Luan se aproximou
rápido de mim e me puxou para trás. Ele estava sério e seu olhar, como eu nunca
tinha visto antes. Minhas lágrimas ainda desciam, pouco, mas desciam, com medo
do que estaria por vir.
- Quem é você pra se
intrometer em assunto de família?
- Você não é da minha
família! – Falei alto. – O Luan é muito mais da família do que você.
- Por isso vou levar
minha filha embora. Quer viver nessa safadeza com ele, viva sozinha!
- Para, seu idiota! –
Eu gritei, com raiva.
Não agüentava olhar
para minha filha que não parava de chorar em seu colo, segurando firme uma
boneca que tinha nas mãos.
- Você é um covarde
mesmo...Ia bater em uma mulher, a mãe da sua filha... – Luan o encarava.
- Ainda bem que sabe!
Minha filha! – Ele gritou.
- Eu não quero roubar
a sua filha, você que não faz papel de pai. Olha o que está fazendo com a
menina. – Ele olhou para filha que chorava em seu colo e acho que pela primeira
vez, se deu conta do que fazia. Mas ele parecia fora de si, não parecia a mesma
pessoa.
Apesar de ser sem juízo,
não era agressivo e nunca fez coisa parecida.
Luan se aproximou
dele e tirou minha filha de seu colo.
- Eu vou embora... –
Ele começou a fala, mas devagar e um pouco ofegante. – Mas eu vou te procurar.
– Ele me encarou e saiu dali correndo.
Olhei para cima
pedindo a Deus para que aquilo fosse só mais uma ameaça.
- Ei, calma, pequena!
Tá tudo bem! – Luan se sentou no sofá com Eduarda, que não o largava e ainda
chorava assustada.
- Tá tudo bem, filha!
– Me sentei ao seu lado.
- Mamãe...
- Fica calminha, tá?
– Lhe dei sua chupeta e fui até a cozinha.
Coloquei em sua
chuquinha um pouco de água com açúcar e lhe dei.
- A gente tá aqui com
você. Foi só um susto! – Luan secava suas lágrimas e secava seu rosto. Ela
bebeu toda a água e começou a se acalmar.
- Não quero ver ele
nunca mais... – Disse baixinho e eu suspirei.
- Vamos fazer assim,
não precisa ir pra escola hoje, está bem? – Mudei de assunto e ela assentiu. –
Já estamos super atrasadas também.
- Você vai ficar em
casa o dia todo comigo? – Falou manhosa.
- Eu fico com você
quando sua mãe foi trabalhar. Tem problema? – Luan me olhou.
- Não vou hoje, tem
pouca gente e eu remarco. Obrigada mesmo assim. – Sorri fraco e ele retribuiu.
- Fica também, Lu! –
Ela alisou seu rosto e Luan sorriu.
- Pode? – Me olhou.
- Ainda pergunta? –
Ri.
- As vezes você não
ia querer...
- Você sabe que eu
sempre te quero por perto. – Ficamos em silêncio e o clima rolou naquela sala.
Me aproximei dele e eu mesma selei nossos lábios, um pouco demorado.
- Por que vocês
beijam na boca? – Minha filha perguntou, logo que nos separamos.
Ainda nos olhávamos,
mas olhamos para ela.
- E você não acha que
pergunta demais, não? – Cutuquei sua barriga e ela gargalhou.
- Porque quando a
gente gosta da pessoa é isso que a gente faz. – Luan ainda respondeu sua
pergunta e me olhou sorrindo.
- Eu posso beijar
meus coleguinhas assim também? – Ela nos olhou confusa.
- Não mesmo! – Luan
disse, me fazendo ri.
- Na hora certa você
vai poder beijar os meninos, filha. Mas só quando crescer.
- Só quando tiver
grande. Adulta, entendeu? – Ri da cara dele, parecia um pai enciumado.
- Mas aí eu já vou
namorar.
- Vai, ué. E vai
arrumar muitos meninos lindos com esses olhos aí. – Rimos.
