terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Capítulo 134



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- Vem pra cá! – Ela tentava parecer calma, mas sua respiração acelerada, me dizia outra coisa.
- Bruna, me fala cadê a Carolina.
- Luan, vem agora! – Ela desligou o telefone na minha cara e eu me levantei da cama correndo.
Vesti a primeira roupa que vi na minha frente e já descia as escadas correndo quando ouvi o choro do Enzo e voltei correndo. Já ia me esquecendo dele.
O peguei no colo e nem sua bolsa eu levei. O ajeitei na cadeirinha do carro e fui voando pra casa dos meus pais.
Respirei fundo, antes de abrir a porta de entrada da casa. Senti as lágrimas caindo do meu rosto, assim que vi ela no chão, com a cabeça sangrando e o pior, desacordada.
- Gente! – Eu tentei falar, mas nada saia.
Então Bruna pegou meu filho do meu colo.
- Fica lá com eles e não fala nada pra Eduarda. – Minha mãe disse e ela assentiu, subindo as escadas.
- Mãe! O que tá acontecendo aqui? – Eu chorava desesperadamente.
- Filho, o samu já está chegando, eles pediram pra não mexer nela. Eu liguei para eles correndo.
- O que aconteceu? – Eu lhe abracei forte e ela também não conseguiu segurar e chorou comigo.
Antes que me respondesse, a porta foi aberta por meu pai e mais de cinco homens entraram correndo. Foi tudo tão rápido, que quando me dei conta ela já estava entubada e sendo colocada dentro da ambulância.
Meu pai me puxou para seu carro e partiu atrás deles.
Assim que chegamos no hospital, desci do carro correndo e já fui logo pedi informação sobre ela.
- Calma, senhor, ela acabou de chegar. Ainda está sendo examinada, aguardem naquela sala e o médico já irá falar com vocês. – Meu pai me puxou pra onde a moça tinha apontado e eu me sentei na cadeira derrotado.
- Pai...
- Filho, vai ficar tudo bem!
- Me diz o que aconteceu.
- Ela chegou lá em casa, nós conversamos e ela subia as escadas pra ver Eduarda que estava no banho, eu fui pra cozinha, mas sua mãe me disse que quando chegou no topo da escada, ela voltou pra pegar o celular no sofá e...Acabou caindo.
- Ela caiu lá de cima? – Falei baixo e meu pai assentiu. – Não to acreditando nisso...
- Vai ficar tudo bem!
- Pai, a cabeça dela tava sangrando!
- É porque ela bateu com a cabeça na quina quando chegou em baixo, foi forte demais. Eu ouvi o barulho da cozinha e fui correndo ver.
- Pai, acredita que quando eu tava com ela sentia uma coisa ruim no peito? Eu não sei, não queria deixar ela sair de perto de mim...
- Eu acredito!
- Essa é a prova do quanto é grande meu amor por ela.
- Vai ficar tudo bem! – Ele me puxou para um abraço.
Depois de três horas ali, até minha mãe já tinha ligado nos perguntando o que tinha acontecido, enfim um médico abriu a porta.
- O que aconteceu, doutor? – Me levantei rápido.
- Calma...O estado dela é estável.
- E isso quer dizer?
- Então, pelo o que me disseram, ela teve uma queda de uma escada. – Meu pai assentiu.- E foi uma queda bem feia, ela teve um traumatismo craniano.
- E isso é muito grave, doutor?
- Olha, eu não vou mentir. Agora o estado dela é estável, mas conseqüências podem vir.
- O que, por exemplo? – Fechei os olhos, esperando sua resposta.
- Perda da memória, convulsões, perda da visão, epilepsia, deficiência mental, alterações de comportamento, perda da capacidade de locomoção ou perda do movimento de algum membro ou coma.
- E existi alguma possibilidade dela não ficar com nada disso?
- Claro que existi! Olha, ela está sedada, eu aconselho a vocês irem para casa, porque hoje ela não pode receber visitas e nem vai acordar, então não precisam ficar aqui.
- Mas eu quero ficar!
- Luan, vamos fazer o que ele está pedindo. Amanhã bem cedo voltaremos.
- Ela não tem previsão de alta?
