quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Capítulo 28



Luan se aproximou rápido de mim e me puxou para trás. Ele estava sério e seu olhar, como eu nunca tinha visto antes. Minhas lágrimas ainda desciam, pouco, mas desciam, com medo do que estaria por vir.
- Quem é você pra se intrometer em assunto de família?
- Você não é da minha família! – Falei alto. – O Luan é muito mais da família do que você.
- Por isso vou levar minha filha embora. Quer viver nessa safadeza com ele, viva sozinha!
- Para, seu idiota! – Eu gritei, com raiva.
Não agüentava olhar para minha filha que não parava de chorar em seu colo, segurando firme uma boneca que tinha nas mãos.
- Você é um covarde mesmo...Ia bater em uma mulher, a mãe da sua filha... – Luan o encarava.
- Ainda bem que sabe! Minha filha! – Ele gritou.
- Eu não quero roubar a sua filha, você que não faz papel de pai. Olha o que está fazendo com a menina. – Ele olhou para filha que chorava em seu colo e acho que pela primeira vez, se deu conta do que fazia. Mas ele parecia fora de si, não parecia a mesma pessoa.
Apesar de ser sem juízo, não era agressivo e nunca fez coisa parecida.
Luan se aproximou dele e tirou minha filha de seu colo.
- Eu vou embora... – Ele começou a fala, mas devagar e um pouco ofegante. – Mas eu vou te procurar. – Ele me encarou e saiu dali correndo.
Olhei para cima pedindo a Deus para que aquilo fosse só mais uma ameaça.
- Ei, calma, pequena! Tá tudo bem! – Luan se sentou no sofá com Eduarda, que não o largava e ainda chorava assustada.
- Tá tudo bem, filha! – Me sentei ao seu lado.
- Mamãe...
- Fica calminha, tá? – Lhe dei sua chupeta e fui até a cozinha.
Coloquei em sua chuquinha um pouco de água com açúcar e lhe dei.
- A gente tá aqui com você. Foi só um susto! – Luan secava suas lágrimas e secava seu rosto. Ela bebeu toda a água e começou a se acalmar.
- Não quero ver ele nunca mais... – Disse baixinho e eu suspirei.
- Vamos fazer assim, não precisa ir pra escola hoje, está bem? – Mudei de assunto e ela assentiu. – Já estamos super atrasadas também.
- Você vai ficar em casa o dia todo comigo? – Falou manhosa.
- Eu fico com você quando sua mãe foi trabalhar. Tem problema? – Luan me olhou.
- Não vou hoje, tem pouca gente e eu remarco. Obrigada mesmo assim. – Sorri fraco e ele retribuiu.
- Fica também, Lu! – Ela alisou seu rosto e Luan sorriu.
- Pode? – Me olhou.
- Ainda pergunta? – Ri.
- As vezes você não ia querer...
- Você sabe que eu sempre te quero por perto. – Ficamos em silêncio e o clima rolou naquela sala. Me aproximei dele e eu mesma selei nossos lábios, um pouco demorado.
- Por que vocês beijam na boca? – Minha filha perguntou, logo que nos separamos.
Ainda nos olhávamos, mas olhamos para ela.
- E você não acha que pergunta demais, não? – Cutuquei sua barriga e ela gargalhou.
- Porque quando a gente gosta da pessoa é isso que a gente faz. – Luan ainda respondeu sua pergunta e me olhou sorrindo.
- Eu posso beijar meus coleguinhas assim também? – Ela nos olhou confusa.
- Não mesmo! – Luan disse, me fazendo ri.
- Na hora certa você vai poder beijar os meninos, filha. Mas só quando crescer.
- Só quando tiver grande. Adulta, entendeu? – Ri da cara dele, parecia um pai enciumado.
- Mas aí eu já vou namorar.
- Vai, ué. E vai arrumar muitos meninos lindos com esses olhos aí. – Rimos.
- Igual você, mamãe?
- Nem tanto, filha. – Luan riu. – Você vai ser mais bonita.
- Mas o Luan é um menino bonito. – Ela o olhou, o avaliando e ele riu.
- É... – Concordei sem jeito.
- Vocês estão namorando, não estão?
- Então...Você é muito perguntadeira e ainda não está na ora de falarmos sobre isso, já falamos demais. – Desconversei e a peguei no colo. – Vamos trocar essa roupa.
- Eu tive uma idéia! – Luan se levantou também.
- E o que é? – Íamos em direção ao quarto.
- Que tal irmos para minha casa? Hoje tá tão calor, podíamos aproveitar a piscina. O que acha, Duda?
- Eu quero! – Ela gritou, enquanto eu tirava sua calça.
- Não sei se é uma boa idéia...
- Para com isso! É uma ótima idéia. Mas só pra te tranqüilizar, meus pais e minha irmã viajaram.
 - Sério? – O olhei desconfiada.
- Juro!
- Você não foi junto, por que?
- Eles foram de madrugada e só deu pra eu vim agora de manhã e também, tava com saudades de vocês. – Ele me olhou, tombando sua cabeça para o lado, me fazendo quase suspirar.
- Já que fez esse esforço todo por nós, eu aceito. – Ele riu. – Só vou ligar pra Fernanda e dizer pra remarcar as consultas e ficar de folga hoje.
- Vai lá que eu termino de arruma ela. – O olhei com os olhos estreitos.
- Nossa...Você tá gostando mesmo de brincar de casinha com Eduarda, em! Será que enjoa cedo?
- (risos) Bobo! Nunca vou enjoar dessa princesa linda! – Ri e neguei com a cabeça, enquanto saia do quarto atrás do meu celular.
O achei na sala e liguei para Fernanda, que ficou sem entender.
- É que...Eu tive uma briga com Marcelo, Eduarda se assustou não quis ir pra escola e quer que eu fique com ela. Sabe como é...
