Capítulo 65

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Mais um dia de folga chegou ao fim e eu tive que voltar pra estrada. Meus dias de folga tinham sido ótimos, eu tava tão fascinado por Eduarda, por tudo que ela estava falando e fazendo por mim, realmente me considerando um pai e eu não podia ser diferente, já lhe considerava minha filha.

Eu já imaginava que algum dia teria que falar sobre nossa relação para a imprensa, só não sabia que seria tão rápido.

No meio daquela semana, em uma entrevista de camarim, um pouco antes do show, tocaram nesse assunto e eu não tinha ensaiado a resposta, mas tentei ser o mais natural possível.

- E sua relação com a filha da sua namorada, Luan?

- É ótima! Amo ela, acho que ela também gosta muito de mim. – Ri.

- Saiu uma foto sua no começo do seu namoro, você indo levar ela na escola. Se lembra?

- Me lembro sim.

- Não achava que era muito cedo pra já levar ela na escola?

- Lógico que não! Eu conheço a Carolina a algum tempo, já era amigo dela. Consequentemente, eu conheci a Eduarda. Sempre nos demos muito bem, já tinha levado ela no parque e tal.

- Então vocês já se deram bem logo de cara?

- Já sim!

- E seus pais o que acham? Suas fãs?

- Meus pais amam a Duda, as minhas fãs eu não sei. – Ri novamente, nunca tinha parado para pensar naquilo também. – Mas quem não gosta daquela fofura!

- Me falaram que você foi de novo na escola dela e dessa vez foi em uma festa em comemoração ao dia dos pais, que ainda vai ser nessa sexta feira. É verdade? – Fiquei surpreso. Eles descobriam as coisas muito rápido e até detalhes.

- É verdade sim... – Foi a única coisa que eu disse. Não queria mentir com medo de terem fotos.

- Então realmente a relação de vocês é de pai e filha?

- É sim...Eu considero ela como uma filha.

- Isso é muito bacana! Eu nunca imaginara isso de você.

- Por que, rapaz? – Ri daquilo. A repórter também riu.

Começamos a conversar sobre outras coisas, até a minha assessora dizer que já tinha passado do tempo.

Fiz meu show e quando voltei para o hotel, liguei para Carolina lhe contando sobre a entrevista, ela também ficou surpresa sobre já saberem que eu tinha ido a escola de Eduarda.

- Nem sei porque ainda me espanto...Amor, eu tenho medo de tocarem no assunto pai da Duda.

- Eu tenho esse medo desde que saiu aquela foto de vocês na escola. – Ela suspirou. – Mas eu acho que vai ser melhor dizer a verdade.

- Tá, mas só digo isso. Não vou dar detalhes, fica tranqüila.

- Eu confio em você, amor. Pode dizer que o pai dela faleceu.

- Então tá...To doido pra voltar e ficar aí com você!

- (risos) Eu também, amor. A Bruna me ligou hoje e me disse que vocês vão viajar na sexta pra Campo Grande, por causa do dia dos pais.

- Sério? Não me avisaram ainda, mas eu já imaginava.

- Quando voltam?

- Como assim? Você vai com a gente.

- Sério, amor?

- Claro que sim! Acha mesmo que eu ia te deixar sozinha aí? Vamos todos e você já conhece o resto da família.

- Tem mais gente?

- Você ainda não viu nada! – Ela riu.

Na quinta feira eu voltei para casa, meus pais e minha irmã já estavam com as malas prontas e minha mãe já tinha arrumado uma minha também.

Tomei um banho rápido e desci as escadas correndo.

- Filho, vamos no vôo de uma hora.

- Sério? – Olhei no relógio. – Já são dez horas, mãe.

- Pois é! A gente vai almoçar lá, se quiser comer, coma de uma vez.

- Não, to sem fome.

- Vai buscar a Carol ou nos encontramos no aeroporto?

- Vou buscar ela agora.

- Vocês e Bruna vão vir no sábado mesmo?

- Vamos sim! É aniversário da Marloca. – Me despedi da minha mãe e fui para casa de Carolina.

Ela acabava de arrumar suas malas, mas já estavam arrumadas.

- Que cheirosa tá essa princesa! – Peguei Eduarda no colo, que estava linda com vestido, tiara e sandália, azul.

- Pra onde a gente vai?

- Pra Campo Grande, conhecer o resto da minha família.

- Lá é legal?

- (risos) É legal demais! Você vai amar! – Dei um beijo rápido em Carolina, que acabava de arrumar as coisas rápido.

- Me atrasei, amor.

- To vendo.

- Eu tive que ir no consultório resolver algumas coisas. – Ela fez careta.

- Você engordou, Duda! – Lhe olhei no meu colo.

