segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Capítulo 114




Voltamos para minha casa tarde e fomos dormir.
Acordei no outro dia, primeiro que Luan e encontrei Eduarda no corredor, dizendo estar com fome. Ri e lhe peguei no colo, indo em direção a cozinha.
Depois de tomarmos nosso café da manhã, fomos para sala e enquanto víamos um desenho, a campainha tocou.
- Pois não? – Um senhor bem vestido estava na porta, com um rapaz bem mais novo ao seu lado e pela semelhança já imaginei ser seu filho. Eles me lembravam alguém também, que naquele momento eu não decifrei quem.
- Carolina? – O senhor mais velho disse, com sua voz forte.
- Sou eu...
- Prazer, Mauricio! – Ele estendeu sua mão e eu a peguei. – Pai do Marcelo. – Arregalei os olhos.
Nunca imaginei encontrar seu pai, ainda mais que ele fosse na minha casa.
- Prazer, Marcos! – O rapaz mais novo deu um sorriso e agora sim, eu estava vendo a semelhança entre ele Marcelo. Eram muito parecidos.
- Prazer...Entrem! – Disse sem jeito e eles entraram.
- Eu sei que a gente nunca se viu, ou se viu você não se lembra de mim e nem eu de você, porque fui para fora do país muito cedo e Marcelo ficou aqui com a emprega que praticamente o criou. – Eles se sentaram no sofá e eu os acompanhei.
- É...Não me lembro mesmo. O Marcos é irmão dele com minha atual esposa, acho que ele já deve ter te contado isso.
- Já sim...
 - Sinto muito por não ter vindo no enterro dele, eu trabalho demais, mas recebi a notícia. Meu filho era tão novo, mas tão sem juízo. Obrigado por cuidar de tudo!
- Imagina...Ele é pai da minha filha.
- Então, por falar nela, por isso que viemos, quero conhecer minha neta e Marcos sua sobrinha. Viemos a trabalho e aproveitamos para passar aqui. – Fiquei ainda mais surpresa, mas a voz de Eduarda me tirou dos pensamentos.
- Mamãe... – Ela chegou da cozinha comendo um biscoito e ficou sem jeito, assim que viu os dois desconhecidos ali na sala.
- Então essa é minha neta? – Maurício sorriu e eu sorri fechado, assentindo.
Ele abraçou minha filha, que não estava entendo nada, e logo depois seu filho também lhe abraçou.
- Ela é muito linda. – Marcos disse.
- Obrigada.
- A cara do pai...
- Eu ando com um peso na consciência por causa dessa menina. – Senhor Maurício parecia viajar nos pensamentos. – Sabe o que eu queria te propor? – Ele me olhou e eu neguei. – Que você fosse conosco, morar com a gente e Eduarda. – Arregalei os olhos e  minha boca se abriu, fechando em seguida.
- Eu...Não posso, eu to grávida. – Arranjei uma desculpa e olhei para minha barriga.
- Eu percebi. Parabéns! – Ele sorriu e eu retribuí. – Mas depois que ganhar pode...
- Senhor Maurício, me desculpa, mas eu não posso de verdade! A minha vida está estabilizada assim. Sinto que o senhor está realmente arrependido por não ter visto Eduarda antes, mas pode vir vê-la, o dia que quiser. – Fui sincera e ele encarou o chão.
- Tudo bem, eu só queria ficar mais perto dela, mas eu te entendo.
- Que bom! – Sorri.
- Tudo bem com você, Duda? Quantos aninhos você tem? – Ele perguntou a Eduarda, que estava com vergonha, apoiada em minha perna.
Ela apenas assentiu.
- Diz quanto anos você tem. – Falei.
- Quem é você? – Ela fez uma pergunta que me deixou com vergonha.
- (risos) Eu acho que chegamos meio errados, não é? Temos que nos apresentar. Eu sou o seu avô, o pai do seu pai e esse é o seu tio, o irmão do seu pai. – Eduarda me olhou, parecendo que estava passando mil coisas por sua cabecinha.
- Pai?
- É Duda, do papai Marcelo! – Eu disse e ela pareceu entender um pouco.
- Mas o papai Marcelo não tá no céu? – Assenti.
- Está, meu amor.
- Mas nós viemos te conhecer! – Marcos, que não falava muito, disse.
- Ah...
- Você é muito linda.
- Como se diz?
- Obrigada! – Ela sorriu sem jeito.
- E educada também. Parabéns, Carolina. Ficamos sabendo que perdeu seus pais muito cedo também e teve que criar sua filha praticamente sozinha, porque o Marcelo não foi muito presente. – Olhei para o chão e ele pareceu ficar sem graça.
- Obrigada! – Sorri fechado. – Foi difícil mas eu fiz o melhor que podia...O Marcelo era meio ausente sim, mas eram um bom pai. Ele estava começando a ser mais presente na vida da filha, quando tudo isso aconteceu.
- E esse bebê que vem aí? Você tá sozinha também? Olha, mas um motivo para ir morar...
- Não, senhor Maurício. Eu estou com o pai do meu filho.
- Pode me chamar só de Maurício. Está? Eu não sabia, me desculpe.
- Tudo bem!
- Vocês são casados?
- Estamos noivos.
- Ah! – Alguns segundos em silêncio naquela casa, quando um latido ecoou ali e não parou.
