Capítulo 145

Três meses depois, enfim chegou o tão esperado aniversário de 15 anos da Eduarda. Realmente Luan fez tudo como ela pediu, assim como prometeu. Cada dia ela tinha uma idéia, anotava e passava para os organizadores da festa que tinham a ordem de atender todos os pedidos dela, que depois seriam muito bem pagos por isso.

Fomos para o salão da festa no horário marcado. Os convidados não paravam de chegar, ela tinha convidado muita gente e Luan também não foi diferente.

Fui falar com os meus tios e meus primos, que eu já estava morrendo de saudades.

- Carol! – Lara me abraçou apertado.

- Nossa, que linda! – Eu me afastei para olhá-la. Estava simplesmente maravilhosa, já era uma mulher feita.

- Você que continua linda, prima!

- Quanto tempo eu não te vejo, em!

- Agora eu to me dedicando a faculdade, mas juro que quando terminar vou ir passar bons dias na sua casa. – Sorri assentindo.

- Na verdade, faz tempo que eu não vejo todos, não é?

- Ah, deixa eu te apresentar o Lucas. Meu namorado! – Abracei o namorado de Lara, que foi bem simpático comigo e logo depois a noiva de Danilo, Camila. Ela também foi bem simpática, eles se casariam em dois meses e eu iria ser madrinha com Luan e por conta do aniversário de Eduarda, ainda nem tínhamos decidido sobre nossas roupas.

Os levei até a mesa que meus sogros e a família do Luan estavam sentados e eles foram cumprimentar a todos também. Luan se aproximou e também foi abraçar eles.

- Larinha, como você mudou! Assim eu me sinto mais velho. – Ele fez careta e nós rimos.

- De jeito nenhum, continua como a anos atrás. – Ela sorriu.

- Quem me dera, viu...Agora só resta vocês virem mais e passar um tempo aqui em casa.

- Já falei com Carol, assim que me formar eu venho encher o saco de vocês. Cadê as crianças? Eduarda agora nem é mais criança, não é? – Ela riu.

- Vou chamar eles... – Achei primeiro Enzo, que brincava com seus amiguinhos e depois Eduarda, que conversava com seus amigos do colégio.

A festa foi perfeita e minha filha não tirava o sorriso do rosto. Lógico, tudo estava do jeito que ela sempre quis, com tudo que tinha direito.

Cantamos os parabéns as meia noite e assim que apagou a vela ela abraçou Luan e sussurrou em seu ouvido um “obrigada por tudo, pai” que eu ouvi e sorri.

Mas a festa não acabou ali, pelo contrário, a pista de dança foi liberada e a imensa quantidade e variedade de doces também. Durou até as quatro horas da manhã.

(...)

- Luan, você não vai! – Eu disse irritada.

Já tinham se passado duas semanas e eu e Luan estávamos brigando. Uma semana atrás, ele não tinha deixado eu ir em uma festinha com as minhas amigas. Não tinha brigado nem nada, mas com seu jeitinho me convenceu de ficar em casa e eu aceitei, e naquele momento, ele estava querendo ir mais cedo para uma cidade que teria show, só para curtir uma “social” com seus amigos.

- Carol, eu vou com os meninos...

- Não quero saber! Você disse pra eu não ir semana passada e eu não fui, agora você pode ir?

- Desculpa, vai? Você vai dá próxima...

- Sem essa! Eu te conheço e sei que dá próxima, você vai me pedir pra não ir de novo.

- Para de coisa, Carolina! É vingança? – Ele começava a se irritar também.

- Não...Não, é! Só acho que direitos tem que ser iguais. – Ele bufou.

No outro dia eu acordei com o meu celular tocando.

- Carol?

- Rober, o que houve? – Luan ainda dormia do meu lado.

- Hã...Nada, é só pra você avisar o Luan que o show foi adiado pra hoje.

- O show de amanhã?

- Isso.

- Tudo bem...

- Obrigada, Carol, o celular dele só da desligado.

- De nada. – Desliguei desconfiada e peguei o celular do Luan que realmente estava desligado, mas assim que eu o liguei ele estava com a bateria intacta. Estranhei. Ele não costumava nunca deixar o celular desligado. Voltei a dormir.

Acordei junto com Luan e as crianças, já que era feriado em São Paulo e fomos almoçar, já que era bem tarde.

Eu falei pra ele sobre o recado do Rober e ele disse que ele já tinha ligado pra ele.

Luan se arrumou e eu arrumei sua mala, como de costume. Ás três horas ele se despediu da gente, quando ouviu a buzina da van que o esperava.