Ela estava mais pesada e suas sobrinhas dos braços tinham aumentado, seu rostinho também estava mais redondo e suas bochechas saltadas.

- Nem me fale! – Carolina disse. – Eu vou ter que começar a fazer uma dieta em Eduarda, não é bom nem pra saúde.

- Deixa a menina enquanto ela pode, ainda tá muito pequena pra fazer dieta. – Disse e ela sorriu, me fazendo ri.

- Tá nada...

- Ainda é um bebê! – Apertei ela, que me abraçou pelo pescoço.

- (risos) Bebê nada!

- Sou um bebezinho sim, mamãe! – Ela fez bico e eu gargalhei.

Fomos para minha casa, comemos algumas coisas e uma hora, pegamos o vôo para Campo Grande. Estava morrendo de ansiedade, já que tinha mais de meses que eu não ia por lá, e show foi só uma vez e tive que voltar correndo pra São Paulo.

Minha família já estava toda reunida, assim que chegamos. Minhas primas já foram abraçar Carol e tomaram Eduarda do meu colo.

Minha namorada ficou um pouco envergonhada no começo, com quem não conhecia, mas quem já a conhecia, faziam de tudo para ela ficar a vontade e estavam conseguindo.

Peguei em sua mão e fui até onde meus avós, pais do meu pai, estavam. Os abracei e Carolina nos olhava sorrindo, porém, tímida.

- Minha namorada, Carolina. – Lhe apresentei e ela os abraçou também.

- Que linda, Luan! É a namorada mais linda que já teve! – Meu avô brincou e nós rimos.

- Obrigada! – Ela agradeceu.

- Marizete disse que você tinha uma filhinha linda, cadê ela? – Minha avó perguntou.

- Estava com as meninas, vó. Bruna! – Gritei minha irmã, que passava. – Pega a Duda lá pra vó conhecer. – Minha irmã assentiu e saiu.

Conversamos mais um pouco com eles, Carolina já se soltava. Bruna chegou com Eduarda, que grudou na minha perna, com vergonha.

- Que linda! Oi, mocinha! Me dá seus olhos pra mim? – Ela riu e negou com a cabecinha.

Nos trocamos e o churrasco já começou, uma falação só, casa cheia, comida e bebida, era isso mesmo que eu gostava;

- Está gostando, meu amor? – Perguntei a Carolina.

- Estou amando, vida! Não se preocupa.

- Quero que se sinta a vontade.

- Já to me sentindo em casa! – Ela riu e eu lhe acompanhei, antes de selar nossos lábios.

No final da tarde, chegaram mais alguns amigo que eu não via a anos e eu me distrai conversando com eles.

- Amor, posso ir lá fazer o leite da Eduarda? – Carolina se aproximou, já que estava com minhas primas e tias.

- Claro que sim, amor! – Ela saiu para a cozinha.

- Luan! – Me virei e era duas amigas de escola que eu nunca mais tinha visto, desde que terminei.

- Letícia, Carine! – Me virei para abraçar as duas.

Letícia sempre cantava comigo nas aulas, tinha uma voz incrível e Carine era a menina mais bonita da sala, confesso que já tínhamos ficado com uns 16 anos.

Depois de algum tempo com elas, fui procurar Carolina que ainda não tinha voltado para fora. Ela estava no sofá, com Eduarda que mamava em seu colo e minha priminha, estava junto. Conversavam sobre algo e riam.

- Vou ir pegar um refrigerante. – Ela disse assim que eu cheguei. Baguncei meu cabelo, assim que passou por mim.

- Tá gostoso isso aí, Dudinha? Ta mamando pra caramba. – Ela riu sem tirar a mamadeira da boca.

- Pensei que já tava parando de mama. – Carolina disse.

Me sentei ao seu lado.

- Luan, já estamos indo! – Letícia e Carine se aproximaram.

Me levantei para cumprimentá-las.

- Oi, tudo bem? – Letícia falou com Carolina, que sorriu e lhe abraçou meio sem jeito. – Sua namorada, Luan? Linda ela!

- É sim. Linda, não é? – Carine só acenou para Carolina, que sorriu fraco de longe mesmo.

Elas se foram e eu voltei a me sentar do seu lado.

- Quem são?

- Minhas amigas de escola. A Letícia cantava comigo até.

- Qual?

- A morena!

-Simpática ela... – Comentou.

- Muito! A Carine também é gente boa.

- Não achei! – Ela fez careta e eu ri.

- O que foi? Não vai me dizer que é ciúmes?

- Quem te disse isso? – Ela me olhou.

- Parece...

- Não posso ir com a cara dela que estou com ciúmes de você. – Ela revirou os olhos.

- Sim, porque você me ama demais! – Ela segurou o riso e eu puxei seu rosto, para lhe beijar.