Capítulo 38

Chorei muito naquele sofá e ainda tive que disfarçar assim que Eduarda desceu de seu quarto para jantarmos. Tentei o máximo que pude para a colocar para dormir cedo, mas em vão, estava tudo dando errado, ela estava ligada na tomada.

Enfim, quando o sono dela chegou, nos deitamos e eu fui dormir com as lágrimas descendo pelo meu rosto e acordei com os olhos extremamente inchados.

Liguei para Fernanda e só tinha quatro consultas marcadas naquele dia, e eu lhe falei para remarcar todas, que eu tinha acordado passando muito mal.

Suzi chegou e eu disse que ela poderia ir embora e que nem acordaria Eduarda para a escola e ela concordou, se via que eu não estava com o rosto bom.

Me sentei no sofá com as mãos na cabeça e olhei para o buquê de rosas, que eu já tinha me esquecido, em cima do sofá. Fechei meus olhos com força.

O peguei e o levei para o meu quarto, perto da cama. Me deitei do lado de Eduarda, que ainda dormia em sono profundo, por ter ficado acordada até tarde do dia anterior e fiquei o olhando. Minha cabeça quase explodia de tanto pensar.

Peguei meu celular que marcavam exatamente oito horas e aproveitei para tirar uma foto daquelas flores. Pensei mil vezes antes de posta-la e o que falaria na legenda também, já que tinha certeza de que ele veria.

“ A tristeza que eu estou, não sinto a tempos, culpa. Pode não parecer, mas eu sinto e to sentindo isso tudo. As vezes você pensa que só faz a coisa certa, mas não, você pensa que está dando seu melhor, que trata as pessoas bem, mas não. Não enxergar a pessoa ótima que está com você a um tempo, é um erro, mas deixar ela fazer tudo por você e continuar sem enxergar nada, já é burrice.

A ficha já caiu sim, mas eu ainda continuou sem estar pronta, porém, estou melhor do que mês passado, do que semana passada, do que ontem. E o dia que eu tanto tenho medo, o dia em que eu vou ter que colocar tudo pra fora, está mais próximo do que eu imagino! Juro que não é nada por mal!

É só o meu jeito! Me entende e me espera, vai!

As flores mais lindas que eu já ganhei em toda a minha vida, aliás, eu já ganhei flores na vida? Acho que do meu pai, nos meus 15 anos :x “

Postei, assim que acabei de digitar, coloquei o celular de lado e me virei, voltando a dormir abraçada com a minha filha.

Acordei com a campainha tocando e Eduarda ainda não se mexia do meu lado, o celular marcava que já eram onze horas e eu cheguei até m preocupar com tanto sono vindo da parte dela. A campainha ainda insistiu, então enfim, sai do quarto.

Abri a porta e minha amiga estava ali, com um sorriso grande nos lábios, bem diferente de mim.

- Não trabalha hoje? – Me sentei no sofá e ela do meu lado.

- É conselho de classe para as turmas que dou aula. Não participo. – Ela deu de ombros.

- Entendi! – Bocejei.

- Ei...O que foi aquela foto e aquele texto que você postou?

- Já viu?

- Lógico! Eu já acordo com o celular na mão! – Ela sorriu descontraída e eu sequer dei um risinho. – Me conta o que aconteceu, Carol.

- Ontem eu fui em um musical com a Duda e acredita que antes de sair o Luan bateu na minha porta e logo depois o Marcelo? – Lhe olhei.

- Os dois juntos aqui? – Ela abriu a boca.

- Exatamente! E mais! Eles e Eduarda insistiram, então fomos todos para o bendito musical.

- Tá brincando.

- Não! Até que não foi ruim, eu ri dos dois brigando pra dar as coisas pra Duda. – Ri fraco, me lembrando.

- Então por que essa cara?

- Ainda não terminei. – Suspirei. – O Marcelo tá se acertando com o pai e com o irmão, que chegaram do exterior, foi jantar com eles e o Luan ficou.

- Aí rolou? – Ela me olhou empolgada, até ri.

- Rolou!

- Ah!

- Mas não se empolga, ele voltou aqui ontem e me deu aquele buquê enorme.

- E lindo!

- É...Muito lindo! Me deu um anel! – Peguei a caixinha vermelha em cima da mesinha de centro.

- Não acredito!

- Ele me pediu em namoro, mas...

- Não vai me dizer que você recusou? – Assentiu, olhando para o chão. – Eu vou te matar, Carolina! – Ela quase gritou.

- Amiga... – Desabei a chorar e ela me olhou, agora de um jeito diferente.

- Ei! – Ela me abraçou e ali ficamos alguns segundos, em silêncio, apenas ouvindo o soluço do meu choro e sua blusa se molhava por minhas lágrimas.

