Capítulo 95

Tínhamos chegado na Bahia, eu já estava louca para ir para praia e Luan estava jogado na cama. Tinha se jogado ali, desde da hora que tínhamos chegado e não saia por nada.

- Amor...

- Carol, eu to com sono. A gente tem muito tem por aqui.

- Você dormiu a viagem toda! Acorda! – Eu lhe sacudia pelo ombro, mas de nada adiantava.

Então desisti e deixei que dormisse. Meu celular tocou, assim que liguei a TV e comecei a assistir na sala da suíte, que era imensa.

Era Bruna me chamando para irmos até a praia que tinha de frente para o hotel. Me animei e levantei rápido para me trocar. Deixei Eduarda dormindo também com Luan.

No hall do hotel, ela já avistou Rafael de longe e correu até ele. Depois de se abraçarem e se beijarem, eu me aproximei deles sorrindo.

Fomos os três para a praia e ao contrário do que eu imaginei, eu não fiquei “segurando vela”. Ele era legal, tinha um papo bom e estava mais solto do que quando foi na minha casa, já fazia brincadeiras.

Voltamos para o hotel depois de algumas horas e quando eu entrei no quarto, Luan e Eduarda comiam na mesa.

- Onde a senhorita estava, em? – Ele disse.

- O meu amorzinho não quis sair comigo e eu tive que arrumar outra pessoa.

- Quê? – Ri dele.

- Eu arrumei a sua irmã e o namorado dela, bobo!

- Ah ta! Rafael está aí?

- Está sim...Ele estava chegando quando descemos.

- Foram pra onde?

- Pra praia aqui em frente mesmo.

- Ficou segurando vela, é?

- Não...Arrumei um pra mim lá. – Ele fez careta.

- Engraçadinha! – Ri dele.

- Ué, já disse que o meu namorado não quis ir comigo.

- Eu tava com sono, amor. – Ele disse manhoso e me puxou pela mão, para que me sentasse em seu colo.

- Você dorme demais, meu amor! – Passei a mão por seu rosto.

- Eu sou uma pessoa que trabalha muito, me dá um desconto?

- Vou pensar no seu caso... Claro que dou, bobo! Eu que queria ir conhecer esse lugar lindo logo.

- Eu também estou...Bora jantar em um restaurante da rua?

- Vamos sim! – Ele segurou meu rosto e nós iniciamos um beijo, que logo foi interrompido pela minha filha.

- Ela não gosta de ver a gente se beijando. – Luan disse baixo e eu ri.

- Mas quando era menor gostava.

- Mamãe, me dá na boca? – Ela me estendeu a sua salada de frutas e eu peguei.

- Você não acha que anda muito folgadinha, não? – Beijei seu rosto e me sentei ao seu lado. Rimos, quando negou com a cabeça.

Dava a salada de frutas na boca de Eduarda, enquanto Luan falava gracinha.

A noite, como o prometido por ele, fomos todos jantar em um restaurante que tinha ali bem perto do hotel. Passamos pela praia na volta e mais tarde, voltamos para o hotel.

No outro dia, fomos para praia cedo e por incrível que pareça, até o Luan acordou animado logo de manhã. Tomamos nosso café da manhã no restaurante do hotel e logo depois, pegamos um dos quiosques que tinham espalhadas pela praia, com mesa e cadeiras. Me encantei assim que olhei em volta.

- Ah, que saudades do meu amor. – Bruna disse e Rafael lhe olhou estranho, nos fazendo ri. – Do meu puff! – Ela também riu. – Ele tá bem, né?

- Claro que está, Bruna, a gente deixou os cachorrinhos no melhor pet shop de São Paulo.

- Não to acostumada ficar sem ele. – Ela fez bico e Luan revirou os olhos, lhe dando um tapa na cabeça, em seguida.

- Ai!

- Não faz isso com ela, amor. – Segurei sua mão.

Conversamos, comemos, bebemos e nós mulheres pegamos tanto sol que eu tinha certeza de noite eu passaria sufoco.

