terça-feira, 9 de setembro de 2014

Capítulo 33



- Marcelo! O que está acontecendo aqui? – Voltei a olhá-lo.
Parecia o mais “lúcido” de todos que estavam ali, que naquele momento, já me olhavam feio e por um instante, eu fiquei com medo.
- O que você quer aqui, Carolina?
- Eu...Queria conversar.
- E posso saber sobre o que?
- O que aconteceu no escritório?
- Sabia que já iam fofocar com você...
- É lógico, Marcelo. O escritório foi fechado. Você tem idéia disso? – Me estressei um pouco.
- Dane-se seu escritório de merda, patricinha. – Um home que estava ali se levantou e eu o olhei. – Entrei lá mesmo e ainda peguei um dinheiro bom. – Ele riu.
- Então era você... – Falei para mim mesma.
- Era sim! Idiota!
- Você que é! Não tem vergonha? Por que não vai trabalhar igual uma pessoa descente? – Quase gritei e ele parou de ri e se aproximou.
- Olha como você fala comigo! – Gritou na minha cara.
Vi um braço lhe puxando para longe de mim.
- Não vai fazer nada com ela. – Marcelo falou calmo.
- Eu deveria dar uma lição nessa...
- Já chega! Fizemos coisa errada sim!
- Você é um frouxo mesmo, Marcelo!
- Ela é mãe da minha filha, eu nem sei a onde estava com a cabeça que entrei nisso com você. Não era pra ter te levado pra escritório nenhum. – Ele passou as mãos nos cabelos.
Parecia cair na real nas coisas que fazia.
- Eu sei que você não é assim! Vamos conversar. – Me virei para ele que me olhou. – Eu posso te ajudar!
- Não tem nada pra ajudar aqui.
- Não estou falando com você! – Me virei novamente para o homem.
- Olha que você está me tirando do sério. – Ele deu um paço em minha direção.
- Eu já disse que com ela ninguém faz nada! – Marcelo disse alto.
- Olha, eu vou embora, mas eu quero te ajudar! – Me despedi dele e sai dali atordoada.
Não sabia o que fazer. Eu simplesmente podia deixar para lá, mas ele era o pai da minha filha, uma pessoa boa, que eu conhecia a anos. Não podia deixar as coisas do jeito que estavam.
Luan me ligou durante a noite varias vezes e eu não atendi. Não queria falar com ninguém, eu só pensava.
Por sorte Eduarda dormiu bem cedo  e eu logo depois dela.
No outro dia, ela acordou animada para a festinha que teria em seu colégio.
- Eu vou ficar lá o dia todo, mamãe?
- Vai sim! A Suzi vai te buscar no final da tarde. Fica direitinha, está bem? – Ela assentiu e eu beijei seu rosto.
Trabalhei o dia todo e quando voltei para casa, estava tudo em silêncio, o que me fez sentir falta da minha pequena, que naquela hora já estaria bagunçando a casa.
Preparei um lanche para comer e depois, ficar assistindo televisão, até a campainha tocar.
- Oi...- Marcelo me olhou envergonhado e eu dei passagem para que entrasse.
- Tudo bem com você? – Perguntei, assim que nos sentamos.
- Está sim. Queria te pedir desculpas por ontem e...Não só por ontem, por tudo que estou causando nesses dias, pelo escritório. – Ele abaixou seu olhar.
- Você sabe o quanto o escritório era importante pro meu pai e sabe que só por isso que eu o deixei funcionando, não é? Se não, já tinha o vendido.
- Sei sim! Me desculpa, eu juro pra você que vou ajudar a reabri-lo.
- Eu tenho fé que isso aconteça!
- Me perdoa? – Ele se ajoelhou e pegou nas minhas mãos.
- Levanta daí, vai! Eu te perdôo! – Ele sorriu fraco e me abraçou ainda de joelhos, antes de voltar a se sentar ao meu lado.- Me promete uma coisa?
- O que você quiser.
- Que você não vai mais andar com esse tipo de gente que eu vi ontem na sua casa, nem vai mais usar essas porcarias. Que vai voltar a ser um sem juízo, ajuizado de sempre! – Ri e ele me acompanhou.
- Eu te prometo! – Seus olhos lacrimejaram. – Eu quero parar e eu vou parar!
- Você vai conseguir! Eu to com você, está bem? Eu e sua filha. – Ele sorriu e me abraçou de novo.
- Falar nisso, cadê ela?
- Já deve estar vindo da escola. Hoje foi festinha pra eles em horário integral. – Olhei em meu relógio de pulso.
- Posso esperar ela?
- Claro que sim!
- Sabia que eu não poderia ter escolhido mãe melhor pra minha filha? Você vale ouro. – Sorri com suas palavras, já que nunca tinha me dito nada parecido.
- Você também vale!
- Não mesmo! Será que ela vai gostar de me ver? – Ele fez careta.
- Só você ter paciência e ir com jeito.
- Olha...Eu posso passar aqui todos os dias? Pelo menos até ela gostar de mim de novo.
- Marcelo! Ela te ama! Você é o pai dela. É único na vida dela!
- Eu sei que não, ela gosta...
- Não vem com essa história que ela gosta mais do Luan. Ela gosta dele sim, mas ela te ama também. Para com isso! Ele também não quer roubar o seu lugar, ele tem consciência de que você é o pai dela. Ele só gosta muito dela.
- E de você, não é? – Ele riu fraco.
- Dá onde tirou isso? – Fiquei sem jeito.
- Não sou idiota, Carol! Sabe, eu... – Ele ficou mudo.
- O que? Me fala! – Incentivei que continuasse.
- Quando eu vim aqui te dizer que te queria, que queria uma família junto com você, não era mentira. Eu queria muito, mas tenho consciência que é impossível. – Suspirei.
- Você vai achar a mulher ideal pra você!
- Acho que eu achei e já perdi! Depois que a gente ver outro no lugar, que dá pra ver o que perdemos. – Fiquei muda. Não conseguir falar. Não tinha o que falar.
Eduarda chegou da escola animada e me deu um abraço e um beijo demorado, mas não quis mas sair de perto de mim. Talvez, com um pouco de medo do pai, lembrando de alguns dias atrás.
- Filha, dá um abraço no seu pai! Ele veio te ver! – Percebia o quanto o olhar dele estava triste. Ela apenas negou com a cabeça. – Vai lá, Eduarda! Por favor! – Ela me olhou e com receio, foi se aproximando de vagar.
Marcelo a puxou para um abraço e lhe sentou em seu colo.
- Me desculpa por tudo, filha? Desculpa o papai. Eu te amo muito!
- Eu te amo também, papai! – Vi uma lágrima cair de seus olhos.
Desde que Eduarda nasceu, desde que falou “papai” pela primeira vez, que deu seus primeiros passinhos, que foi para escola pela primeira vez, que lh entregou um rabisco dizendo ser nós no “desenho” e ser seu presente de dia dos pais, que não descia uma lágrima de seus olhos. Na verdade, eu nunca o vi chorar.
Sabia que chorava por sua mãe, mas sozinho, isolado. Odiava tocar no assunto também.
- Você tá chorando, é? – Brinquei e ri de leve.
- Boba! – Ele riu também, enquanto secava as lágrimas.
- Seu pai tá chorando, filha! Um homem desse tamanho! – Duda também riu e  passou suas mãozinhas em seu rosto.
- Papai promete nunca mais fazer besteira com você e com sua mãe!
- Ai, papai! – A pequena reclamava, enquanto ele lhe apertava.
- (risos) Vou apertar muito essa minha bonequinha! – Beijou seu rosto várias vezes, enquanto eu sorria.
Estava mais que feliz com aquela cena, tinha verdade ali, que pouco vezes eu via da parte dele. Não com a filha, mas com outras pessoas, comigo, por exemplo.