- Eu gosto dele, mas não tanto assim! Eu to muito confusa, ele não me entende! É só uma questão de tempo! – Desabei a falar.

- Eu sei, amiga! Eu sei que é só questão de tempo, eu vejo nos seus olhos o quanto gosta dele!

- Eu gosto! – Resmunguei.

- Olha, eu vim te fazer um convite, não ia fazer mais, mas quer saber! Eu vou fazer sim! Vamos no aniversário de um amigo hoje? Ele disse pra eu levar uma amiga.

- Não to com clima, Eloá! – Me levantei de seu colo.

- Por favor, amiga! É um jeito de você esfriar a cabeça, por favor, faz isso por mim! – Neguei. – Então eu ligo pra ele e falo que não vou.

- Claro que não! Você vai sem mim!

- Não! Se você não for eu não vou, não vou te deixar sozinha nesse estado de jeito nenhum! – Ela falou firme e eu me dei por vencida. Iríamos a essa festa.

Liguei para Suzi e ela concordou em dormir ali naquele dia.

Assim que a noite caiu, me arrumei sem a mínima vontade e Eloá falava no meu ouvido sem parar e até revelou que já tinha ficado com o aniversariante. Explicado toda empolgação.

Duda ficou manhosa, fiquei até com pena, mas consegui convencê-la.

Assim que estacionamos, quase matei Eloá.

- Uma boate!

- É, ué! – Ela deu de ombros. – Que diferença faz?

- Pensei que fosse uma festa mais reservada! – Bufei.

- Não! Ele chamou só alguns amigos e pagou o camarote de todo mundo.

- É reservado só pra ele?

- Não! – Revirei os olhos e saímos do carro.

Fomos entrando e estava tudo muito animado, como sempre, os homens já não perdiam tempo e quando passávamos muito perto, por estar muito lotado, já tentavam passar a mão, me assustando um pouco. Eloá pegou uma bebida para ela e para mim, sem álcool, não estava com clima pra beber.

Fomos cumprimentar o aniversariante que já estava animadinho, Eloá me apresentou para ele, que me beijou, com um bafo de bebida alcoólica e ria a toa, quase comeu minha amiga com os olhos.

- Vou no banheiro, amiga! – Falei em seu ouvido.

- Mas já? Nem começou a beber! – Ela riu.

- Engraçadinha!

- Eu vou com você! – Assenti.

Ela me guiou até o banheiro, já que nunca tinha ido até aquela boate. Nos arrumamos um pouco no espelho e minha amiga me contava suas “estratégias” da noite, me fazendo ri.

Assim que saímos do banheiro, paralisei de ante de uma cena.

Parei literalmente de andar e Eloá estranhou e me chamou, mas eu não conseguia responder.

Luan beijava uma mulher loira, vi de longe que era ele, o conhecia bem e tive mais certeza ainda, assim que se separaram, eles sorriam um para o outro e quando vi o rosto daquela mulher, quase a matei.

- Melissa! – Foi só o que eu pronunciei.

Enfim, Eloá seguiu o meu olhar e seu queixo quase caiu, como o meu.

- Amiga...

- Eloá! Eu to indo embora...

- Não! Olha, deixa pra lá esses babacas!

- Não, eu já não queria vim mesmo!

- Carol...

- Sério, amiga. Eu já vou! Ele não tem culpa de nada, eu dispensei ele ontem, não tenho esse direito.

- Mas se ele se dizia tão apaixonado assim...

- Ele podia até estar, mas não é de ferro. Eu entendo! – Meu celular tocou e eu o peguei.

Estranhei quando vi que era da minha casa. – Alô!

- Dona Carolina! A Duda está ardendo em febre. – Suspirei.

- Eu já estou indo mesmo, Suzi. Já chego aí! – Ela concordou e eu desliguei.

- O que foi?

- Eduarda tá com febre! Agora sim eu tenho que ir!

- Só queria te distrair!

- Eu entendo. Suas intenções foram ótimas, amiga. Mas hoje sou eu mesmo que acordei com o pé e a mão esquerda!

Oi, gente! Tão gostando? Sabe, q eu pensei até que as pessoas iam odiar mais a personagem pq meu intuito desde o começo foi esse ,mas até que não, tem gente que fala que se ela aceitasse o namoro que iria perder a graça e o tema da história! Então só peço a calma de vocês q tudo isso faz parte da historia, viu? Mas como sempre, no final tudo dá certo e nessa historia vai ser bem pro final mesmo o "felizes para sempre". Calma! Não que ela só vá ficar com ele só no final, isso vai acontecer beem antes, claro, porém, ficar em paz mesmo, só no final! Acho que essa é a graça, né não ? kkkk Beijoos!