Capítulo 126

Nos sentamos em cima daquele pano vermelho, que estava estendido na grama.

Luan nos serviu com vinho e nós brindamos, antes de tomar.

Percebi que era comida Árabe ali, uma das minhas favoritas.

Começamos a comer e tudo estava impecável, meus pratos prediletos.

- Está bom?

- Ainda quer saber? Você sabe direitinho os meus gostos!

- Que bom que sei! – Ele riu. – Calma, que ainda tem sobremesa!

- Sério? Eu estava mesmo com vontade de comer uma sobremesa Árabe.

- É que nós somos ligados por telepatia e eu leio seus pensamentos.

- (risos) Bobo!

- Tenho uma coisa pra te contar. – Disse, enquanto nos deliciávamos com a sobremesa.

- O que? – Falei de boca cheia.

- Eu marquei a data do nosso casamento.

- Sério! – Bebi um gole de vinho, para descer o resto da comida e ele assentiu.

- Eu já estava louco pra isso!

- Ah, amor! Posso te confessar? Eu também estava! – Me estiquei e o abracei.

- (risos) Quero morar com vocês logo! Quero ter uma aliança no dedo com seu nome.

- Quer ser só meu, é? – Sussurrei e ele sorriu me olhando.

- Eu já sou, mas quero ser de papel passado!

- Seu lindo! – Selei nossos lábios demorado. – Eu também quero...Muito!

- Não quer saber pra quando eu marquei?

- Claro que sim!

- Pra daqui a nove meses. Achei um pouco longe, mas é preciso pra organizar tudo.

Quero uma festa de arromba, inesquecível, impecável.

- Eu também! – Sorri. – Está ótimo essa data, Enzo já vai estar maior. Ótimo!

- E também queria te dizer outra coisa.

- Diz, vai! É tanta novidade hoje que não sei se agüento!

- (risos) Queria fazer uma viagem depois do casamento pra Disney com as crianças.

- Ah, amor, que máximo! Eu acho ótimo!

- Sério? Então nós vamos!

- Só não vai ser bem uma lua de mel, não é?

- Não tem problema! Quando o Enzo crescer mais, nós vamos fazer uma lua de mel incrível. Acho ele muito pequeno pra ficar dias sem você.

- Eu também estava pensando nessa questão, porque penso assim também e te falaria. – Ficamos ali por horas.

Conversando, rindo, namorando. Como foi bom aquele momento.

Cada sonho que a gente falava um para o outro e a maioria já tendo data para se realizar e eu não via a hora.

(...)

- Eduarda! Sai desse sofá e me ajuda!

- Calma, mãe!

- Meu Deus, é só gritando que escuta! Trás seu irmão aqui pra mim que nós já vamos almoçar.

- Tá! – Ouvi ela bufar.

Ouvia também os resmungos de Enzo e logo avistei os dois. Ela o carregava no colo, toda desengonçada e o menino resmungava bravo.

- Não precisava pegar ele no colo.

- Só assim pra ele vir! – Ela revirou os olhos.

Enzo já com sete meses, vivia engatinhando pela casa e ao contrário de muitas crianças, odiava que o pegassem no colo. Estava sempre querendo ficar no chão, conversando em sua língua e mexendo em tudo que visse.

Eu estava voltando ao meu trabalho naquele dia. Confesso estar feliz por sair do tédio que eu ficava, mas ao mesmo tempo um pouco estressada com a correria.

Enzo ficaria na creche a partir dali. A escola de Eduarda tinha mudado para parte da tarde, então para dar tudo certo, eu combinei com a outra psicóloga de trabalhar durante a tarde e ela de manhã. E lógico que foi tudo aceito na hora, já que a parte da manhã passa voando. Queria conciliar horário com Eduarda, depois era só passar em sua escola e na creche de Enzo e os pegar. Suzi agora só trabalharia nos finais de semana para me ajudar com as crianças.

Minha vida tinha mudado bastante, por um lado era bom, eu via que realmente Eduarda estava crescendo.

Depois que almoçamos, as crianças já estavam de banho tomado e prontas, eu também já estava arrumada. Pegava a bolsa de Enzo no sofá quando a porta abriu.

- Oi, meus amores!

- Papai! – Eduarda saiu correndo até Luan e Enzo imitou a irmã, só que engatinhando.

Luan o pegou no colo e encheu os dois de beijos.

- Não ia vim só amanhã, homem?

- Teve compromisso adiado, muié! Não me quer aqui, é?

- Ôh, dramático!

- O que foi? É a TPM? – Ele se aproximou e beijou meu rosto.

- Não, é a correria mesmo!

- Ah, você começa hoje no trabalho.

- Sim e minha vida mudou, como eu te disse que ficaria ontem.

- Vishi! E o nosso casamento, tá vendo as coisas?

- Ainda tem isso! Eu to vendo sim! Cinco meses! – O olhei e ele riu da minha cara.

- Não vejo a hora! – Completou.

- Confesso que eu também não, acredito que minha vida vai se estabilizar mais depois de casada.

- Nossa! Só por isso que quer casar comigo? – Ri.

- Sabe que não, idiota! – Ele puxou meu rosto com sua mão livre e beijou meus lábios. – Estamos atrasados, amor!

- Eu fico com o Enzo hoje!

- É o primeiro dia dele na creche, amor. Tem que ir pra se acostumar.

- Vai amanhã! – Ele deu de ombros. Revirei os olhos.

- Então eu também vou ficar!

- Você tem que ir pra escola que hoje é sua apresentação! Ah, hoje é a apresentação. – Quase gritei. – Eu esqueci desse detalhe e trabalho até as cinco, tá lotado de gente! – Bati na testa.

- Calma, amor! É apresentação de quê?

- É só uma peça de teatro e música, pai.

- Então eu vou, pode ser?

- Sério? Claro! – Ela abraçou sua cintura alegre, enquanto ele ria.

- Tem certeza?

- Claro que sim, amor! Fica tranqüila!

- Olha lá, em!

- (risos) Sério, vou fazer tudo certinho! – Me despedi deles e fui para o meu carro, já que Luan já levaria Eduarda para escola e naquele dia, poderia chegar 13:30.

Trabalhei pra caramba naquela minha volta, mas foi divertido. Os pacientes me contavam o quanto tinham sentido minha falta e aquilo me fazia feliz.

Assim que terminei a última consulta, guardei minhas coisas e me despedi de Amanda.

- Cansei! – Ri.

- Imagino, hoje o negócio foi cheio. Que bom que voltou!

- Obrigada! – Conversei mais um pouco com ela, colocando o papo em dia e logo fui embora.

Assim que cheguei em casa, estranhei ver que ainda não tinham chegado.

Tomei um banho, me troquei e peguei o celular para ver o que se passava nas redes sociais. Vi que as fãs do Luan comentavam sobre uma foto dele e de Enzo e fui procurar sobre ela.

Meu bebê cansou desse nosso dia agitado! :x

Sorri com aquela foto e logo o liguei.

Ele estava na sua casa e dizia que as duas crianças já tinham dormido, de tão cansados pelo dia. 

Então, sem escolhas, eu que tive que ir até eles e voltaríamos para minha casa, depois que os dois acordassem. 

Estava ansiosa pra saber como Luan tinha se saído sozinho com duas crianças, em uma escola.