Eduarda, que brincava na areia com seus brinquedinhos de praia, se aproximou de mim, me chamando para entrarmos na água.

Luan também se animou e se levantou junto comigo, lhe pegou no colo e fomos entrando naquele mar lindo, de águas tão cristalinas, que nem parecia de verdade.

- Nunca fui em uma praia tão linda! – Comentei, depois que entramos na água por completo.

- Noronha é lindo, mas a água daqui é coisa de outro mundo. – Concordei.

- Eu quero ir ali! – Eduarda apontou o dedo para as redes que tinham dentro do mar.

- Vamos lá ver se tem alguma sobrando. – Fomos procurando até achar uma rede vazia e colocamos ela sentada ali.

- Senta! – Ela falava para nós.

- Acho melhor não, acho que isso não agüenta nós três! – Luan disse e eu ri.

Bruna se aproximou pedindo pra tirar uma foto ali e nós nos afastamos para que tirasse com Eduarda.

Voltamos para o hotel já de noite, jantamos no quarto mesmo e fomos dormir cedo.

Acordei com alguém me sacudindo de leve e beijando meu rosto.

- Amor... – Ouvi a voz de Luan sussurrar e abri um pouco os olhos.

- O que aconteceu?

- Não aconteceu nada, só quero te chamar pra irmos na praia.

- Que horas são? – Me sentei na cama bocejando e olhei no relógio. – Três horas da manhã, Luan.

- (risos) Eu sei, é que eu acordei sem sono e fiquei com vontade de ir lá contigo.

- Ai meu Deus! E Eduarda?

- Ela não vai acordar, mas eu já mandei uma mensagem pra minha irmã, que vai vir pra cá.

- Não acredito que acordou sua irmã e vai tirar ela do quarto dela. – Cruzei os braços e ele riu.

Enfim concordei e coloquei meu biquíni com minha saída de praia. Assim que atravessamos a rua já estávamos na praia, um vento frio bateu e eu me arrepie, nos sentamos na areia e Luan me abraçou de lado, esfregando suas mãos pelos meus braços em busca de me esquentar.

- Tão lindo!  - Ele sussurrou, antes de encaixar sua cabeça na curva do meu pescoço.

- Muito! Será que não é perigoso?

- Não...Aqui é tranquilo. – Ele falava abafado pelo meu pescoço.

- Mas você nunca veio aqui. – Nos olhamos e rimos.

- Você tá gostande, de verdade? – Levantou sua cabeça e colocou meu cabelo para trás da orelha.

- Estou! – Sorri. – Você não sabe como eu senti falta disso...Com você parece que eu recuperei minha família de novo.

- Parece não. Você recuperou!

- Eu te amo, sabia? Eu acho que não consigo mais viver sem você.

- Eu também não consigo mais viver sem você. – Ele sorriu e se aproximou seus lábios dos meus.

Fechei meus olhos suspirando e Luan colocou sua língua para dentro da minha boca, me arrepiando dos pés a cabeça.

Ficamos naquele beijo por vários minutos, até a falta de ar nos vencer. Deitamos na areia, eu em cima de seu braço esquerdo e com o direito ele enlaçava minha cintura, enquanto tinha a cabeça em meu pescoço, respirando fundo ali.

Ficamos acordados ali, só sentindo o vento, o barulho do mar e as nossas respirações, não dissemos mais nada.

Vimos o sol nascer daquele jeito, ele se colocou sentado atrás de mim, enquanto eu encostava minha cabeça em seu peito e suas mãos passavam em volta do meu corpo.

- Meu sonho era ver o sol nascer. – Levei minha mão direita até seu rosto e o acariciei.

- Eu já vi muito...Acho que todos os dias. – Rimos. – Mas com você, também era meu sonho, ainda de frente pra essa vista incrível...

- É muito lindo!

- É...Só não é mais lindo que uma coisa?

- O que?

- Que você! – Senti ele beijando minha cabeça e fechei meus olhos sorrindo.