Capítulo 61

A semana se passou voando, eu não tinha mais visto Luan por conta de sua correria que estava excessiva, mas sempre nos falávamos por telefone.

Conversávamos sempre sobre o assunto “fãs” e ele sempre me pedia pra dar um tempo a elas, mas era o que eu mais fazia. Não exigia que fizesse nada quanto a isso também, muito pelo contrário, a última coisa que eu queria era ser a causadora da discórdia, isso só ia piorar as coisas.

Ele tinha curtido o que Bruna tinha postado sobre mim, não comentou nada, mas pelo menos foi um passo já que algumas perceberam sua curtida e falavam que o Luan também não deveria estar contente com o que estavam fazendo comigo.

Aquilo rendeu pra semana toda, ainda curtiam, comentavam, criticavam, enfim.

Bruna viajou para Londrina, para casa de sua amiga, e me ligou dizendo que encontrava fãs em shopping e em um monte de lugares que iam e sempre perguntavam sobre o texto que tinha postado.

- Bruna, desculpa se eu causei alguma coisa entre você e as fãs do Luan, eu vejo o quanto elas gostam de você...

- Fica tranqüila, Carol! Para de pensar que vai causar alguma coisa. Elas não me trataram com grosseria em momento algum, só perguntam sobre o texto, se realmente fui eu que fiz, se realmente to chateada. Curiosidade, e quer saber? Eu acho até bom.

- Por que? O que você diz?

- Sinal de que ficaram tocadas. Eu desconverso, mas no máximo que eu digo é que realmente fui eu, que eu to um pouco chateada sim por te ver algumas vezes não querendo entrar em rede social. Eu falei isso pro Luan e ele disse que eu to respondendo bem.

- Você disse pra ele?

- Aham, eu liguei pra ele e ele tocou no assunto.

- Espero que isso não me renda mais nada. – Suspirei.

- Já disse pra ficar tranqüila, tá bom? Agora deixa eu desligar que eu tenho que pegar um cineminha.

- (risos) Vai lá! Bom cinema. To com inveja! – Brinquei.

- Obrigada, dá próxima vez te trago, cunhada! – Ela respondeu rindo.

Fez barulho de beijo com a boca e nós desligamos.

Na segunda feira eu acordei animada, já que tinha duas semanas que eu não via meu namorado e estava morta de saudades.

Quando cheguei do trabalho, ele me ligou dizendo chegaria no outro dia, o que me fez ficar ainda mais ansiosa.

*

Depois de jantar com todo mundo no hotel, disse que já iria subir para dormir, já que no outro dia iríamos ir embora de manhã.

- Já vai dormir? – Marla me perguntava e eu assenti.

- Vou! Tchau, pessoal.

- Onze horas... – Ela olhava no relógio espantada.

- Deixa...É o amor. Ele tá doido pra ver a amada logo. – Rober disse, fazendo todo mundo ri. Revirei os olhos, dei um tapa em seu boné, mas acabei rindo também.

Me despedi pra valer de todos e subi até o meu quarto.

Atrasamos a sair, como de costume e só conseguimos sair do hotel na hora do almoço. Assim que cheguei em São Paulo, ainda no aeroporto, liguei para Carolina, mas estranhei depois da quinta ligação chamar até cair.

- Estranho... – Olhei meu celular.

- O que foi, boi? – Rober me perguntou.

- A Carol não atende.

- As vezes ela está trabalhando. Não é essa hora?

- É...Mas achei estranho. – Descemos do avião, atendi algumas fãs que estavam por ali. Poucas. Fomos para o carro que me levaria em casa.

No caminho liguei de novo para Carolina e nada, então peguei o número de Eloá, que eu ligava sempre na emergência. Ri dos meus pensamentos.

- Luan?

- Eloá, por que Carolina não atende o celular? – Ouvi seu suspiro pesado do outro lado da linha e fiquei preocupado. – Fala a verdade. O que aconteceu? – Meu segurança e secretário, me olharam, os únicos que estavam ali comigo.

- Bom...Vem pra cá, eu to na casa dela. Melhor te falar pessoalmente.

- Tá...To chegando! – Não insisti e desliguei o celular, sabia que não adiantaria.