- Igual você, mamãe?
- Nem tanto, filha. –
Luan riu. – Você vai ser mais bonita.
- Mas o Luan é um
menino bonito. – Ela o olhou, o avaliando e ele riu.
- É... – Concordei
sem jeito.
- Vocês estão
namorando, não estão?
- Então...Você é
muito perguntadeira e ainda não está na ora de falarmos sobre isso, já falamos
demais. – Desconversei e a peguei no colo. – Vamos trocar essa roupa.
- Eu tive uma idéia!
– Luan se levantou também.
- E o que é? – Íamos
em direção ao quarto.
- Que tal irmos para
minha casa? Hoje tá tão calor, podíamos aproveitar a piscina. O que acha, Duda?
- Eu quero! – Ela
gritou, enquanto eu tirava sua calça.
- Não sei se é uma
boa idéia...
- Para com isso! É
uma ótima idéia. Mas só pra te tranqüilizar, meus pais e minha irmã viajaram.
- Sério? – O olhei desconfiada.
- Juro!
- Você não foi junto,
por que?
- Eles foram de
madrugada e só deu pra eu vim agora de manhã e também, tava com saudades de
vocês. – Ele me olhou, tombando sua cabeça para o lado, me fazendo quase
suspirar.
- Já que fez esse
esforço todo por nós, eu aceito. – Ele riu. – Só vou ligar pra Fernanda e dizer
pra remarcar as consultas e ficar de folga hoje.
- Vai lá que eu
termino de arruma ela. – O olhei com os olhos estreitos.
- Nossa...Você tá
gostando mesmo de brincar de casinha com Eduarda, em! Será que enjoa cedo?
- (risos) Bobo! Nunca
vou enjoar dessa princesa linda! – Ri e neguei com a cabeça, enquanto saia do
quarto atrás do meu celular.
O achei na sala e
liguei para Fernanda, que ficou sem entender.
- É que...Eu tive uma
briga com Marcelo, Eduarda se assustou não quis ir pra escola e quer que eu fique
com ela. Sabe como é...
- Não tenho filhos,
mas imagino! Minha mãe diz que eles dobram a gente e fazemos tudo que querem.
- Sua mãe está
completamente certa! – Rimos.
- Que você e o
Marcelo se acertem, não é fácil viver brigado com uma filha juntos.
- Pois é! – Suspirei
e me despedi dela.
Não tinha porque
esconder aquilo dela, era minha colega, não chegava a ser amiga, mas
conversávamos demais, só poupei algumas parte.
Meu celular tocou
novamente e dessa vez era Eloá, que andava um pouco sumida desde que começou a
trabalhar.
- Olha, a pessoa
ocupada se lembrou de mim. – Brinquei, assim que atendi.
- Boba! – Ela riu do
outro lado. – Sou uma pessoa responsável agora, mas sempre me lembro de você e
da minha filha, que eu te ajudo a criar.
- (risos) Não mais,
né?
- Ah é! Agora é o
Luan! – Ela disse maliciosa e eu revirei os olhos, mesmo sem me poder me ver.
- Palhaça!
- Amiga, tenho que ir
trabalhar, só vim beber uma água.
- Olha...A noite
passa aqui? Tenho que te contar o que aconteceu hoje.
- Já to curiosa! Mas
não posso saber agora.
- A história é longa
mesmo. – Suspirei. – Te espero de noite.
- Tudo bem! É coisa
ruim?
- É! Mas deixa eu ir
também que eu vou pra casa com Luan com Eduarda, para passarmos o dia na
piscina, acredita?
- Lógico que acredito
e já vou dizendo que eu vou ser madrinha do casamento com um amigo do Luan bem
gato, sarado e rico. – Gargalhei.
- Beijo, amiga! – Nos
despedimos.
Voltei para o quarto
e os dois conversavam sem parar, como sempre.
