Capítulo 31

Só chegou mais algumas pessoas, realmente não teve muita gente, o que me deixou muito aliviada. Já conversava com suas primas e tias e até os cantores que eram seus grandes amigos.

O bolo surpresa que sua mãe preparou para ele, só foi partido as duas da manhã e sua irmã me surpreendeu colocando o meu nome no “com quem será?”. Morri de vergonha, enquanto o Luan gargalhava e os outros também, que acompanharam ela.

Depois de comermos aquele bolo delicioso, eles inventaram de entrar na piscina e uma pessoinha, que ainda estava ligada no 220 quis entrar juntos e chorou por eu não querer deixar.

- Deixa ela entrar, Carol! A água tá quente. – Bruna gritou da piscina e eu fiz careta.

Coloquei Eduarda no chão, que fazia pirraça no meu colo e coloquei a mão na água.

Realmente estava bem quente e a noite também estava quente.

- Para de chorar. – Me virei pra ela e falei baixo. – Vou deixar você entrar. – Me abaixei e comecei a tirar sua roupa, enquanto seu choro se transformava em sorriso.

A deixei só de calcinha e ela correu para onde Luan estava, comendo carne, já tinha entrado na piscina, estava sem camisa e de bermuda, molhado.

- Vem, Lu! – Ela o puxou pela mão, que saiu rindo e entraram na piscina.

Eu também não entraria, mas depois de muita insistência de todos, eu fiquei sem jeito e entrei.

Os mais velhos já tinham ido dormir, os amigos do Luan já tinham ido embora e só restava eu, sua irmã, seus primos, primas, seu tio e a namorada. Bruna me emprestou um biquíni e eu já não tinha vergonha de ninguém dali.

As quatro horas da manhã Eduarda dormiu e Bruna fez questão de lhe secar e levá-la para o seu quarto.

- Vai ter que ficar com essa calcinha molhada agora... – Eu dizia a ela.

- Não, a Manu minha prima é bem magrinha, ela é bem maior mas eu acho que dá.

- Aquela que estava aqui?

- Isso.

- Dá sim! Ela é bem magrinha, Eduarda é menor mas é bem cheia. – Rimos.

Então ela mesma lhe levou para cima.

Voltamos para piscina e ficamos lá até as seis horas da manhã, que me assustou quando olhei no relógio.

Todo subiram para seus quartos e eu fui com Bruna e Luan até seu quarto para pegar minha filha.

- Dorme aqui hoje, Carol...

- Não, Bruna! Tem muita gente aqui, não quero dar trabalho.

- Quem disse que vai dar trabalho? A casa é enorme. – Luan que respondeu. – Deixa a Duda dormir com a Bruna, tadinha, tá tão cansada.

- Não, Luan. Eu pego um táxi.

- Dorme aqui! Amanhã vai rola churrasco de novo. Dorme, vai. – Eles insistiram tanto que eu não recusei e dormiria no quarto de Bruna com Eduarda, porém, mais uma vez ele insistiu que eu dormisse com ele.

- O que vão pensar?

- Nada...

- Aham! – Cruzei os braços.

- Carol, é porque o meu quarto é o único vago. Para com isso. – Olhei para Bruna que nos olhava e me envergonhei.

- (risos) É, Carol, o do Luan é o único vago.

- Ai meu Deus! – Aceitei.

Arrumei Eduarda na cama de Bruna para que não ocupasse todo os espaço e deixei ela dormindo de calcinha mesmo, já que estava quente.

- Pode ir tranqüila. – Ela me dizia.

- Ela dorme comigo sempre, está acostumada a dividir a cama.

- Tá bom!

- Se ela acordar...

- Eu te chamo! O quarto do Luan é de frente pro meu. – Ela riu de todas minhas recomendações e Luan me puxou, antes que eu continuasse a falar.

- Que vergonha! – Já entrei em seu quarto falando.

- Vergonha de que, mulher? De entrar no meu quarto? – Ele brincou, já tirando sua bermuda.

- De estar dormindo aqui, olha, se perceberem eu nem sei onde enfio a cara e para de tirar a roupa na minha frente. – Ele gargalhou.

- Eu acho que você está muito tensa.

- E não era pra está ? – Ele se aproximou e me abraçou pela cintura.

- De jeito nenhum! – Sorri com sei jeito.

Selou nossos lábios e iniciamos um beijo.

- Não vou fazer nada no seu quarto. – Já cortei o beijo falando.

- E no meu banheiro? – Ele riu. – Vamos tomar um banho pra relaxar.

- Luan...

- Anda, Carolina! – Me puxou e nós tomamos um banho bom.

