Capítulo 119

Tiramos várias fotos, dançamos muito, comemos demais, a festa foi um arraso.

Todos ainda estava animados as duas da manhã, mas eu já estava esgotada.

Me afastei de todos e me sentei na mesa em que estávamos antes.

- O que foi? Tá sentindo alguma coisa? – Luan se aproximou de mim e se sentou na minha frente, me olhando preocupado.

- Não! Está tudo bem, só estou cansada e com dor nos pés e nas costas. – Fiz careta.

- Quer ir pra casa?

- Se você pudesse pedir o motorista pra me levar...

- Nada disso, eu vou com você!

- Não precisa, Luan! Fica aqui, não quero estragar sua festa.

- Não vai estragar nada e já fizemos tudo que tinha que fazer, eu também estou cansado. Só vou pegar a Duda e já vamos. – Assentiu e vi ele se afastando, com seu copo na mão.

Voltou sozinho depois de alguns minutos.

- Cadê Eduarda?

- Está elétrica e não quer ir embora, acredita? Minha mãe disse que quando for leva ela.

- Ah, Luan, vai deixa ela aqui dando trabalho seus pais?

- Que trabalho, Carolina! Vamos, vai? – Ele me estendeu a mão e eu a peguei, me levantando.

Fomos até o carro abraçados, já que eu quase mancava de tanta dor no pé.

Assim que chegamos no quarto, me deitei na cama e suspirei de alivío.

- Esqueci o quanto é difícil carregar um filho na barriga. – Fiz careta e Luan riu.

Ele foi tomar um banho e eu não estava com forças nem para isso, então só coloquei meu pijama e desfiz meu penteado.

- Quer uma água? – Ele saiu do banheiro de cueca e eu neguei, me cobrindo.

Ele se deitou do meu lado, acariciou o meu rosto com as pontas dos dedos e deixou um beijo nos meus lábios.

- Posso te fazer uma pergunta? – Tomei coragem, depois de alguns minutos em silêncio e ele assentiu.

- Pode...

- A sua ex namorada já esteve grávida de você? – Ele quase engasgou com a própria saliva, mas respirou fundo e depois de encarar o teto, me olhou.

- Então...É uma história meio complicada esse meu namoro. – Ele fez careta.

- Me conta, eu quero ouvir!

- Tudo bem, vai. Vou começar pelo começou! – Ri.

- Então começa!

- A minha antiga assessora veio com uma história maluca de que eu precisava namorar a todo o jeito...

- Por que?

- Porque naquela época a noticia mais falada era a minha fama de gay. – Ele fez careta e eu ri. – Mas continuando, ela veio com essa idéia, mas eu não queria, até que ela me convenceu, como sempre. Eu reencontrei a Jade em uma dessas baladas da vida. Eu tinha conhecido ela em um show quando eu não era famoso. Eu tinha pedido pra ficar com ela, mas na época ela não aceito. Nós ficamos conversando, só que a minha assessora também estava lá e ela me chamou em um canto e começou a dizer que queria que eu beijasse a Jade porque tinha fotógrafos ali...

- E você beijou?

- É, beijei! – Ele mexeu nos cabelos sem jeito. – Acabou, que naquela mesma noite, a minha assessora começou a conversar com ela e nós ficamos a noite toda.

Na outra semana, ela já veio dizendo que eu ia namorar e ela já tinha escolhido a moça.

Eu quase entrei em pânico! Descemos até uma sala do hotel que eu estava e quando entrei nem acreditei, a Jade estava lá. A minha assessora disse que ela seria minha nova namorada, que ela tinha topado e que ninguém podia saber desse nosso acordo, que as únicas pessoas que iriam saber eram ela, meu secretário, meu segurança, que sempre está comigo e meu pai, mais ninguém.

- E você topou!

- Topei, porque eu sempre fazia o que ela queria. Começaram a armar para as fãs verem ela junto comigo, indo pra hotel, dentro da van, com o meu casaco, assistindo o show por várias vezes e depois disso, eu assumi o namoro, mas as fãs já desconfiavam, claro.

Só que depois de três meses daquilo, eu comecei a me interessar por ela de verdade, não sei se ela gostava de mim, só sei que ela também começou a querer ficar comigo de verdade. Começamos a ter uma relação de verdade.

- E por que se separaram?

- Então, quando completou um ano de namoro, minha assessora disse que já podíamos terminar, mas eu não queria, então conversamos e ela também queria continuar, continuamos. Até que dois meses depois, eu recebi várias fotos no meu celular dela com outro cara, um namoradinho dela de infância, esse mesmo cara que eu lhe perguntei hoje se iria se casar.

- Nossa!

- Pois é e aí eu me irritei de vez e na hora eu liguei pra minha assessora e falei que iria anunciar o fim do namoro, deixando ela sem entender nada. Anunciei. No outro dia a Jade me ligou, eu terminei tudo com ela por telefone, não disse o motivo, mas disse que não gostava dela e isso era verdade, era só atração. Até que no outro mês ela chegou dizendo que estava grávida, me mostrou exames, ultrassonografia e tudo e eu não acreditei muito nela. Também não disse nada, mas não acreditei e nem acredito que aquele filho era meu.

Ela perdeu a criança com quatro meses, um dia depois de descobrir o sexo.

- Era o que?

- Uma menina...Mas sabe afeto, amor? Eu não sentia aquilo quando ela falava “nosso filho” era estranho e mais uma razão pra eu ter certeza de que não era o pai.

Ela caiu da escada, sangrou e perdeu a criança.

Até hoje ela não sabe que eu vi aquelas fotos dela, que eu tinha quase certeza de que não era pai de filho dela nenhum.

- Ela começou a namorar com esse outro quando?

- Dias depois de perder o bebê.

- Te chamou de idiota na cara. Até um cego ia ver que ela não gostava de você por ficar com outro homem dias depois de perder um filho dos dois.

- (risos) É, mas o que passou, passou! E hoje eu tenho uma pessoa mil vezes melhor que ela!

- É? – Ri e levei minha mão direita até seu cabelo, o puxando pra mim.

- É sim... – Ele selou nossos lábios.

- Sabia que essa sua história dá um filme? – Ele gargalhou.

- Não dá...Pra você pode ser surpreendente, pra mim foi porque estava no começo da carreira, hoje eu vejo que isso é o que mais acontece nesse meio de gente famosa.

- É sério?

- Sério! Hoje também eu não tenho coragem de fazer nada disso. Se as pessoas querem pensar alguma coisa de mim, que pensem!

- Que bonitinho! Acho bom! – Apertei suas bochechas e ele virou os olhos.

- (risos) Boba!

- Aquelazinha falando que a minha filha ia ser igual á filha de vocês, coitada! – Fiz cara de desprezo e Luan riu.

- Nunca, não é amor? Até porque a filha não era minha, não ia ser linda.

- Convencido!

- E a Dudinha não tem igual!

- Isso eu tenho que concordar com você.

- Ela tem seus olhinhos, mas minhas manias, então, é perfeita!

- É! Está pegando suas manias bobas!

- Bobas, é? – Ele se fingiu de ofendido e se virou de barriga pra cima.

Beijei seu pescoço e apoiei minha cabeça em seu ombro.

- Boa noite! Tô morrendo de sono! – Sussurrei.

- Boa noite, meu amor! Dorme com os anjos, ciumenta! – Ele disse da mesma forma e eu sorri antes de fechar os olhos e pegar no sono no melhor lugar do mundo, sentindo o melhor carinho do mundo e o melhor cheiro do mundo.