Capítulo 86

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No outro dia como o prometido, acordei as nove horas da manhã morto de sono, mas acordei. Tomei um banho pra despertar e desci até a cozinha para tomar café, e só minha mãe estava.

- Já? O que te deu? – Ela me perguntou e eu ri.

- Prometi a Duda ir buscar ela agora pra tomar sorvete.

- O que você não faz por essa criança, não é? – Ela riu, negando com a cabeça e eu lhe acompanhei.

- Beijo! – Beijei seu rosto e saí comendo meu pão.

Carolina estava no consultório resolvendo algumas coisas, mas Suzi disse que ela voltaria rápido, então falei que já podia ir que eu ficaria com as meninas.

Tomamos um sorvete em uma sorveteria no condomínio de Carolina mesmo e depois, eu levei as crianças para a minha casa.

Assim que chegamos, Bruna estava com sua amiga Ana que tinha acabado de chegar de Londrina, na piscina.

- Bora entrar, meninas?

- Eu quero! – Eduarda se animou e eu ainda tive que voltar na casa de Carolina pra pegar o biquíni de Vitória, já que essa era sua condição pra entrar na piscina.

Eu não entrei, apenas me sentei na espreguiçadeira ali perto e fiquei conversando com elas, enquanto levavam as crianças pra piscina.

- Eu quero suco! – Duda falou e eu me levantei pra pegar.

A campainha tocou quando eu estava passando pra cozinha, e voltei para atender.

- Oi...

- Tudo bem? – Sorri. – Eu trouxe as meninas pra cá, achei melhor.

- Eu imaginava, aí liguei pra Suzi e ela me confirmou. – Carolina riu e eu lhe acompanhei.

- Entra... – Dei espaço para que passasse.

- Onde elas estão?

- Na piscina com a Bruna. Vai lá, que eu vou pegar um suco pra Duda. – Ela sorriu concordando.

Assim que voltei com o suco de Eduarda, Carolina estava sentada em outra espreguiçadeira ao lado da minha e eu voltei a me sentar.

Estava quase lhe chamando para ir para sua casa para conversamos, quando minha mãe chegou avisando que o almoço estava pronto.

Meu pai chegou bem na hora e dessa vez, pelo menos eu, almocei em um clima melhor com Carolina. Eu sorria pra ela que retribuía um pouco sem jeito.

Elas voltaram pra piscina depois do almoço e eu também já estava indo para falar com Carol quando meu celular tocou.

Atendi enquanto subia para o meu quarto, para pegar um boné. A ligação caiu por duas vezes e eu achei estranho, já que o número era desconhecido.

Enfim, quando coloquei meu boné na cabeça meu celular tocou pela terceira vez e eu o atendi já irritado.

- Alô...Quem é?

- É...Luan?

- Quem é? – Eu já pensava ser uma fã.

- Não lembra de mim? Cristiana de Madri. – Logo reconheci o sotaque e olhei pra cima querendo desligar o celular na cara dela.

- Ah, oi...Eu lembro sim. Tudo bem?

- Tudo e com você?

- Tudo indo.

- Sabe, eu acho que vou para o Brasil na próxima semana. O que acha de você me apresentar as praias daí como me prometeu? – Franzi a testa.

Eu tinha prometido alguma coisa pra ela? Pelo menos não lembrava.

Estava sim um pouco alterado, mas me lembro tudo que tinha feito. Eu não tinha beijado ela, eu não tinha conversado nada demais com ela. Me lembro sim dela tocando no assunto de vir para o Brasil, mas eu só falei que ela iria gostar.

Estava começando a me arrepender de verdade de ter conhecido aquela mulher, já que pelo jeito, ela estava realmente interessada, mas eu não dei nenhuma esperança para ela em momento algum.

- Olha, Cristiana. Não vai dar dessa vez, to trabalhando muito. Quem sabe da próxima! – Passei as mãos pelos cabelos.

Eu não sabia mentir muito menos fazer uma desfeita a uma pessoa, não sabia o que fazer.

Estava de frente para o meu espelho do quarto, de costas para a porta, até que olhei para ele e vi um vulto na porta.

Me virei e Carolina estava parada ali, de braços cruzados, me olhando com a pior cara que ela podia fazer.

- Ah, então tudo bem! – A menina respondeu desapontada do outro lado da linha.

- Hãn...Tenho que desligar. Ah, acho que vou trocar de número também porque minhas fãs descobriram esse. – Menti.

- Tá, mas me passa depois...

- Tá, tchau! – Nem deixei que terminasse direito e lhe interrompi.

Não deu tempo ela responder também e eu desliguei rápido.

- Só por que eu cheguei você desligou?

- Amor, não é nada disso que você tá pensando. – Ela riu irônica e eu lhe olhei sem entender.

- Essa frase é ótima!

- Mas é a verdade. Acredita em mim uma vez na vida.

- Eu disse que não acredito? – Ela me olhou séria. Suspirei.

- Posso falar?

- A vontade! – Ela me encarou.

- Era a menina das fotos sim, já que sei que é isso que você está pensando. Eu não dei meu número pra ela, eu juro! Dei pro irmão dela, que com certeza passou pra ela.

E eu confesso que ela deu sim em cima de mim, mas eu não dei abertura pra isso, nem aqui, nem lá! Eu juro!

- Agora que você percebeu que ela está a fim?

- Foi...Eu juro!

- Para de jurar...Eu não sei mais o que te falar, Luan.

- Amor, eu te amo! Só quero que acredite no que eu te falo. – Me aproximei dela.

- Eu acredito no seu amor, na sua fidelidade, mas como eu já disse, não é só traição que magoa.

- Eu sei que errei! – Fechei os olhos. – Me desculpa!

- O que ela te disse aí?

- Aonde? – Voltei a abrir os olhos para lhe olhar.

- No celular! – Ela apontou para o meu celular irritada.

- Que...Pra quê você quer saber disso, amor?

- Me fala! – Suspirei.

- Que ela queria vir pro Brasil, pra eu mostrar umas praias ela.

- Que ótimo! – Carolina bufou e saiu do meu quarto igual um raio.

Escutei seus passos rápido descendo as escadas e bati na testa me chamando de burro inúmeras vezes. Era isso mesmo que eu era.

Olhei pela sacada do meu quarto, que dava de frente pra piscina e vi que ela chamava Eduarda e Vitória para irem embora, mas depois de tanta insistência de Bruna, ela deixou as crianças por ali e foi embora sozinha.

Me joguei na cama sem mais saber o que fazer, já que eu tinha arrumado uma mulher cabeça dura e ciumenta, igual eu. Mas eu lhe amava tanto, que não agüentava mais ficar longe dela, sem lhe abraçar. Não nos beijávamos a dias, eu não sentia seu corpo a tempos e aquilo estava me matando por dentro.

Peguei meu celular e me sentei na cama decido de em enviar uma mensagem pra ela.

“Amor, eu to indo aí pra gente conversar direito! Não é pra você sair de casa e fugir de mim, porque eu vou te achar seja aonde for. Eu não agüento mais ficar longe de você. Eu to chorando sabia? Sabe quanto tempo faz que eu não choro?

Não faz isso comigo! Eu te amo mais que tudo!”

Enviei aquela mensagem secando as lágrimas e ajeitei meu boné na cabeça, calcei meu chinelo e sai do quarto correndo.