- Não tenho filhos, mas imagino! Minha mãe diz que eles dobram a gente e fazemos tudo que querem.
- Sua mãe está completamente certa! – Rimos.
- Que você e o Marcelo se acertem, não é fácil viver brigado com uma filha juntos.
- Pois é! – Suspirei e me despedi dela.
Não tinha porque esconder aquilo dela, era minha colega, não chegava a ser amiga, mas conversávamos demais, só poupei algumas parte.
Meu celular tocou novamente e dessa vez era Eloá, que andava um pouco sumida desde que começou a trabalhar.
- Olha, a pessoa ocupada se lembrou de mim. – Brinquei, assim que atendi.
- Boba! – Ela riu do outro lado. – Sou uma pessoa responsável agora, mas sempre me lembro de você e da minha filha, que eu te ajudo a criar.
- (risos) Não mais, né?
- Ah é! Agora é o Luan! – Ela disse maliciosa e eu revirei os olhos, mesmo sem me poder me ver.
- Palhaça!
- Amiga, tenho que ir trabalhar, só vim beber uma água.
- Olha...A noite passa aqui? Tenho que te contar o que aconteceu hoje.
- Já to curiosa! Mas não posso saber agora.
- A história é longa mesmo. – Suspirei. – Te espero de noite.
- Tudo bem! É coisa ruim?
- É! Mas deixa eu ir também que eu vou pra casa com Luan com Eduarda, para passarmos o dia na piscina, acredita?
- Lógico que acredito e já vou dizendo que eu vou ser madrinha do casamento com um amigo do Luan bem gato, sarado e rico. – Gargalhei.
- Beijo, amiga! – Nos despedimos.
Voltei para o quarto e os dois conversavam sem parar, como sempre.
Seguimos para casa do Luan e quando chegamos, me encantei pela mansão, linda e ao mesmo tempo simples, não dá pra explicar. É elegante e não só luxuosa.
Me troquei com o biquíni que levei e coloquei o de Duda nela também, desci do quarto de hospedes que Luan me indicou e ele já nos esperavam na piscina, bebendo cerveja, com uma mesa linda bem ali do lado, cheia de comida e aperitivos.
- Você que preparou isso tudo? – Ele assentiu.
- Pra vocês! – Dei um suco pra Eduarda e peguei um copo pra mim também.
Ela entrou na piscina com Luan, assim que bebeu e eu fiquei na borda.
- Sabia que eu já morei nesse condomínio? – Lhe disse.
- Sério? Por que mudou?
- Ah, meus pais gostavam de tranqüilidade, sabe? E apesar daqui ser calmo, tem muitos artistas, é muito badalado, se é que me entendi. – Rimos.
- Entendo sim...
- Aí eu engravidei e foi mais um motivo pra eles quererem ir para o condomínio vizinho, que é aconchegante igual esse, com muita segurança, porém, sem artistas e bem mais calmo.
- Eu já ouvi falar no seu condomínio, assim que quis me mudar pesquisei e ele tem aprovação de muita gente rica, mas como você mesma disse, muitos artistas moram aqui e alguns amigos me indicaram.
- É o mais famoso de São Paulo, claro! – Ri.
Ficamos o dia todo na piscina e nos divertimos muito naquela piscina, fazia tempo que não me divertia tanto assim.
Estávamos brincando de bola quando Luan jogou com força e ela saiu da piscina, Eduarda que foi correndo pegar, perto da porta da cozinha.
Luan se aproximou de mim, que me escorava na borda.
- Saudade disso! – Ele me beijou, antes de eu falar alguma coisa.
Dessa vez foi um beijo de verdade, onde nossas línguas molhadas se encontravam e suas mãos me apertavam com força, não diferente da minha, que também agarrava sua cintura e sua nuca. Fomos interrompidos por um grito e eu me virei assustada.
- Vou pular, Luan! – Eduarda gritava e pulou na piscina sem bóia.
Luan a pegou no reflexo, estava do nosso lado também e voltou para bem perto de mim rindo, com ela ainda em seu colo.
- Não pode fazer isso, maluca! – Briguei. – Tá sem bóia e a piscina é funda!
- O Luan me pegou, mamãe! – Ela ria e parecia nem se importar com o que eu dizia.
- Para de rir você também! – Bati no braço do Luan que me olhou. – Olha...Quero ver o que vai ser da minha filha convivendo com você. – Ele gargalhou.
- Olha... – Se aproximou da minha boca. – Você tá é ferrada porque eu pretendo conviver com ela por muito tempo. – Me olhou sorrindo e juntou nossos lábios novamente.
Nosso beijo fazia barulho e eu ouvia a risadinha da minha filha, que estava um pouco esmagada no nosso meio.

Seria tudo tão mais fácil se ele fosse o pai dela, seria tão mais fácil se nós fossemos uma família. Já comecei a sonhar alto, mas eu mesma me cortei. Não estava preparada pra tentar, tinha medo de me magoar e magoar minha filha.  

4 comentários:

  1. Esses dois tem q namorar logoo, ta mto mto mto lindooooo

    ResponderExcluir
  2. Duda querendo beijar na boca kkkkkkkkkkkkkk que danada

    ResponderExcluir
  3. esse medo de começar uma vida com alguém da Carol é q ela tem q perder
    entendo que ela tem "traumas" disso e tals mais ela tem que se abrir pra vida
    pq se um amor não deu certo e a fez sofrer não significa q tenha q se isolar do mundo pra não sofrer mais. Muito pelo contrário tem q dar uma nova chance pro amor, pq as pessoas são diferentes e o Luan não é o Marcelo u.u
    @lightlrds

    ResponderExcluir