Capítulo 113

A campainha da minha casa tocou, me acordando. Me levantei da cama e quando passei por um espelho, vi meu rosto inchado de chorar, meu cabelo todo desgrenhado.

A campainha não parava e eu apressei meus passos até a porta.

- O que você tá  fazendo aqui? – Quase gritei.

- Carol, desculpa o atraso.

- Atraso? – Olhei no meu relógio. – Já são uma hora da manhã, Luan! – As minhas lágrimas insistiam em cair novamente e eu limpava em vão.

- Ei, desculpa, me perdoa! – Ele ia entrar e eu empurrei a porta.

- Não quero você aqui...Vai embora.

- Me deixa entrar, que eu te explico. – Ele suplicava.

- Não! Eu quero você fora daqui, fora da minha vida! – Gritei.

- Amor... – Já ia fechar a porta, quando ele a segurou. – É que eu esqueci isso! – Ele gritou de volta e tirou de dentro do bolso uma caixinha.

Parei de tentar fechar a porta e ele abriu a caixinha. Tinha dois anéis ali dentro, de prata.

Na verdade, pareciam alianças.

- O que é isso? – Disse com a voz falha.

- Que casar comigo? – Ele se ajoelhou ali no chão e eu abri a porta, me aproximando.

- É o que?

- Foi isso mesmo que você ouviu. Você quer casar comigo, Carol? Eu te amo muito.

Me desculpa por ter te feito esperar, me desculpa por tudo que já te fiz, por todas as idiotices, por ser tão idiota as vezes. Eu juro pra você que consegui perder essa caixinha na bagunça do meu quarto e fiquei horas procurando. Eu fui até o restaurante, ainda com a esperança que estivesse lá, tivéssemos um jantar romântico e depois eu te entregaria, mas o garçom me disse que você me esperou por horas e foi embora.

Eu te amo! Casa comigo? – Eu voltei a chorar, mas dessa vez, não mais de raiva.

- Eu te amo! – Minha voz quase não saia. – É claro que eu caso! – Um pingo de água bateu na minha cabeça e eu olhei para o céu. Começava a chover.

- Eu te amo muito, amor! – Luan se levantou do chão e me abraçou.

- Me perdoa também por pensar besteiras de você! – Sussurrei.

- Você tinha razão de pensar, porque eu te dei o bolo. Mas agora esquece, vamos esquecer tudo e viver esse momento. Já quero marcar a data do nosso casamento o mais rápido possível. Quero ser uma família de verdade, com você, a Duda e o Enzo! – Ele me puxou para um beijo apaixonado e nessa hora, já chovia muito em cima de nós.

- Eu te amo! – Sorri, assim que nos separamos.

- Eu também te amo! Agora vamos entrar, você não pode ficar gripada! – Assenti e nós entramos abraçados.

Tomamos um banho quente juntos e depois de trocar muitas declarações e carícias, um para o outro, fomos dormir de conchinha e eu pensando que aquilo tudo era um sonho.

Realmente não estava acreditando no que estava acontecendo e pela primeira vez, queria casar com ele de verdade, o mais rápido. Queria morar com ele para criarmos nossos filhos juntos.

*

Depois de me acertar com Carolina e ela aceitar meu pedido de casamento, finalizamos aquela noite com chave ouro. Quando cheguei ao restaurante e o garçom me avisou que ela me esperou por horas e saiu dali com uma cara de poucos amigos, quase me bati.

Tudo isso por causa de uma aliança que estava no bolso da minha calça e desapareceu.

Fiquei por horas procurando, até que não teve jeito e eu tive que pedir ajuda da minha irmã e da minha mãe.

Antes, elas surtaram um pouco já que eu pediria Carolina em casamento e depois fomos procurar.

- Espera...É uma caixinha vermelha? – Minha mãe disse depois de horas procurando.

- É sim, a senhora viu?

- Ah...Estava no bolso da sua calça, coloquei pra lavar a calça e guardei a caixinha aqui. – Ela abriu uma gaveta do meu closet que eu nem sequer sabia que existia.

- Pow, mãe! – Fiz careta e ela riu.

Acordei primeiro que Carolina no outro dia, Suzi estava ali e eu lhe pedi para fazer um café da manhã caprichado na bandeja e assim ela fez.

Acordei minha noiva com beijos e ela antes mesmo de abrir os olhos, já sorriu pra mim.

- Hum, que delícia! – Se sentou, assim que viu o que eu tinha nas mãos.

- Gostou? Eu pedi pra Suzi fazer pra você.

- Eu amei! – Ela selou nossos lábios e começou a comer.

Apenas lhe olhava, parecia que não pararia de comer nunca mais.

- Eita, que você tá com fome! – Ela gargalhou e me deu língua.

- É o seu filho!

- Sei... – Assim que terminamos o café, namoramos um pouco, rimos, conversamos e tiramos várias fotos.

- Acho que a gente já pode levantar.

- Sério? Quero ficar aqui o dia todo com você. – Lhe abracei pela cintura e ela riu.

- Nada disso, vamos levantar.

- Vamos lá pra casa, então? Depois buscamos a Duda no colégio. – Ela assentiu.

Tomamos um banho gostoso juntos e como o combinado, seguimos para minha casa.

Minha irmã já foi logo lhe perguntando como tinha sido meu pedido de casamento e Carolina fez careta, me fazendo ri.

Me sentei no sofá e comecei a mexer no celular, enquanto elas tagarelavam.

- Como assim você tinha ido embora? – Escutei minha irmã dizer e parei um pouco para olhá-las.

- Eu esperei por horas...Mas deu tudo certo!

- Ah, eu imagino! Deve ter sido cena de filme. – Ri negando, com a frase da minha irmã.

- Pior que foi, ainda mais na chuva.

- Na chuva? – Ela se empolgou.

Postei uma das fotos que tínhamos tirado mais cedo e decidi que contaria a todos do nosso noivado. Postei e entreguei meu celular para que Carolina visse.

“ Era o meu maior sonho poder ficar do seu lado pra sempre, queria acordar do teu lado todos os dias, ter mais mil filhos com você, te chamar de minha de verdade, no papel e estou prestes a realizar isso. Obrigado por me fazer tão feliz, meu amor!

Eu te amo e vou te amar pra sempre.”

Ela me olhou com os olhos arregalados e eu ri.

- O que foi?

- Luan, você é louco? E se não pudesse, sua assessora, ninguém sabe...

- Calma, amor! Tá tudo bem!

- Ah, cunha! Eu acho que já estava na hora de assumirem mesmo e principalmente que vão casar. – Bruna, que já estava com o meu celular nas mãos, disse.

- É, vocês tem razão! Não quero mais esconder de ninguém nosso amor e nunca mais vamos ficar longe um do outro. Agora é pra sempre! – Ela sorriu e eu retribui, selando nossos lábios.