina do que de mim! – Ri e o puxei para um beijo.

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