Pedi para que Well fosse me levar na casa de Carolina e sem questionar ele mudou o rumo do meu condomínio, que já estava próximo e o de Carolina também.

- Vai ficar aqui? – Ele me perguntou, assim que chegamos.

- Vou sim! Pega as malas pra mim? Pode deixar que eu mesmo as levo pra dentro. – Ele assentiu e me deu uma mala e minha mochila. Acenei para eles, que me esperaram entrar, para depois saírem.

- Luan! – Ouvi a voz da minha namorada e senti seu abraço.

Lhe abracei forte pela saudade, mas logo vi que ela chorava.

- O que houve, amor? Você vai me matar.

- A Duda.

- O que tem ela? – Olhei em volta a procurando.

Ela voltou a chorar. Joguei a mochila que estava nas minhas costas no chão e a levei até o sofá. Tirei meu óculos escuro e o joguei em cima da mesa de centro.

- Eu fui buscar ela na escola... – Ela respirou fundo e soluçou. – E a professora disse que já tinham ido buscar ela. Primeiro eu pensei que fosse você, que queria me fazer uma surpresa, mas eu liguei pra sua casa e você não tinha chegado ainda...Aí, me falaram que era a babá que pegou ela. Mas a Suzi me falou que não ia trabalhar hoje, mas mesmo assim eu liguei pra ela, que me confirmou que não trabalharia porque sua mãe tá doente...

- Não acredito! – Falei surpreso.

- Ninguém sabe quem está com ela, Luan. – Eloá disse.

- A gente vai descobrir, amor. Fica tranqüila!

- Quem pegou minha filha, amor? – Ela chorava, me partindo o coração.

- Eu não sei, mas vamos descobrir.

- Eu quero ela aqui. – Ela chorava como uma criança, lhe abracei forte.

- Eu te prometo que ela vai voltar. – Sussurrei.

- Quando? – Ela sussurrou de volta e eu suspirei.

- O mais rápido possível! Eu prometo, amor!

- Eu não sou nada sem ela e sem você. – Beijei seus cabelos e fechei os olhos, tentando segurar as lágrimas.

O celular de Carolina pegou e ela me soltou em um pulo, para atender. Pedi para que colocasse no viva-voz, assim que vimos o número privado e assim ela fez.

- Doutora Carolina? – Escutamos uma voz irônica do outro lado da linha, que não me era estranha.

- Cadê a minha filha? – Carolina disse, como se estivesse adivinhando.

- (risos) A sua filhinha está aqui comigo.

- Por que fez isso?

- Por causa de você, sua idiota! – A voz de mulher gritou do outro lado, me assustando.

- O que eu te fiz? – Carolina voltou a chorar.

- Agora você chora? Eu que tava chorando a algum tempo atrás. – A mulher parecia chorar também.

- Eu não to entendo nada...

- Eu te explico! Você matou o homem que eu amava por causa de outro. Você fingiu que chorava no enterro dele, mas deveria estar rindo por dentro. Sua falsa! Eu vou me vingar de você!

- Tá loca...Eu não matei ninguém! – Carolina gritou de volta e eu segurei sua mão, que tremia.

- Você matou sim! Você matou o Marcelo, deu uma facada na alma dele, que morreu por não agüentar te ver com outro. Eu ia conquistar ele, que iria ser feliz comigo, iríamos ficar com a guarda da Duda, mas como sempre você acabou com a minha vida! Você sempre tá na minha frente, tudo que eu queria você tem. Eu sempre quis ser psicóloga e você é, e eu só não fui por falta de dinheiro, eu queria uma filha linda e você tem, queria ser rica e você é...Queria dois homens atrás de mim e você tinha, até matar um.

- Você tá louca! – Carol disse, um pouco mais calma. – Quem é?

- Não conhece mais a voz da sua secretária.

- Fernanda...Não acredito! Você tá ficando maluca, devolve a minha filha! Cadê ela?

- Ela está aqui. Está dormindo...

- Se você fizer alguma coisa...

- Fica tranqüila. Eu nunca machucaria a Eduarda, ela não merece a mãe piranha que tem.

- Você não me conhece.

- Nem você! Eu quero que você morra!