sábado, 15 de novembro de 2014

Capítulo 91



Acordei e Luan não estava mais na cama, me sentei e vi do meu lado um papel.
“Tive que ir pra casa. Beijos!”
Era o que dizia no bilhete dele. Amassei ele e joguei no chão com raiva.
Ele ainda estava bravinho por uma besteira que eu falei, nada demais, mas também não daria confiança a ele, que parecia criança e fazia manha.
Me troquei e quando desci, Eduarda já não estava em casa, já eram mais de sete horas e Suzi já devia ter lhe levado para escola, enquanto eu estava atrasada pro trabalho.
Luan me ligou no meio da tarde, quando fiz uma pausa pra comer.
- Carolina? Tá em casa?
- To trabalhando.
- Ah, quando voltar leva minha jaqueta que eu esqueci na sua casa?
- Se eu não voltar muito tarde e estiver muito cansada, eu levo. – O ouvir bufar do outro lado da linha e se despediu logo de mim. Como o Luan era chato.
Cheguei em casa e Eduarda comia, com a ajuda de Suzi.
- Cadê meu pai, mãe?
- Está na casa dele. – Respondi como se fosse obvio.
- A gente vai lá?
- Não.
- Então ele vem pra cá?
- Não sei Eduarda, ele também tem casa, deixa ele lá. – Respondi até grossa demais, por lembrar da nossa briga idiota.
Dispensei a Suzi e me sentei no sofá com ela, para vermos desenho.
- Vocês brigaram? – Ela me perguntou baixo e eu me virei para lhe olhar.
- Quem?
- Você e meu pai?
- É, nós brigamos. – Resolvi dizer a verdade.
- Mas eu não quero que briguem. – Seus olhos lacrimejaram.
- Filha, isso é coisa de adulto, não se mete. A gente vai se resolver, a gente sempre se resolve.
- Promete pra mim?
- O que?
- Que vocês sempre vão fazer as pazes? Igual a minha professora manda lá na sala quando brigamos com os nossos coleguinhas. – Ri fraco.
- Eu prometo, tá bom? Agora vamos ver o desenho.
- Se ele não vier hoje eu quero ir lá amanhã.
- Ôh, menina mandona! – Beijei seu rosto e lhe abracei de lado.
Luan não ligou mais naquele dia e no outro dia também não. Eduarda foi para sua escola, eu fui para o meu trabalho e nem sinal dele, mas também não estava me importando.
Meu celular tocou com o número de sua casa, assim que eu tomei banho e me troquei e Eduarda estava na minha cama.
- Carol?
- Dona Marizete? – Estranhei.
- Oi, sou eu. Tudo bem?
- Tudo sim e com a senhora?
- Tudo bem...Olha o Luan tá aqui de cama, ele te disse?
- De cama? Não. Por que?
- Acordou todo ruim, passando mal, até vomitou. Tá fervendo em febre também. Chamou por você, vem aqui.
- Nossa, eu não sabia! Já estou indo.
- Obrigada, viu? Acho que com você ele até melhora mais rápido. – Ela riu.
Me despedi dela e suspirei. Teria que dar o meu braço a torcer.
Falei com Eduarda que se animou que iríamos ver o Luan.
Assim que chegamos a sua casa, sua mãe me atendeu e Bruna descia as escadas dizendo que Luan tinha acabado de acordar.
- Vou fazer uma sopa pra ele.
- Eu vou lá! – Eduarda gritou e subiu as escadas.
- Eu vou lá com a senhora, aproveito e levo a sopa. – Ela assentiu e eu lhe acompanhei.
Bruna me deu tchau, já que estava de saída e seu pai também não estava em casa.
- Vocês estão brigados, é? – Dona Marizete me olhou de lado e eu fiquei sem jeito.
- É...Estamos.
- (risos) Sei como é isso, eu também vivia brigada com o pai do Luan quando namorávamos, sabia?
- Não.
 - Mas isso passa, fica tranqüila.
- Espero! – Suspirei. – É horrível quando o motivo é idiota, não é? – Me soltei mais, queria prolongar o assunto com ela.
- Ôh se é! E o de vocês foi?
- Foi sim...Sabe, eu só disse pra ele que a senhora podia estar chateada por ele quase não dormir mais em casa nas folgas. Disse porque sou mãe e se fosse o namorado da minha filha roubando ela de mim, eu iria ficar muito brava. – Eu terminei e ela riu, se virando para me olhar.