- Não! Ela ainda tem que acordar para vermos os sintomas dela, para vermos se vai ficar com alguma coisa. Por enquanto, alta em hipótese alguma!
- Filho, ela acabou de chegar, isso é normal! Se acalma. – O médico nos pediu licença e saiu dali.
- Eu quero dormir aqui, pai.
- Olha, eu te prometo que a partir de amanhã eu não te impeço mais de nada, mas vamos para casa só hoje? Você tem que dar alguma explicação a Duda pelo sumiço de vocês dois e pro Enzo também, apesar de ser pequeno. – Suspirei e assenti.
Limpei minhas lágrimas e abracei meu pai.
Fomos embora e foi só eu chegar na casa deles e olhar para aquela escada, que o meu choro voltou e minha mãe me abraçou tentando me confortar.
- Como ela está? – Não tive nem forças para falar, então meu pai contou tudo que o médico nos disse.– Ela vai sair dessa, filho!
- Eu tenho fé, mãe!
- Isso mesmo, temos fé e isso basta! Você quer dormir aqui?
- Não...Eu vou voltar pra casa com as crianças.
- Tem certeza? – Assenti. – Quer que eu vá com você?
- Não precisa, mãe.
- Me promete que me liga se precisar de alguma coisa?
- Eu prometo!
- O que vai falar pra Duda?
- Eu vou contar a verdade, a gente não pode esconder isso dela. – Minha mãe concordou e eu vi Bruna descendo as escadas com as crianças.
- Pai! – A pequena me abraçou e eu retribuí, voltando a chorar. – Cadê minha mãe? Por que está chorando?
- Filha... – Limpei as lágrimas. – A gente conversa em casa, pode ser? – Ela assentiu desconfiada.
- Você vai pra casa, pi?
- Vou sim, Bruna.
- Eu vou com vocês, então.
- Isso! Deixa sua irmã ir com vocês, Luan. – Eles insistiram tanto, que eu acabei aceitando.
Bruna arrumou algumas coisas dela rápido e nós fomos para minha casa.
- Eu vou dar um banho no Enzo e você conversa com a Duda, pode ser? – Ela sussurrou no meu ouvido e eu assenti.
- Filha...Senta aqui! – Nos sentamos no sofá e ela me olhava com os olhinhos curiosos, querendo que eu falasse algo.
- Cadê a mamãe?
- Olha, a mamãe sofreu um acidente, ela ficou dodói, mas vai ficar tudo bem.
- Ela tá doente?
- Ela tá um pouco machucada, meu amor. Mas vai ficar bem! – Repetia aquilo de novo.
- Ela está no hospital?
- Está... – Sorri fraco com sua esperteza.
- Quando ela volta pra gente?
- Logo...
- E como a gente vai fazer até lá sem ela? Como ela se machucou? – Seus olhinhos começavam a lacrimejar e aquilo me doeu o coração.
- Vocês vão ficar com o papai, a vovó, o vovô e a tia Bruna. A mamãe não vai demorar pra voltar. Ela caiu da escada da vovó.
- Eu não quero ficar sem ela! – Ela me abraçou apertada e eu não agüentei.
- Nem eu, meu amor, mas ela vai voltar rápido e você vai ficar com o papai. Você vai me ajudar com seu irmãozinho?
- Vou... – Beijei seu rosto.
- Agora a gente vai comer, depois tomar um banho e dormir. A tia Bruna vai dormir aqui com a gente. – Ela assentiu.
Fiz o que prometi, pedi uma pizza já que era mais prático e eles entregavam rápido.
Bruna deu a mamadeira de Enzo e ele logo dormiu. Eu coloquei Eduarda na cama e contei uma história, até que dormisse.
Assim que cheguei no meu quarto, chorei. Não dava para me segurar vendo as coisas dela lá, sentindo seu cheiro ainda no ar e lembrando que á poucas horas ela estava lá nos meus braços, nós estávamos dando risada. As vezes a vida é muito injusta.
Me deitei na cama e agarrei seu travesseiro, sentindo seu cheiro.
Fui dormir as seis horas da manhã e acordei com meu celular tocando, olhei no relógio e eram sete e meia, ou seja, dormir só uma hora e meia. Meus olhos quase se fechavam sozinhos.
- Alô.
- Luan? Aqui é do hospital Albert Einsten.
- O que aconteceu? – Meu sono foi embora e eu me sentei na cama rápido.
- A sua esposa, que deu entrada aqui ontem, bom...Ela entrou em coma.

- O que?

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