Capítulo 110

(...)

Estava indo para o quinto mês de gestação. Luan não parava em casa devido a gravação de seu DVD, apenas me ligava rapidamente. Via que não era por culpa dele, pelo contrário, até se esforçava.

Fui em um dia na sua casa e sua mãe me contava o quanto ele andava cansado e quando não tinha show, trabalhava até de madrugada. Ele ainda não tinha me falado absolutamente nada sobre aquele DVD, onde seria e eu estava aguardando aquilo, já que nem a data certa eu sabia e nem perguntei seus pais e sua irmã.

Minha consulta do mês foi marcada, onde eu faria mais uma ultra e eu liguei para Luan avisando.

- Vai ser amanhã? Que horas?

- Vai sim, as nove da manhã.

- Tudo bem, eu vou com você!

- Luan, não precisa. Sua mãe me disse que passa a madrugada toda no estúdio vendo músicas, vai estar cansado.

- Eu não me importo, Carolina! Quero ir na consulta do meu filho. – Suspirei.

- Tudo bem, você não tem show, não é?

- Não! Eu vou pro estúdio do Dudu daqui a pouco.

- Já? – No meu relógio de pulso, marcava 19:00.

- Já, as coisas estão corrida! – Ele suspirou, do outro lado.

Nos despedimos e eu fui dormir cedo naquele dia.

No outro dia, acordei as 7:30, me arrumei, tomei meu café da manhã e Suzi chegou.

Luan buzinou e eu me despedi dela e Eduarda ainda dormia.

- Tudo bem? – Lhe disse e ele assentiu.

Seu olhos estavam inchados, com olheira e ele bocejava.

- Quanto tempo, né? – Sua voz era baixo e ele me olhou rapidamente.

- É...Você tá morrendo de sono. Eu disse pra não vir.

- E eu já disse que não tem problema! Hoje eu durmo o dia inteiro.

- Quer que eu dirija, pelo menos?

- Não precisa, Carolina.

- Luan! Não vai dormir aí.

- Claro que não, você tá carregando meu filho aí. – Revirei os olhos.

Não tinha ninguém no consultório e nós nos sentamos.

A secretária, que tinha ido em algum lugar, logo chegou.

- Já vão ser chamados, tudo bem? – Assenti sorrindo. – Ah, a doutora Bianca viajou em um congresso e hoje quem está atendendo para ela é seu primo Arthur.

- Tudo bem! – Sorri, mais uma vez.

Não deu cinco minutos e ela logo me disse que já podíamos entrar para a consulta.

Assim que entrei, na frente do Luan, dei de cara com médico, lindo.

Bem moreno e não parecia bronzeado não, deveria ter alguém negro na família, parecia ser misturado e saiu com uma cor lindo. Dos cabelos pretos, lisos e um pouco arrepiados.

Ele sorria lindamente, exibindo seus dentes brancos feito neve.

- Oi, tudo bem? – Ele se levantou para me cumprimentar e eu sorri.

- Tudo ótimo! – Ele cumprimentou Luan também, com um aperto de mão.

- A secretária avisou a vocês, não é? Bianca teve que ir em um congresso que era só para o mês que vem, de última hora e como eu estou de férias no hospital que trabalho, vim dar uma força pra não deixar os pacientes não mão.

- Ela nos falou, sim!

- Espero que não se importem.

- De jeito nenhum! – Sorri e Luan me olhou estreitando os olhos.

- Hoje é sua ultra, não é? Ela me disse.

- É sim, doutor Arthur.

- Vamos fazer, então, pra ver como está esse bebê. – Nos levantamos e seguimos para a sala ao lado, onde eu conhecia bem.

Me deitei na maca e ele passava o gel na minha barriga. Me perdi em pensamentos lhe analisando. Ôh homem bonito! Ficava lindo de qualquer jeito, sorrindo e sério.

Senti uma dorzinha no braço e olhei para o lado, Luan tinha me dado uma bela de uma cotovelada. Levantei a cabeça para lhe olhar e ele me olhava feio.