- Ôh, minha filha! Eu não fico brava com você não. Confesso que antes eu sentia um pouco de ciúmes, mas agora eu até estou gostando mais que estão vindo para cá.
- Mas eu juro que vou fazer um acordo com ele, dorme aqui um dia e lá em casa outro, pra ir revezando.
- Você é uma menina de ouro, mas fica tranqüila, está bem? Eu aprovo demais o namoro de vocês e quer saber mais? Podiam se casar logo e me dar mais netos, porque a Duda eu já tenho, né? – Sorri com aquilo e no impulso, eu lhe abracei.
Acho que eu não podia ter sogra melhor.
Ela terminou de fazer a sopa do Luan e me deu em uma bandeja. Assim que ia entrar em seu quarto, a porta abriu e Eduarda passou por mim.
- Vai aonde, moça?
- Vou comer com a vovó, eu to com fome.
- Eduarda! – Ela riu e saiu correndo.
Entrei no quarto dele e fechei a porta com o pé.
- Tá melhor? – Coloquei a bandeja no seu colo e ele assentiu.
- Obrigada por vir. – Sua voz era rouca e baixa.
- Até parece que eu não viria...Sei que adora brigar comigo, mas também quando fica doente me chama. – Ele riu, tossindo logo em seguida.
- Pior que é.
- Seu cabeça dura! – Peguei em sua mão e entrelacei nossos dedos. – Para de arrumar briga comigo a toa!
- Não foi a toa, Carol, e você sabe. Quase me expulsou da sua casa.
- Você tá parecendo criança birrenta, sabe? Tipo Eduarda, acho que é a convivência.
- Mas você pode tentar a vontade, eu nunca vou desgrudar de você. – Ri.
- Sabia que eu falei com a sua mãe sobre isso?
- Sobre a nossa briga? – Eu assenti e ele estreitou os olhos.
- Por que?
- Ah, nós estávamos conversando lá em baixo e ela me perguntou se estávamos brigados, começamos a conversar e eu contei.
- Ela te perguntou? Acho que ela me conhece mesmo.
- Acha? – Ri e ele me acompanhou. – Toda mãe conhece seu filho como ninguém.
- Experiência própria ?
- É e só vai aumentando com o passar do tempo.
- Tão bonitinho te ver falando assim, sabe que você até fica com cara de mãe mesmo? – Ele alisou meu rosto.
- Seu idiota! Eu tenho cara de mãe, tá?
- Não, amor, suas atitudes são de mãe, mas sua carinha é de adolescente. – Neguei rindo.
- Sei!
- E eu? Já tenho cara de pai? - Ele ergueu uma sobrancelha.
- Ás vezes. – Fez careta e nós rimos. – Então, agora é sério, eu disse isso tudo a ela e ela disse que não tinha raiva de mim por você viver na minha casa.
- É claro que não, Carolina!
- Ah, Luan...Mas mesmo assim eu prometi pra ela que você vai dormir um dia aqui, um dia na minha casa e por aí vai até suas folgas acabarem.
- Isso vai te deixar feliz, é? – Assenti. – Então eu vou fazer isso! – Sorri e lhe abracei.
- Obrigada, amor!
- Você é uma boba, sabia?
- Você que é! – Ri e beijaria sua boca, mas ele me impediu.
- Vou te deixar doente também.

- Quem disse que tem problema? – Tirei sua mão do meu rosto e selei nossos lábios.

6 comentários:

  1. Kkkkkkkkk af, que fofura.
    E se a Carol ficasse grávida? Mas tipo, sem ela saber, aí ela teria um aborto espontâneo e ficaria sabendo nesse dia. O Luan ia cuidar dela e tal... Só uma sugestão, tá? Hahaha. Beijos!

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  2. Amei a sugestão da Elvira...Awwwn que fofo ela cuidando dele ♥♥ Luan fica todo cheio de manha quando tá dodói, kkkk

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  3. Que fofo esses dois... Ela cuidando dele é tão *---*

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  4. Finalmente,esses dois brincam como retardado,se pegam como tarados,e discutem como criança kkk contínua

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  5. Esses dois são lindos! 😻😻 coloca eles pra casar logo!! Hahahaha

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