- Que cara é essa, mãe? – Eduarda me perguntou.

- Nada... – Fiquei pensando. O show adiado era na cidade onde seria a social que ele queria ir mais cedo para curtir, foi coincidência demais. Eu não estava acreditando naquela história. – Filha, pega o computador e vê uma passagem pra Santa Catarina pra mim? – Me levantei.

- Passagem? Vai pra lá que dia, mãe? Pra quê?

- Calma! Vou pra lá hoje e vê o mais rápido possível...

- Mas por quê? Espera! Meu pai foi pra lá.

- Eduarda, não se mete e faz o que te pedi!

- Tudo bem... – Ela se levantou desconfiada.

Tomei um banho, troquei de roupa e arrumei uma pequena mala. Eduarda me disse que tinha passagem para dali uma hora e eu disse para comprar.

Assim que cheguei em SC fiquei sem saber o que fazer. Não queria ligar pra ninguém da produção do Luan, porque com toda certeza falariam para ele, mesmo eu pedindo segredo.

Tirei o celular do bolso e vi que os fãs do Luan postavam várias fotos dele e só bastou eu procurar mais um pouco para saber que era naquele momento e o nome do lugar que ele estava. Chamei um táxi e primeiro, aluguei um quarto de hotel pra mim, era ali que ele costumava ficar quando tinha show em SC. Eu olhava mais uma vez o celular e várias fotos do Luan continuavam saindo, com mulheres inclusive. Ele estava em um iate, uma lancha, não sabia direito. Sorri, guardando o celular.

Depois de colocar um biquíni, uma roupa simples por cima, pegar meu dinheiro e minha bolsa, chamei outro táxi e fui pra onde ele estava.

Era dia de semana, então o lugar não estava movimentado, exceto em uma lancha, então era para lá mesmo que eu iria.

Tirei a minha blusa, colocando a mesma dentro da bolsa e fiquei só de shorts e a parte de cima do biquíni. Coloquei meu óculos de sol também e comecei a andar na direção do meu destino.

Já de cara eu vi ele tirando fotos com algumas fãs, de verdade, que assim como eu deveriam ter visto as fotos e foram atrás dele. Ele estava de costas para mim, só seu segurança estava junto. Cruzei os braços e fiquei esperando para que me visse.

Well foi o primeiro a me ver, ele ficou espantado e eu sorri para ele, que logo cutucou o Luan, que se virou e arregalou os olhos.

- Surpreso, meu amor? – Eu me aproximei.

- Carolina? O que você tá fazendo aqui? De biquíni?

- Ah, eu vim me diverti. Resolvi vim pra essa cidade, vi na internet esse lugar lindo e vim. Por que? Que coincidência te encontrar aqui.

- Olha...

- Não quero explicações agora, seu cretino! – Eu disse entre dentes.

- Foi mal! Mas eu já tinha marcado com os meninos, só assim pra eu vir. – Revirei os olhos. – Vai vestir uma blusa, vai...

- Não! Agora que eu estou aqui, vou curtir! – Eu mandei um beijo no ar pra ele e sai, o deixando ali parado, com cara de nada me olhando andar.

Fui para o lado oposto em que Luan estava indo e vi que eu ficaria no tédio, já que as poucas pessoas que eu conhecia e vi de longe, eram os amigos do Luan. Bufei sozinha.

Iria andar quando trombei em alguém.

- Well?

- O Luan mandou eu ficar com você, pra não ficar sozinha.

- Sei! Pra eu não ficar sozinha... – Revirei os olhos e dei as costas.

Me sentei em um lugar e comecei a mexer no celular. Por incrível que pareça eu achei uma mulher legal ali, a menina era até um pouco tímida e disse que tinha sido quase que arrastada pela irmã para aquele lugar, já que não era muito de sair. Começamos a conversar e eu simpatizei com ela.

- Seu segurança? – Ela sussurrou no meu ouvido, apontou discretamente para Well.

- Não, mas quase! – Eu revirei os olhos e ela riu.

*

Carolina tinha ido atrás de mim e me pegado na festa que eu tinha combinado com meus amigos. Como, eu não sei, mas ela estava lá e eu quase caí para trás de susto. Sabia que estava brava, mas já que ela disse que ficaria, depois eu conversaria com ela sobre aquela minha mentira, que eu tinha pedido até Roberval para se envolver.

Ela saiu e eu fui em direção aos meninos e algumas mulheres, amigas deles, confesso que não conhecia nenhuma.

- Vai lá e fica de olho na Carolina. – Eu sussurrei para Well, que assentiu e logo saiu de perto de mim.