Capítulo 137

- Eu não estou acreditando nisso.

- Pois acredite! Ela vai ir embora com a gente.

- Vocês estão doidos? Ela vai ficar aqui comigo.

- Você quer ir preso, rapaz? Isso daqui é uma ordem para eu a pegar. – Nessa hora, minha mãe chegou na sala, por causa da falação e eu não tive nem forças para lhe falar o que se passava, mas ele mesmo fez questão disso.

- Eu...Vou arrumar as coisas dela. – Minha mãe falava sem acreditar.

- Mãe, não! – Eu quase gritei.

- Luan, você quer que a polícia bata aqui na nossa porta? A gente vai conseguir ela de volta, fica tranqüilo. – Ela saiu dali e logo voltou com Eduarda.

- Pra onde eu vou, vovó?

- Você vai fazer uma viagem, meu amor.

- Com quem?

- Comigo, Duda. Seu avô! – Ela olhou para ele sem expressão.

- Eu não quero ir! – Correu para o meu lado e me abraçou.

- Eu também não quero que vá, mas é preciso!

- Pai, não deixa eu ir! – Ela começou a chorar e eu também não agüentei.

- É só uma viagem, eu te prometo! – Beijei sua testa e o irmão do Marcelo pegou Eduarda pela mão e a pegou no colo.

- Vai ser divertido, Duda. Você vai adorar minha casa!

- Pai... – Ela chorava e eu já estava quase morrendo com aquela cena.

- Você vai voltar, filha. – Eu disse aquilo em meio ao meu choro e o rapaz saiu dali com ela. – Você é um sem coração! Mas isso não vai ficar assim! – Eu apontei o dedo para o pai de Marcelo, que ainda estava ali e ele saiu.

Minha mãe me abraçou forte e eu fiquei ali em seus braços, até que lembrei que teria que ir para o hospital.

Quando cheguei no hospital, contei tudo ao meu pai também, que logo ligou para o nosso advogado.

- Vai ficar tudo bem, meu filho!

- Parece que quando vem as desgraças, é tudo de uma vez!

- Não fala isso! São as barreiras da vida e você vai passar por todas. – Ele me abraçou.

Eu deitei minha cabeça em cima da barriga de Carolina e comecei a conversar com ela, como se pudesse me ouvir. Mas aquilo estava me fazendo bem, eu precisava sentir ela de alguma maneira.

- Amor, me desculpa por deixar a nossa filha ir! Mas ela vai voltar!

(...)

- Desgraçado! – Eu joguei o meu celular no chão e minha irmã se assustou.

- O que aconteceu, Luan? – Me sentei no sofá derrotado.

- Aquele velho filho de uma pu...Ele não me deixa falar com Eduarda nunca. Já vai fazer um mês que eu não falo com ela, e o nosso advogado não consegue reverter á situação. Carolina não reage, e eu acho que nunca mais volto a cantar. A minha vida acabou!

- Não fala isso nem de brincadeira! – Ela se sentou do meu lado e eu deitei a cabeça em seu ombro.

- Olha só quem veio ver o papai! – Minha mãe chegou e eu peguei meu filho no colo.

Confesso que nem estava dando a atenção que ele merecia devido a tudo que estava acontecendo. Ele riu pra mim e aquilo parecia ter me dado mais forças.

- Eu vou levar ele comigo...

- Tem certeza? Ele é só um bebê.

- Eu tenho, Bruna. Ele ver a mãe vai fazer bem pra ele. Não está com saudades da mamãe? – Ele riu de novo.

- Será que vão deixar ele entrar? – Minha mãe perguntou.

- Se não deixarem eu dou um jeito. – Me despedi delas.

- Toma cuidado... – Ela beijou minha testa e eu assenti.

O médico deixou de boa Enzo entrar comigo no quarto, mas que não ficasse lá com ele muito tempo. Ele encarava a mãe em cima da cama, prestando a maior atenção, parecia até que estava entendendo tudo que estava acontecendo.