Alisei a parte atingida e também lhe olhei feio.

Logo o doutor Arthur começou a passar o aparelho pela minha barriga, enquanto conversava comigo e Luan não dava uma palavra.

- Está tudo bem, doutor?

- Está tudo ótimo, Carolina! Pelo que Bianca me disse, seu bebê cresceu muito desde o ultimo dia que esteve aqui e isso é bom. Ele vai nascer bem forte. – Ele sorriu.

- Que ótimo! – Retribui o sorriso, enquanto me levantava.

- Ela te pediu para eu te passar algumas vitaminas, tudo bem?

- Tudo bem! – Ele começou a escrever e nós nos sentamos.

- Ah, evite esforços, viu? E sua barriga está crescendo muito, já já vai ter que ficar de repouso. – Assenti, fazendo careta. – Você está inchando, não vai?

- Estou sim, hoje não estou muito, mas costumo inchar bastante. – Ele assentiu e me entregou o papel.

- Cuida da sua mulher e do seu bebê, as mulheres são muito teimosas! – Ele disse a Luan que assentiu, forçando um sorriso.

- Na verdade, não somos casados, nem namorados, nem nada. – Peguei o papel de sua mão e ele me olhou.

- Ah...Me desculpem!

- O que é isso! – Ri.

Nos despedimos dele, que fez questão de me dar um abraço e disfarçadamente, cheirou meu pescoço. Me espantei com a ousadia dele, mas ri por dentro, principalmente quando vi que Luan percebeu. O doutor me deu uma última olhada e eu acenei para ele.

Como os homens são bobos, basta só uma brecha e pronto, eles já estão na sua.

- Gostei tanto desse médico, acho que vou passar pra ele de vez. – Disse, assim que entramos no carro.

- Que engraçado! – Luan riu irônico.

- Ué, não é brincadeira. Gostei dele mesmo...

- E pelo visto ele de você, do jeito que te olhou agora.

- Você acha? – Me fiz de inocente e Luan revirou os olhos.

- Você tá grávida, para de dar mole pra qualquer um.

- Não estou dando mole pra ninguém, muito menos pra qualquer um. – Cruzei os braços e ele bufou.

- Faz o que você quiser, Carolina.

- O que foi? Está com ciúmes? – Eu provoquei e ele não me respondeu. – Em, Luan?

- E se tivesse? O que você tem contra? Sabe que eu ainda te amo, sabe que eu ainda te quero. – Me calei por alguns segundos.

- Mas não pensa antes de fazer as coisas. – Falei baixo.

- É, realmente eu não pensei em muita coisa que fiz, mas já pedi desculpas, Carolina. Eu te amo ainda. – Eu também o amava, claro, mas não queria falar.

- Vai passar lá em casa, pra ver a Eduarda? Acho que ainda dá tempo antes dela ir pra escola.

- Vou sim, posso?

- Ainda pergunta?

- Não sei... – Ele deu de ombros. – E você vai no meu DVD?

- Estava esperando o convite em primeira mão. – Sorri e ele me acompanhou.

- Sabe que é a primeira da lista, não é? Quero que você e a Duda estejam lá me vendo, participando de tudo.

- Vai ser aonde? Que dia? Que horas?

- Calma! – Rimos. – Vai ser daqui a 15 dias, as 20:00, no Maracanã.

- No Maracanã? Nossa, Luan! Que tudo!

- Estou super animado, eu que dei a idéia de ser lá.

- Idéia ótima, por sinal! Vai ficar lindo.

- Minha família vai no dia, de manhã, mas quero que vá com Eduarda um dia antes.

- Tudo bem! Vai cair que dia?

- A gravação vai ser no sábado, vocês vão na sexta.

- Tá...Mas por que?

- Porque eu quero que acompanhem tudo de pertinho. Quero que vão ver o palco já pronto, junto comigo, antes de todo mundo. Quero que vão ver o ensaio, que participem do making off comigo! – Ele falava animado e eu sorri.