Capítulo 128

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*

Assim que cheguei na casa do Luan, o mesmo me recebeu e eu me deitei no sofá em seu colo, enquanto conversávamos e ele me contava como tinha sido sua experiência de pai por um dia, completamente sozinho, sem minha ajuda.

- Então você deu conta?

- Dei, né amor!  - Ri dele.

- Sabia que daria! O Enzo parou quieto?

- Parou...Por um milagre! – Escutamos um barulho vindo da escada e olhamos para mesma.

Eduarda descia as escadas com cara amassada de sono.

- Oi, filha!

- Oi, mamãe! – Ela me abraçou.

- Já acordou? Seu pai disse que foi dormir agora pouco.

- Eu ouvi sua voz!

- E como foi seu dia hoje com o papai e o irmão, sem a mãe?

- Foi legal demais! – Ela começou a me contar empolgada tudo que tinha acontecido, enquanto eu e Luan ríamos.

- Suas amiguinhas quiseram tirar foto com ele?

- É...Elas falaram pra eu levar ele mais vezes lá na escola. Ah, todas as mulheres ficavam olhando pra ele e cochichando.

- (risos) Ah, isso você não me contou, seu Luan!

- Eu não percebi isso, Duda!

- Até uma pediu pra tirar foto bem grudada nele.

- Olha só, Eduarda. Bem grudada nada! – Ele se defendeu, enquanto eu ria.

- Foi sim! Ela tava dando sorriso pra você. Ela é feia e eu não gostei disso.

- Como é ciumenta essa menina! – Ele beijou seu rosto.

- Daqui a pouco nem eu vou poder chegar mais perto de você, Luan. – Brinquei.

- Claro que não, mamãe! Vocês são namorados, vocês podem. – Ela me olhou como se aquilo fosse óbvio.

- Olha, já está aprendendo rápido. Isso mesmo! É bom que fica de olho nele pra mim, não é? – Falei e ela assentiu.

- Ah Deus, por que duas mulheres tão ciumentas? Eu sei que sou lindo, mas não precisava de tanto. – Ele olhou para cima rindo.

Dei um tapa em seu braço e Eduarda imitou meu gesto, nos fazendo ri.

(...)

Estávamos na véspera do meu casamento e eu estava a mil por horas. Ainda ajeitando os últimos ajustes, junto com a organizadora e o organizador da festa, que era uma piada e fazia a gente ri toda hora.

Estava no salão da festa, que já estava sendo arrumado, junto com Eloá e Bruna, enquanto Alan falava sem parar. Ele era gay e seu jeito era muito engraçado.

- Isso aqui vai ficar divo, menina! Vai ser casamento de príncipe e princesa, a altura de vocês mesmo. Lindo como vocês!

- (risos) Obrigada, Alan, mas ainda sim eu fico insegura. Tô tão nervosa, que vocês nem fazem idéia!

- Pensa só na lua de mel e relaxa, que o resto a gente cuida.

- Acredita que por enquanto não vai ter lua de mel? Meu filho ainda é muito pequeno e muito grudado na gente, vamos esperar ele crescer mais um pouco. Na semana que vem viajaremos para a Disney com as crianças.

- Hum, Disney, passeio de rico. Ótimo lá, mas vocês eram pra estar sozinhos, mulher! Tem que rolar depois do casamento pra fechar com chave de outro. – Nós rimos.

- Vai rola, mas viagem, deixa mais pra frente!

- Ah, sabia que não iria ficar sem nada! – Ri dele.

Voltamos a ver algumas coisas ali, conversava com Bruna e Eloá, que me ajudavam também, quando escutei a voz do Luan.

- Ué! Você por aqui?

- Vim pegar vocês pra almoçar. – Ele me abraçou por trás.

- Ótima idéia, to morrendo de fome.

- Gente, quem é esse bofe lindo que chegou aí? – Alan se aproximou nos fazendo ri e Luan ficou sem jeito, mas riu fraco também.

- Bora então, galera? – Ele disse e nós assentimos.

- Ah já? Fica mais um pouco.

- Para! Tá deixando o menino sem graça! – Falei e ele riu. – Fica dando em cima do meu noivo também não, em! – Brinquei.

Saímos dali e como o combinado, fomos até um restaurante e comemos nós quatro.

Voltamos para casa do Luan, onde estava Eduarda e Enzo, que já queria dar seus primeiros passinhos. Estava enjoado por ter dentinhos nascendo, estava enorme.

Dormir na casa do Luan e acordei no outro dia muito ansiosa. Ele não estava na cama e eu fui tomar um banho pra ver se relaxava.