- É a mamãe, amor. Logo ela volta pra gente e a irmã também. – Eu beijei seu rostinho e ele sorriu pra mim. – Você tá entendo, é? Olha a mamãe...

- Mamãe. – Eu não acreditei no que ouvia e lhe olhei assustado.

- Mamãe, filho? Fala de novo!

- Mamãe! – Ele sorriu e eu chorei.

Cheguei em casa animado, falando que Enzo tinha dito sua primeira palavra e que foi “mamãe”. Já estávamos um pouco preocupados por estar demorando a falar, mas foi na hora certa, pra me dar forças.

Cheguei no hospital e Carolina recebia sangue. Sim, ela não parou de receber sangue nem um só dia, o médico dizia ser necessário.

- Trezentas transfusões de sangue, hoje!

- É sério? – Falei assustado e ele assentiu.

- Mas fica tranqüilo, acho que ela não vai mais precisar receber. Já está tudo se normalizando em seu organismo. – Sorri.

- Que bom!

- Isso é ótimo e essa moça é muito forte, viu?

- Eu que o diga, doutor. Eu já sabia o quanto era forte, mas vi que é muito mais.

- Você também é muito forte, rapaz!

- É, doutor. Eu to tentando... – Ri fraco e ele me acompanhou.

Ele saiu dali e eu me sentei na minha poltrona, que eu já estava mais que acostumado. Mexia no meu celular, quando olhei para Carolina por insistindo e vi que sua mão se mexia. Me levantei rápido.

- Amor...Você tá voltando! Amor? – Eu comecei a chorar e peguei com a sua mão.

Senti um aperto ali e sorri. É, ela estava voltando.

Vi seus olhos abrindo lentamente e beijei seu rosto.

Ela estava bem pálida, claro, não mexia mais nada além da mão que segurava a minha forte, seus olhos nem piscavam e só rodavam pelo quarto e pelo meu rosto.

- Fica quietinha aqui, que eu vou chamar o médico. – Tentei tirar minha mão da dela, que apertou mais. – Eu juro que volto, amor! É rapidinho! – Ri e beijei sua testa, antes de sair dali. Corri atrás do médico e fui lhe puxando até o quarto.

- Luan, eu não acredito! – Ele me olhou sorrindo.

- Nem eu, doutor. Nem eu! – Ele chamou as enfermeiras e começaram a fazer alguns exames nela. Liguei para o meu pai contando tudo que tinha acontecido e em pouco tempo eles já estavam no hospital.

- Filho, ela acordou?

- Acordou, mãe! – Lhe abracei. – Eles estão examinando ela – Eu conversava animado com ela e o médico chegou dizendo que ela estava ótima e já conseguiu dizer o meu nome.

- Aparentemente ela está bem, mas mesmo assim precisamos fazer alguns exames. Como nós já conversamos antes, ela pode ficar com algumas seqüelas. Mas pelo visto, não é na voz e nem na memória, pelo menos, ela se lembrou de você. Vai lá vê-la, fiquem um pouco a sós e depois vocês três podem entrar. – O agradeci e ele se despediu.

- Mãe, não to acreditando!

- Acredite, meu filho! Eu te falei que nada é impossível pra quem tem fé.

- Eu vou lá falar com ela.

- Vai sim, que logo nós vamos também! – Assenti e abracei novamente a todos, antes de praticamente correr até o quarto.

Era tanta felicidade, que não cabia mais dentro do meu coração, eu tinha a sensação de que iria explodir.

Volteeei ! A internet me passou a perna, acreditam? :/

Mas agora está tudo bem com ela e espero que continue assim. Está tudo bem com a Carol também, pelo o que parece. O que acham que vai acontecer daqui pra frente?

20 comentários e eu posto outro capítulo ainda hoje. EU JURO! Quem topa? Será que chega lá? haha Bjs ♥