Seguimos para casa do
Luan e quando chegamos, me encantei pela mansão, linda e ao mesmo tempo
simples, não dá pra explicar. É elegante e não só luxuosa.
Me troquei com o
biquíni que levei e coloquei o de Duda nela também, desci do quarto de hospedes
que Luan me indicou e ele já nos esperavam na piscina, bebendo cerveja, com uma
mesa linda bem ali do lado, cheia de comida e aperitivos.
- Você que preparou
isso tudo? – Ele assentiu.
- Pra vocês! – Dei um
suco pra Eduarda e peguei um copo pra mim também.
Ela entrou na piscina
com Luan, assim que bebeu e eu fiquei na borda.
- Sabia que eu já
morei nesse condomínio? – Lhe disse.
- Sério? Por que
mudou?
- Ah, meus pais
gostavam de tranqüilidade, sabe? E apesar daqui ser calmo, tem muitos artistas,
é muito badalado, se é que me entendi. – Rimos.
- Entendo sim...
- Aí eu engravidei e
foi mais um motivo pra eles quererem ir para o condomínio vizinho, que é
aconchegante igual esse, com muita segurança, porém, sem artistas e bem mais
calmo.
- Eu já ouvi falar no
seu condomínio, assim que quis me mudar pesquisei e ele tem aprovação de muita
gente rica, mas como você mesma disse, muitos artistas moram aqui e alguns
amigos me indicaram.
- É o mais famoso de
São Paulo, claro! – Ri.
Ficamos o dia todo na
piscina e nos divertimos muito naquela piscina, fazia tempo que não me divertia
tanto assim.
Estávamos brincando
de bola quando Luan jogou com força e ela saiu da piscina, Eduarda que foi
correndo pegar, perto da porta da cozinha.
Luan se aproximou de
mim, que me escorava na borda.
- Saudade disso! –
Ele me beijou, antes de eu falar alguma coisa.
Dessa vez foi um
beijo de verdade, onde nossas línguas molhadas se encontravam e suas mãos me
apertavam com força, não diferente da minha, que também agarrava sua cintura e
sua nuca. Fomos interrompidos por um grito e eu me virei assustada.
- Vou pular, Luan! –
Eduarda gritava e pulou na piscina sem bóia.
Luan a pegou no
reflexo, estava do nosso lado também e voltou para bem perto de mim rindo, com
ela ainda em seu colo.
- Não pode fazer
isso, maluca! – Briguei. – Tá sem bóia e a piscina é funda!
- O Luan me pegou,
mamãe! – Ela ria e parecia nem se importar com o que eu dizia.
- Para de rir você
também! – Bati no braço do Luan que me olhou. – Olha...Quero ver o que vai ser
da minha filha convivendo com você. – Ele gargalhou.
- Olha... – Se
aproximou da minha boca. – Você tá é ferrada porque eu pretendo conviver com
ela por muito tempo. – Me olhou sorrindo e juntou nossos lábios novamente.
Nosso beijo fazia
barulho e eu ouvia a risadinha da minha filha, que estava um pouco esmagada no
nosso meio.
Seria tudo tão mais
fácil se ele fosse o pai dela, seria tão mais fácil se nós fossemos uma
família. Já comecei a sonhar alto, mas eu mesma me cortei. Não estava preparada
pra tentar, tinha medo de me magoar e magoar minha filha.
Esses dois tem q namorar logoo, ta mto mto mto lindooooo
ResponderExcluirDuda querendo beijar na boca kkkkkkkkkkkkkk que danada
ResponderExcluiresse medo de começar uma vida com alguém da Carol é q ela tem q perder
ResponderExcluirentendo que ela tem "traumas" disso e tals mais ela tem que se abrir pra vida
pq se um amor não deu certo e a fez sofrer não significa q tenha q se isolar do mundo pra não sofrer mais. Muito pelo contrário tem q dar uma nova chance pro amor, pq as pessoas são diferentes e o Luan não é o Marcelo u.u
@lightlrds
Awwwn continua :D <3
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