Fizemos amor no chuveiro sim, mas coisa bem rápida e sem barulho. Uma condição minha e claro que ele aceitou.

Resolvi dormir de calcinha e sutiã mesmo e ele de boxer. Nos deitamos na cama de conchinha.

- Quer que eu te conto um segredo? – Ele sussurrou no meu ouvido, enquanto cheirava meu pescoço e eu já quase dormia em seus braços e me arrepiava.

- Hum?

- Dizem que quem dorme de conchinha já está completamente apaixonado!

- Será? Você acredita nessa teoria? – Sorri de olhos fechados.

- Lógico! Você não? – Não respondi.

O sono foi tão pesado que em segundos, eu dormir.

*

Carolina não respondeu ao meu comentário e dormiu nos meus braços.

Não tem sensação melhor de dormir junto com quem se ama. Beijei seu cabelos e pescoço, antes de também pegar no sono.

- Te amo! – Sussurrei, mesmo sabendo que não ouviria.

Era essa a intenção mesmo, já que qualquer indício de paixão que eu desse por ela, já mudava de assunto e o clima pesado, imagina se eu falasse que a amava.

Acordei no outro dia com a claridade do sol no meu rosto e quando abri meus olhos, ela estava deitada de frente para mim e me olhava.

- Bom dia! – Sussurrei e ela sorriu.

- Bom dia!

- Dormiu bem?

- Muito bem! – Ela alisou meu rosto e o virei para beijar sua mão.

- Vamos tomar banho?

- Não! – Ela bocejou. – Vou tomar em casa! Vai você!

- Ah...Então tá! Me espera, em! – Me levantei e ela assentiu.

Tomei um banho rápido, com medo dela ir embora e quando voltei para o quarto, já estava arrumada.

- Já são duas horas. – Ela disse.

- Pensei que era mais tarde.

- Eu também, mas a claridade me acordou, acredito que tenha acordado você também. – Assenti, enquanto íamos até o quarto de Bruna, que por incrível que pareça já estava acordada e brincava com Duda.

Carolina trocou Eduarda e descemos os quatro para a cozinha, onde só estava minha mãe e minha prima mais velha. O resto do pessoal dormiam ainda e meus pais e seus irmãos, já tinham ido comprar algumas coisas no mercado.

Depois de muita insistência Carol tomou seu café da manhã e depois fui levá-las em casa.

- Filha, se despede do Luan.

- Tchau, Luan! Eu quero voltar na sua casa mais vezes. – Rimos dela e eu me abaixei para lhe beijar e abraçar. Ela entrou correndo.

- Obrigada por tudo!

- Sabe que não precisa agradecer. Devia ter ficado para o almoço.

- E você me convencer de ficar pro jantar e depois dormir lá de novo? – Ela me abraçou pelo pescoço.

- (risos) É! Mas foi ótimo ontem, o melhor dia da minha vida!- Nos despedimos com um beijo.

A semana se passou e a cada dia que passava eu lembrava mais da minha noite com Carol, eu sentia mais saudades dela, eu gostava mais dela. Vivia sorrindo e suspirando pelos cantos.

- Isso é sintoma de paixão! – Roberval sempre me dizia isso.

- E se for, boi? Alguma coisa contra?

 - Nada! – Eu ria de seu jeito.

Voltei para São Paulo ficar só dois dias de folga e assim que eu pisei no aeroporto Carolina me ligou e pediu para que eu fosse mais tarde em seu consultório e eu aceitei, sem entender. Fiz perguntas, mas não me respondeu nenhuma e desligou rindo.

Cheguei em casa, almocei, dormir um pouco, tomei um banho quando acordei e fiquei um pouco com meus pais conversando, até dá a hora marcada que eu iria até seu consultório.

- Já vai, Pi? – Encontrei com minha irmã na entrada.

- Já sim! – Beijei sua testa.

- Poxa! Nem cheguei. Vou falar com a Carol que ela está roubando meu irmão. – Gargalhei negando. Eu nem tinha falado para ela para onde eu iria, mas ela já sabia.

Por sorte, não tinha ninguém, assim que eu cheguei e deve ser por isso que tinha marcado aquele horário no final da tarde.

- Luan? Veio marcar consulta? – A secretária me perguntou.

- Não! – Estranhei. – Carol me disse pra vir aqui agora.

- É? Vou ir até lá, está com uma paciente.

- Tudo bem, eu espero! – Sorri e me sentei em uma das cadeiras de espera.

Ela voltou rápido, me dizendo que poderia entrar e eu concordei.

Assim que entrei, ela conversava com uma menininha, de sorriso meigo. Logo me avistaram.

- Luan? Não acredito! – A menina exclamou com suas mãos na boca.