Capítulo 139

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Enfim, eu tinha saído daquele hospital. Confesso que não me lembrava de nada, nem de ter chegado na casa dos meus sogros, a última coisa que me lembro era do dia que eu e Luan passamos de amor em nossa casa, seu abraço e seu beijo de uma quase despedida pra sempre. Acho que eu até prefiro só lembrar disso mesmo.

Ele me contou como eu fui parar no hospital, assim que acordei e o que houve no período que eu dormia, a pedido meu mesmo. Estava curiosa.

Depois de resolver as coisas com o pai de Marcelo, enfim eu fui para o quarto com Luan.

Tomei um banho com sua ajuda e seu cuidado a todo momento. Assim que me deitei na cama, ele fez questão de me cobrir, antes de ligar o ar condicionado e a televisão. Me fazendo ri de como estava cuidadoso.

A porta do quarto se abriu e meus dois amores entraram ali de mãos dadas, me fazendo sorri.

- Venham aqui deitar com a mamãe, vem! – Luan ajudou Enzo a subir na cama e também se deitou conosco.

- Subiram sozinhos?

- Não...A tia Bruna subiu com a gente. – Eduarda respondeu.

- Que bom! Agora eu to com um pé atrás com essa escada.

- Fica tranqüilo, amor. Eu que sou uma desastrada. – Fiz careta.

- Não, é perigoso mesmo, Carolina! E olha só o que nos causou...

- Ei! Vamos esquecer isso?

- Esquecer não dá, mas não lembrar mais na maioria das vezes, eu tento.

- Eu to aqui, amor e bem! – Acariciei seu rosto.

- Eu sei...Mas você não sabe o que eu passei. Eu não sei mais viver sem você. – Ele segurou minha mão em seu rosto e beijou minha palma.

- Eu também não vivo mais sem você! – Ele sorriu e selou nossos lábios rapidamente.

- Mamãe! – Enzo me abraçou, assim que eu o soltei e nós rimos.

- Meu bebê já fala, gente! Eu nem acredito! – O abracei forte e cheirei seu pescoço.

- Fala, amor e fala muito! – Luan riu. – Fala pra mamãe o que mais você fala...Tete, ti, que a Bruna te forçou a falar. – Rimos. – Gogó...

- Gogó?

- É, Carol. A vovó dele! – Eu ri. Como era lindo aquele meu filho. - E claro, papai.

- Ah...O mais importante, né? – Brinquei e Luan riu concordando.

- Papai... – Ele repetiu baixinho com a mãozinha na boca e nós sorrimos.

Dormimos os quatro ali na cama, depois de muito conversarmos naquele clima mega família, até Eduarda disse que não tinha sido tão ruim os dias com o outro avô e nos contava o que mais tinha sido divertido.

Acordei, as crianças tomavam mamadeira sentados na cama, vendo desenho concentrados e Luan falava no celular na sacada do quarto.

Dei um beijo neles e foi o tempo de Luan desligar o celular.

- Dormiu pra caramba, amor. – Ele riu.

- Que horas são?

- Oito horas!

- Nossa...Verdade!

- Olha...Já estão pedindo uma entrevista nossa.

- Sério? – Fiz careta.

- É...Eu queria aceitar uma, pra todo mundo parar de pedir sabe? – Ele disse sem jeito.

- Pensando por esse lado...

- Você se importa?

- Claro que não, amor!

- Um programa de TV fez uma proposta de uma entrevista mais íntima. Em casa mesmo, a gente só vai conversar com a repórter sobre o ocorrido, sem perguntas nem nada...Só o que quisermos falar.

- Achei legal! Aceita essa, então.

- Sério? – Ele sorriu e eu assenti. – Olha, você está bem mesmo pra isso, não é?

- Claro que sim, amor! Estou nova em folha! – Sorri e ele selou nossos lábios.

(...)

Depois de quinze dias, estávamos prontos esperando a equipe do programa chegar na nossa casa para a tal entrevista. As crianças também estavam arrumados, mas ainda estávamos decidindo se eles iriam aparecer um pouco.

O pessoal chegou e eram muito simpáticos. Ofereci um suco para eles, que aceitaram por conta do calor infernal e fomos para a área da piscina, para fazer a gravação.

Nos sentamos em uma poltrona de madeira que tinha ali, onde eu tinha arrumado tudo para aquela entrevista. A repórter sentou de frente para gente e praticamente só abriu a boca para fazer a nossa apresentação e falar sobre o assunto que trataríamos.