- Seu cachorro, Eduarda. – Falei e ela se levantou do sofá.
- Ele vai acordar meu pai! – Ela saiu correndo e eu fiquei extremamente sem jeito por sua frase. Olhei para os dois ali na minha frente, que também me olhavam sem entender.
- Vejo que ela gosta do seu noivo!
- É...Gosta muito! Ela era carente de pai e eu conheci o Luan bem antes do Marcelo falecer, eles se apegaram e com o tempo ela foi o chamando de pai.
- Ela deve estar confusa, porque se chama outro de pai, deve conhecer a família dele também e ter outros avós...
- É, é isso! – Percebi que ele não gostava do que ouvia. – Sabe, eu não coloquei ninguém no lugar do Marcelo na vida dela. Foi tudo muito automático e eu tenho a consciência completamente limpa quanto a isso. O Marcelo mesmo disse antes de morrer que só queria que a filha fosse feliz e tivesse um pai que gostasse dela de verdade. – Não contei que ele tinha escrito aquilo por carta. Eles me olharam surpresos.
- Esse rapaz gosta dela?
- Gosta...Muito! – Mais alguns segundos em silêncio e eles se levantaram, dizendo que iriam ir embora.
- Vamos voltar para casa amanhã, e passaremos aqui para nos despedir. Tudo bem?
- Tudo bem, já digo e repito, podem voltar para vê-la quando quiser. – Eles sorriram e se foram.
Me joguei no sofá suspirando, fui pega de surpresa.
Escutei vozes do meu quarto e subi as escadas.
- Oi, amor! – Luan sorriu e eu retribuí.
Estava lindo com a carinha amassada.
- Oi, o bobi de acordou? – Ele fez careta e assentiu.
- To com uma fome! – Ri de ser jeito.
- Papai, a mamãe comprou aquele biscoito que a gente gosta. Vou lá buscar! – Ela desceu da cama correndo e nós rimos.
- E esse cachorro na minha cama? – Falei, antes que  saísse do quarto, mas não obtive resposta.
- Vem aqui! – Me aproximei dele e me sentei, bem próximo de onde estava sentado.
- O que foi? – Selei seu lábios e passei a mão por seus cabelos.
- Eduarda me disse com quem estava lá em baixo.
- Te disse o que ? – Perguntei surpresa.
- Que o pai do pai Marcelo dela e o irmão, vieram vê-la.
- Gente, que menina...
- E aí? – Suspirei.
- Foi isso mesmo, vieram conversar, o pai dele disse que estava arrependido por não ter vindo ver ela antes. Até... – Parei e falar.
- Até? Continua.
- Me chamaram pra ir morar com eles, acredita?
- Quê? – Ele se sentou na cama.
- Calma, é claro que eu não vou! – Ele passou as mãos pelos cabelos.
- O que mais?
- Só isso...
- Tem certeza? Não perguntaram da sua barriga?
- Perguntaram se eu estava sendo mãe solteira de novo. – Fiz careta. – Eu disse a verdade.
- Fez certo. Se ele sabe que a Duda me chama de pai...
- Ele ouviu ela falando que iria vir aqui em cima pegar o cachorro pra não acordar o pai dela.
- Ele não gostou, não é?
- Não muito...Mas eles não tem que gostar de nada, a filha é minha, é nossa porque é você que está criando ela junto comigo.
- Carol, você sabe que eu nunca quis tomar o lugar de ninguém, né? As coisas fora acontecendo...Mas eu juro que nunca vou deixar ela esquecer, que teve um pai de sangue.
- Amor, calma! Eu sei disso, é claro que você não quis tomar o lugar dele.
Fica tranqüilo! – Lhe puxei para um abraço. – Pode ter certeza que você foi a melhor coisa que já aconteceu em nossas vidas. – Me afastei dele e sorri.
- Vocês também foram a melhor coisa que já aconteceu na minha! – Ele selou nossos lábios.
- Amanhã eles voltam aqui pra se despedir, porque vão pegar o avião pra casa.- Luan suspirou.

- Também não quero te forçar a nada, se sinta livre pra fazer o que quiser. Só te quero feliz!– Seus olhos estavam vermelhos.

5 comentários:

  1. RA luana ja conseguiu ler tudinho hahaha.
    Eu quero ver o Enzo hahaha

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  2. Ô o passado voltando aff'z haha
    Luan agora vai ficar com essa paranoia da Carol ir embora ...

    Quero Maaaais
    @SonhocomOLuanS

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  3. Owww meu Deus, agora o Luan vai ficar aperriado com medo da Carol ir embora :/ Capítulo perfeito, amei que a Duda chamou o Luan de pai na frente do avô dela kkkk continuaaa ♥

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  4. awn meu deus, vontade de abraçar e beijar e dizer que não vou embora sisjejsjsjkskskjs mas carol fará isso né?
    acho que foi bom aparecer o pai e irmão do Marcelo, é bom lembrar que um dia ele existiu nessa fic :) tipo é ruim quando as coisas somem do nada e ngm nem lembra mais, sorte que sua fic nunca foi assim por isso que eu te amo s2s2

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