Desci até a sala e Bruna, já estava de pé, junto com Eloá, que deveria ter acabado de chegar.

- Mas vocês estão mais ansiosas que eu, em! – Brinquei.

- Temos que ir pro spar cedo, dona Carolina! Temos que estar lindas.

- Vocês também vão?

- Lógico! Somos madrinhas, temos que estar a sua altura. – Bruna disse.

- E Luan?

- Já tiramos ele de casa, com a ajuda do pai e dos amigos dele.

- Tadinho, gente! Acordaram o menino cedo.

- Tadinho nada, vocês só podem se ver hoje no altar.

- Tá bom! – Levantei os braços rindo.

A campainha tocou e Bruna foi atender.

- Olha só quem chegou! – Ela veio na frente.

- Ah, não acredito! Tia, tio, Dani, Lara! – Fui abraçar os quatro que a tempos não via.

- Que saudades de você, Carol! – Minha tia chorou e eu não consegui segurar minhas lágrimas também.

- Eu tava morrendo de saudades de vocês, quanto tempo que a gente não se vê! Nunca mais façam isso.

- Nunca mais faça isso você, de agora em diante pegue seu marido e seus filhos e vão lá em casa. – Meu tio disse e eu assenti.

- Falar em filhos, cadê eles? To doida pra ver o Enzo, pelas fotos que me mandou ele é a coisa mais linda do mundo.

- A tia! Tava doida pra vocês verem ele, tá a coisa mais gostosa e bagunceira. Nem acredito que nunca viram ele.

- Eu também não e mês que vem já faz um ano. – Assenti.

Escutamos um chorinho vindo do quarto onde os dois dormiam.

- Óh, acho que alguém escutou falar o nome dele. – Falei e rimos. – Vai lá pegar ele pra mim, Bru?

- Vou sim! – Ela correu até a escada. – Ah, vão tomar um café na cozinha, meu pai foi levar a mãe pra ver os últimos detalhes do vestido dela, que deu defeito, você lembra? – Assenti.  – Fiquem a vontade.- Fomos até a cozinha e nos sentamos para comer.

Começamos a conversar e matar a saudade que já estava quase me matando.

Bruna demorou um pouco, mas chegou na cozinha com Enzo e Eduarda, já de banho tomado.

- Olha que titia mais prendada eu tenho. – Falei e beijei o rosto dos meus filhos.

- O Enzo não quis tomar banho, Carol, ele acordou no 220 como sempre. – Ri.

- Tudo bem!

- Posso pegar essa coisa linda, prima? Ah eu quero uma foto! – Lara disse e eu assenti.

Enfim a minha família conheceu o Enzo e se encantaram com ele, mataram a saudade de Eduarda também.

Dona Marizete chegou e nós explicamos que iríamos para um spar, ela e minha tia não quiseram. Meu primo e meu tio saíram com seu Amarildo, que se encontraria com Luan e as duas falaram que ficariam ali mesmo, conversando, depois iriam para o salão de beleza e na hora do casamento iriam para a igreja.

Lara insistiu tanto, que nós a levamos junto também. Já estava uma moça linda e cada dia mais alta.

O nosso dia foi como de princesa. Eu realmente consegui relaxar e aproveitar aquele dia maravilhoso com as meninas.

As seis horas, minha maquiadora chegou para me maquiar e levou outra para maquiar as meninas. As sete e dez,foi a vez da cabeleireira arrumar o meu cabelo.

 - Você tá linda demais!  - Minha prima disse.

- Obrigada, você também está. Na verdade, vocês. Mas ainda falta os vestidos.

 - É verdade! – As meninas foram colocar os vestidos delas, enquanto eu esperava dar os últimos retoques no meu cabelo e maquiagem.

Quando todas já estavam devidamente vestidas, fui até a sala que estava o meu vestido.

- Corre que já são nove horas e o casamento está marcado pra isso mesmo.

- Então está ótimo, vou atrasar, mas não tanto.

Abri a porta da sala e quase morri do coração quando vi meu vestido em cima da cama, mas completamente rasgado. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu coloquei as mãos na boca.

- Que brincadeira é essa? – Sussurrei.

- Brincadeira nenhuma! – Ouvi aquela voz tão conhecida.

- Fernan... – Parei de falar, assim que me virei para lhe olhar.

- Então...Se você tirou a minha felicidade, por que eu não posso tirar a sua e...Pra sempre? – Ela apontava uma arma em minha direção e agora sim eu estava completamente assustada e chocada com a cena que estava na minha frente.

O sonho tinha se transformado em pesadelo.