Ela realmente não nos interrompeu em nada e falamos só o que devia.

Contamos a história toda, Luan dizendo como se sentiu, sem perguntas.

- Foi horrível! Foi muito ruim mesmo.

Eu não desejo nem que meu pior inimigo passe por isso.

Eu com duas crianças, sozinho. Claro que eu tinha meus pais e minha irmã, que por sinal me ajudaram muito. Minha irmã, então, sempre me ajudando com as crianças, dando banho, arrumando, comida, tudo...Mas não é a mesma coisa, eu me sentia sem chão, completamente sozinho sem ela. Eu já sabia mais foi ai que eu percebi ainda mais que ela é meu porto seguro, que eu não vivo mais sem ela! – Ele sorria me olhando e eu retribuí com meu melhor olhar apaixonado. Até a repórter sorriu.

No final, decidimos pegar as crianças para encerrar. Eduarda estava no colo de Luan e Enzo no meu, não parava brincando com meus brincos grandes.

- Nem os médicos acreditavam em mim...Luan me fala mesmo e eu amo ouvir porque só prova o quanto nossa ligação é forte, que eu tinha mesmo que estar aqui com ele e nossos filhos. Que Deus viu isso, que ele fez um milagre em nossas vidas!

Foram 300 transfusões de sangue e eu também queria agradecer aos fãs dele por isso. Eu fiquei sabendo de tudo, viu? Me ajudaram demais e não só na doação, mas me ajudaram cuidando dele também, dando carinho e conforto pra ele seguir em frente e esperar o dia que eu voltaria. Eu juro pra vocês, que sem vocês ele não estaria tão forte do meu lado, vocês valem demais pra ele! – Eu encerrei falando e antes do câmera parar de filmar, ele me deu um beijo na bochecha, quase chorando.

- Agora que acabou você chora? – A repórter brincou e ele riu.

- Bobo! – Limpei algumas lágrimas que tinha caído de seus olhos e ele me olhava um pouco constrangido pela quantidade de gente que tinha em volta.

Nos despedimos de todos ali e Luan sugeria para que passássemos aquele resto de dia na piscina e sem mais delongas, eu concordei.

Ele desligou o celular, alegando que aquele dia seria só nosso, então eu fiz o mesmo.

Passamos um dia incrível na nossa casa, com nossos filhos, sem incômodos, foi maravilhoso.

No outro dia, Luan passou quase a tarde inteira em seu escritório e eu o entendia. Já tinha voltado a fazer seus shows, mas por conta de ter ficado muito tempo parado, ainda tinha coisas pendentes para resolver e ele fazia questão de se envolver em tudo.

Ele chegou a noite e nós jantamos todos juntos.

- Amor, domingo e a gravação dos melhores do ano. – Ele deu uma golada em seu suco.

- Sério, amor? Vou rezar por você.

- Sim, queria que fosse comigo.

- Será? Eu tenho vergonha...

- (risos) Vergonha de quê, muié?

- Ah, vai ter muita gente famosa.

- Deixa disso! Vamos comigo? Esse ano foi liberada a entrada de acompanhantes.

- Não podia? – Ele negou. – Então tá...Ainda tenho que comprar roupa e sapato, então.

- Só pensa em comprar, muié! – Ele brincou e eu ri.

- Eu tenho que ir bem vestida pra pelo menos chegar aos pés daquelas atrizes lindas.

- Até parece! Tô até com medo de te verem lá e a globo te querer.

- Que bobo! – Nós rimos.

No outro dia Luan já teve que ir fazer show. Era uma quinta feira e Bruna estava de bobeira em casa, então aproveitamos aquele dia lindo e fomos no shopping comprar algumas coisas e a roupa que eu usaria na premiação com Luan.

Passamos em um salão de beleza também, bem conhecido de Bruna e eu resolvi me livrar daquelas pontas loiras dos meus cabelos, que já quase chegavam na bunda.

Meu cabelo voltou a ser no meio das costas como sempre e Bruna tagarelava sem parar o quão doida eu era por aquilo.

Voltamos pra minha casa e Bruna almoçou lá mesmo comigo e com as crianças.

Passamos o dia comendo besteira, vendo filmes e falando besteiras. Nunca tinha passado um dia tão divertido com ela.

Minha loira, que eu tanto amo!