*
Carolina me ignorou o dia todo e eu fiquei de mau humor por isso. Ela não me atendeu na noite anterior e naquele dia inteiro também não atendia. Já estava pesando que ela poderia estar me ignorando.
Eu fui calado para o show  e ninguém puxava assunto comigo, já me conhecendo.
Quando voltei para o hotel, depois do show, Roberval foi até meu quarto me avisar que no outro dia teria uma gravação de rádio, de ultima hora.
- Eu já disse que odeio que marquem as coisas de ultima hora! – Bufei.
- Calma! Coisa a toa.
- Saco!
- O que você tem? – Lhe olhei e não respondi. – Me diz. É com a Carolina?
- Ela não me atendeu ontem a noite e nem hoje, to ligando o dia inteiro.
- As vezes só está muito ocupada! Tenha calma, Luan!
- Custa me mandar uma mensagem, então?
- Você é muito estressado.
- Sou mesmo! – Ele saiu dali e eu me joguei na cama.
Fui mexer no celular e na primeira rede social que entro, na primeira página, estava estampada a foto de Carolina com Eduarda e Marcelo, em sua casa. Eles pareciam bem felizes  eu bufei. Imaginei que seria por isso que não tinha me atendido.
Depois do que ele fez com ela, que eu tive que defendê-la.
Sabia que ele era pai da Eduarda e por isso tinham uma ligação pra sempre e quer saber? Eu morria de ciúmes dele também. Não só com a Carol, mas com a Duda também.
Sei que não tinha nenhum direito de ter aquele sentimento, mas ninguém manda no coração muito menos no que ele vai sentir.
Decidi que mais a noite lhe ligaria e perguntaria o por que daquilo tudo, o que estava acontecendo com ela e que o que ela mais temia, aconteceu. Já era tarde.

Eu já estava apaixonado. Completamente apaixonado.

6 comentários:

  1. ... Loooan quem nao sabia que tu ta apaixonado na Carol kkk , OMG , tolinho rs #amandoaFic

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  2. Nao Entendi Muito O começo Dessa Fic mais ok '-' *-* , luanzinho eu ja Sabia que Vc Estava Apaixonada pela Carol u-u Pela Amor De Deus a Carol Nao pode Voltar Com o Marcelo por Favor ;-;

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    1. Como assim não entendeu o começo, amor ? Fala ai que eu te explico o que vc ficou em dúvida.

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  3. Luan é lerdo até pra perceber q ta apaixonado kkkkk

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  4. Q o Luan entenda e queria ajuda ���� por favor agora q tava tao bom ele e carol

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